Último episódio da série 'Máfia & Bancos' explana a rede global de crimes pós-Guerra Fria

Terceiro e último episódio da série como as alianças globais do crime se formaram e operam (Crédito:divulgação/Curta!)

A queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989, representou a abertura para um novo mundo. Com a dissolução da União Soviética logo depois, o mundo entrava numa nova era, e as organizações criminosas e as instituições financeiras rearranjavam suas peças no tabuleiro mundial de acordo com as novas oportunidades. Essas estratégias são dissecadas em ''A Rede Global do Crime'', terceiro e último episódio da série inédita ''Máfia & Bancos'', que estreia com exclusividade no Curta!.
 
A partir dos fragmentos do mundo soviético, o crime organizado começa a se reorganizar. Com a perestroika remodelando o cenário econômico, ascende uma nova classe de empresários, os oligarcas russos, que oferecem novas oportunidades. Cúpulas são organizadas para discutir novas formas de investimento e de lavagem de dinheiro.
 
“Quando a URSS entra em colapso, em 1991, foi um momento vital, porque qualquer pessoa nas ruas, pequenos ou até grandes empresários, entenderam que, se a força policial não existisse mais, teria de ser substituída por outra coisa. É nesse ponto que o crime organizado desempenha um papel muito especial”, destaca o jornalista investigativo Alain Lallemand.
 
Com depoimentos exclusivos de jornalistas, economistas, investigadores e até antigos membros de grupos criminosos, o episódio, dirigido por Christophe Bouquet, investiga e revela como o cenário fragmentado do fim do século XX proporcionou um novo, amplo e irrestrito ambiente corrupto para banqueiros e mafiosos.
 
Antes em lados opostos da Guerra Fria, as máfias ítalo-americana e russa passam a trabalhar juntas nos Estados Unidos. Na Itália, a infame ‘Ndrangheta se expande e encontra na economia legal um espaço para o seu diversificado leque de negócios criminosos. No México, nos Bálcãs, no Canadá… seja onde for, as máfias crescem e lucram usufruindo de uma infraestrutura colocada a seu dispor pelos banqueiros, num circuito oculto de finanças para aumentar os lucros e reduzir os riscos.

“O importante é entender esses padrões, pois, no final das contas, o crime é uma mercadoria. Temos importação e exportação de crimes; há toda essa lavagem de dinheiro, mas também um modelo criminoso que funciona como lavanderia. Eles têm certeza de que aplicarão esse mesmo modelo repetidamente, até que alguém os impeça, mas não há ninguém, porque são estruturas globais” afirma o jornalista Paul Radu.

Os governos e agências de regulamentação e controle financeiro parecem não dar conta das quantias de dinheiro que circulam pelo mundo todo. Diante de um cenário que parece consolidado e permanente, o documentário mostra como uma série de revelações independentes expuseram as práticas criminosas envolvendo nações, bancos e organizações criminosas, como OffshoreLeaks, LuxLeaks, SwissLeaks e Paradise Papers, uma esperança para quebrar essa rede global de crimes.
 
“Este pode ser o momento da verdade, em que a Europa e os Estados Unidos terão de enfrentar seus demônios face a esta abominável convergência de interesses entre cleptocratas, crime organizado e os interesses econômicos das elites políticas e do empresariado. Este alinhamento de interesses minou a economia, o Estado de Direito e minou a própria democracia”, alerta John Christensen, cofundador da Tax Justice Network.
 
‘Máfia & Bancos” é uma série documental em três episódios de 52 minutos de duração. Produzido pela Arte France em parceria com a Yami2, a produção também pode ser vista no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br). A estreia do episódio “A Rede Global do Crime” é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 27 de dezembro, às 22h.

Conheça o legado de Narcisa Amália, jovem escritora que morreu no esquecimento, na série 'Libertárias: Mulheres Inspiradoras na História do Brasil'

O romantismo brasileiro é marcado por grandes artistas e escritores que revolucionaram a arte, como Narcisa Amália, uma das expoentes da literatura nacional. Engajada na luta contra a opressão da mulher e o regime escravista, a autora, entretanto, não goza do reconhecimento merecido na historiografia brasileira. O sétimo episódio da série inédita e exclusiva ‘Libertárias: Mulheres Inspiradoras na História do Brasil’, que estreia no Canal Curta!, resgata a sua biografia.
 
Viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), a série dirigida por Rodrigo Grota, que também assina o roteiro ao lado de Roberta Takmatsu, retraça as histórias dessas mulheres. Além de Narcisa Amália, também são narrados, em outros episódios, os feitos de Dandara, Maria Felipa de Oliveira, Tia Ciata, Filipa de Sousa, Maria Quitéria, Clara Camarão e Leolinda Daltro.
 
Por meio de relatos de pesquisadoras e de Nilza Ericson, bisneta de Narcisa Amália, o episódio mostra como a história da escritora foi apagada e ressalta seu papel em movimentos sociais do passado para mostrar como sua influência se reflete no presente.
 
Nascida em uma cidade pequena do Rio de Janeiro em 1856, Narcisa Amália foi uma das primeiras jornalistas brasileiras, poeta e escritora. Desde muito jovem, foi movida por uma sensibilidade social, sempre se opondo em seus textos à opressão de gênero e ao regime escravocrata. Mulher de vanguarda, escreveu artigos de cunho feminista e republicano.
 
“Narcisa Amália escreve, em meados do século XIX, o seu primeiro livro, ‘Nebulosas’. É um livro de poemas, publicado em 1872. Podemos ver a poesia da Narcisa Amália em diálogo com a geração do romantismo brasileiro”, aponta a professora de literatura brasileira da UFF, Anna Faederich.
 
Ela viveu com o pai, poeta, e com a mãe, professora primária, que fundaram duas escolas. Desde muito jovem, Amália foi estimulada intelectualmente. Foi nesse cenário que surgiu a poetisa libertária, que defendia uma educação igualitária.

“A história da Narcisa é curiosa e trágica, mas ela é tão importante porque ela não é única. A Narcisa está dentro de um contexto de outras escritoras que passaram por experiências semelhantes, e o caso dela é trágico por ser exemplar”, afirma a pesquisadora e professora Suely Leite.
 
O episódio conta que Narcisa Amália tem poemas significativos que nos remetem à terceira geração do romantismo, que fala, entre outros temas sociais, da libertação dos escravos. Sua obra não destoa da sua época, e sim dialoga com seus contemporâneos, mas, mesmo assim, seu legado é o esquecimento.
 
Ela publicou um único livro, que recebeu críticas positivas de Machado de Assis e Dom Pedro II na época do lançamento. O sucesso da autora passou a incomodar, e ela foi difamada pelo seu ex-marido, que declarou que seus versos não eram de sua autoria, mas sim de poetas com quem teria tido casos de amor. Ela abandonou a atividade literária e passou a lecionar em uma escola pública. Sua obra foi silenciada e Narcisa Amália morreu no ostracismo.
 
Com oito episódios de 52 minutos, “Libertárias: Mulheres Inspiradoras na História do Brasil” é uma produção da Kinopus. Os episódios podem ser vistos no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br), um dia depois da estreia na televisão. A estreia é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 27 de dezembro, às 23h.
 
Segundas da Música – 23/12

21h– ''Na Trilha do Som'' (Série) - Episódio: ''Gilberto Gil''

Gilberto Gil, em um papo descontraído na Academia Brasileira de Letras, relembra seu passado como trilheiro de músicas incidentais antes de se tornar autor de canções marcantes para filmes como "Eu Tu Eles" e "Gonzaga - De Pai Pra Filho". Direção: Marcelo Janot Duração: 24 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 24 de dezembro, terça-feira, às 1h e às 15h; 25 de dezembro, quarta-feira, às 9h; 28 de dezembro, sábado, às 19h; 29 de dezembro, domingo, às 11h

Terças das Artes – 24/12

22h– ''O Sal da Terra'' (Documentário)

Nos últimos 40 anos, o fotógrafo Sebastião Salgado tem viajado através dos continentes, aos passos de uma humanidade sempre em mutação. Ele testemunhou alguns dos principais eventos da nossa história recente: conflitos internacionais, a fome e o êxodo. Ele, agora, embarca na descoberta de territórios imaculados, da flora e da fauna selvagem e de paisagens grandiosas em um enorme projeto fotográfico. Direção: Wim Wenders, Juliano Ribeiro Salgado Duração: 110 min Classificação: 12 anos Horários alternativos: 25 de dezembro, quarta-feira, às 2h e às 16h; 26 de dezembro, quinta-feira, às 10h; 29 de dezembro, domingo, às 15h45.

Quartas de Cena e Cinema – 25/12

20h30– ''Companhias do Teatro Brasileiro'' (Série) - Episódio: ''Teatro Ipanema''

Um teatro jovem e de resistência pacífica ao momento político do país nos anos 1970. Esse era o Teatro Ipanema, nascido no fundo do quintal de uma casa, reunindo nomes da dramaturgia jovem brasileira, a partir de uma visão experimental de linguagem, texto e expressão corporal. Direção: Roberto Bomtempo Duração: 26 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 26 de dezembro, quinta-feira, às 0h30 e às 14h30; 27 de dezembro, sexta-feira, às 8h30 e às 20h30; 29 de dezembro, sábado, às 12h30

Quintas do Pensamento – 26/12

23h– ''Cientistas Brasileiros'' (Série) - Episódio: ''Nise da Silveira''

Retrato da médica psiquiatra Nise da Silveira (1905-1999), destacando seu pioneirismo em ser a única mulher da sua turma de medicina, sua prisão no governo Vargas, o início dos trabalhos no Hospital Psiquiátrico de Engenho de Dentro e sua abordagem humanitária no tratamento dos enfermos. A narrativa se desenrola através da visão de uma atriz que se prepara para interpretar a médica. Direção: Rodrigo Grota Duração: 52 min Classificação: Livre Horários alternativos: 27 de dezembro, sexta-feira, às 3h e às 17h; 28 de dezembro, sábado, às 9h; 29 de dezembro, domingo, às 19h; 30 de dezembro, segunda-feira, às 11h.

Sextas de História e Sociedade – 27/12

22h– ''Máfia e Bancos'' (Série) - Episódio: ''A Rede Global do Crime''

Em um instante, todas as fronteiras caíram por terra: o surgimento da máfia russa, o retorno de Hong Kong ao domínio chinês. Com a queda do Muro de Berlim, o mundo se tornou um só, e o capitalismo triunfou. Na enxurrada de transações globais, era impossível rastrear o dinheiro. E os bancos, que deveriam monitorar o sistema, são cúmplices descarados das máfias. Direção: Christophe Bouquet Duração: 60 min Classificação: 14 anos Horários alternativos: 28 de dezembro, sábado, às 2h e às 15h30; 29 de dezembro, domingo, às 21h30; 30 de dezembro, segunda-feira, às 16h; 31 de dezembro, terça-feira, às 10h

23h – ''Libertárias: Mulheres Inspiradoras'' (Série) - Episódio: ''Narcisa Amália''

A história de Narcisa Amália (1852-1924), escritora, tradutora, crítica literária e poeta. Tornou-se conhecida aos 20 anos ao publicar o livro de poemas "Nebulosas", e foi também a primeira mulher a trabalhar como jornalista profissional no Brasil. A série mescla cenas ficcionais, entrevistas e material de arquivo. Com Julia Ianina no papel de Narcisa Amália. Direção: Rodrigo Grota Duração: 52 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 28 de dezembro, sábado, às 3h e às 18h; 29 de dezembro, domingo, às 10h; 30 de dezembro, segunda-feira, às 17h; e 31 de dezembro, terça-feira, às 11h

Sábado– 28/12

20h- ''Incertezas Críticas'' (Série) - Episódio: ''Renato Janine Ribeiro''

Renato Janine Ribeiro é professor de ética e filosofia política na USP. Foi ministro da Educação, diretor de avaliação da Capes e recebeu o prêmio Jabuti pelo livro “A sociedade contra o social”. Neste episódio, ele fala sobre o que é a boa política, ética, educação, desigualdade social, entre outros temas. Direção: Daniel Augusto Duração: 26 min Classificação: 14 anos Horários alternativos: 29 de dezembro, domingo, às 12h; 30 de dezembro, segunda-feira, às 12h

Domingo– 29/12

22h30 – ''Henfil'' (Documentário)

O documentário registra uma proposta curiosa feita a uma turma de jovens animadores: tentar trazer para a atualidade as obras do cartunista, jornalista e ativista brasileiro Henrique de Souza Filho, o Henfil. Além desse processo, o filme traz depoimentos de amigos e revelações sobre como o artista hemofílico lidava com sua doença e utilizava seus desenhos como instrumento de luta contra a censura, na época da ditadura militar. Direção: Angela Zoé Duração: 75 min. Classificação: 12 anos

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