Episódio sobre Leolinda Daltro fecha a série ‘Libertárias: Mulheres Inspiradoras na História do Brasil', viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (Crédito: divulgação/Curta!) |
O movimento feminista brasileiro é marcado por grandes mulheres. Entre elas, está Leolinda Daltro (1859-1935), educadora, sufragista e indigenista. Seu legado, muitas vezes ignorado pela historiografia contemporânea, é revisitado no oitavo e último episódio da série inédita e exclusiva ''Libertárias: Mulheres Inspiradoras na História do Brasil'', que estreia no Canal Curta!.
Viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), a série resgata as biografias de outras mulheres notáveis, como Clara Camarão, Dandara, Maria Felipa de Oliveira, Tia Ciata, Filipa de Sousa, Maria Quitéria e Narcisa Amália. O último episódio faz uma viagem pela história de Leolinda Daltro, ressaltando o seu papel nos movimentos sociais do passado e mostrando como o seu trabalho influencia o presente.
''A Leolinda foi uma mulher à frente do seu tempo em todos os sentidos. Era uma mulher que falava sobre proteção do índio, que falava sobre uma educação laica para os indígenas em um momento que a tônica era o extermínio dos indígenas ou a catequização, aculturação pela religião'', aponta o historiador Bruno Baronetti.
Vinda da Bahia, a educadora chega ao Rio de Janeiro em um período pós-monarquia, no meio do furor de disputas políticas da república. Logo, ela toma como missão de vida proteger a causa indígena e se envolve em um projeto de nação que ainda era dominado por homens.
“Ela fez uma viagem e entrou para o interior do Brasil. Foi para Minas e, ao chegar em Uberaba, foi fazer suas campanhas, baseada na educação indígena laica e no direito da mulher de votar e ser votada. Na cidade de Uberaba, ela foi escorraçada. Ali, nasceu seu apelido: a população a chamava de mulher do diabo”, conta o professor de história Carlos Tolói.
Leolinda tem um papel fundamental no debate que vai ocorrer entre vários grupos sociais, políticos, militares e acadêmicos sobre a questão indígena, produzindo diversos documentos que serviriam de fundamento para a criação do Serviço de Proteção aos Índios, em 1910. A educadora foi para o interior do país lutar por seus ideais e enfrentou um Brasil rural e sem lei, onde as questões eram resolvidas à base de violência, inserida em um cenário em que mulheres eram assassinadas por lutar por educação e participação política. Mesmo assim, ela criou o primeiro partido feminino do país.
“A Leolinda, quando cria o Partido Republicano Feminino, faz um discurso em uma das reuniões, mais tarde publicado como ‘O Início do Feminismo do Brasil’, onde ela narra toda a sua trajetória não só como indigenista, mas como professora. Ela narra que todo o conhecimento que ela possuía e todo o conhecimento que ela procurou disseminar foi desqualificado por ser mulher”, afirma a historiadora e pesquisadora Patrícia Grigorio.
Com oito episódios de 52 minutos, “Libertárias: Mulheres Inspiradoras na História do Brasil” é uma produção da Kinopus, com direção de Rodrigo Grota, que assina o roteiro ao lado de Roberta Takmatsu. Os episódios podem ser vistos no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br), um dia depois da estreia na televisão. A estreia é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 3 de janeiro, às 23h.
'De Volta a Basquiat': documentário mostra trajetória meteórica do artista norte-americano que veio das ruas
Em meio aos prédios, ao barulho e à agitação de Nova York, desponta um jovem artista revolucionário, filho de pai haitiano e mãe porto-riquenha: Jean-Michel Basquiat. Como um cometa, em cerca de sete anos, ele se consolida como o primeiro artista moderno negro a levar sua arte para diversos países do mundo. O documentário “De Volta a Basquiat” conta a sua história meteórica: na TV, através do Curta!, e no streaming, através do CurtaOn – Clube de Documentários.
Valendo-se de depoimentos íntimos de pessoas que conheceram o artista e acompanharam sua carreira de perto, o filme, dirigido por Pierre-Paul Puljiz, narra as suas trajetórias pessoal e, principalmente, profissional. Com apenas 15 anos, Basquiat começava a expressar sua arte e seus sentimentos em muros, por meio de grafites que ele assinava com o pseudônimo de “Samo”, e, desde então, já chamava atenção. Era notório que ali havia um talento fora do comum.
Basquiat foi se tornando cada vez mais conhecido: passou a ser convidado para programas de TV, participou de um filme, começou a vender seus primeiros quadros e a se firmar na cena da arte nova-iorquina com um estilo único, que mesclava o literário com o pictórico. Tal como a cidade, sua vida foi bastante atribulada, entre uma dedicação intensa à pintura, relações conflituosas e abuso de drogas.
O estrelato veio rápido. Em um intervalo de cerca de um ano, ele se tornaria milionário, venderia mais quadros do que conseguia pintar e estamparia as capas das revistas mais conceituadas dos Estados Unidos. Entre as diversas pessoas que conheceu nesse período, estava Andy Warhol, com quem desenvolveu uma parceria que marcou a história da arte: eram duas gerações de artistas que se complementavam.
Outro momento importante registrado pelo documentário é o encontro de Basquiat com suas origens africanas, através de viagens ao continente e do intercâmbio cultural entre ele e artistas africanos, como Ouattara Watts, natural da Costa do Marfim. No entanto, sua vida continuava a ser impactada pela depressão e pelo vício, até que, em agosto de 1988, Basquiat foi encontrado morto por overdose de heroína.
“Hoje em dia, falamos de globalização, mas Jean-Michel já falava disso. (...) Jean é a ponte entre todas essas culturas e quanto mais vamos em direção a outras culturas, mais nos enriquecemos. Por isso, para mim, Jean foi a chave para o futuro”, diz Ouattara, emocionado.
O longa pode ser visto, via streaming, no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br). A exibição no canal Curta! é na Terça das Artes, 31 de dezembro, às 23h.
Segundas da Música – 30/12
22h– “Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor” (Documentário)
Considerado por muitos o “Pai da Sofrência”, Lupicínio Rodrigues (1914-1974) é tema do documentário de estreia de Alfredo Manevy como diretor. O filme celebra o legado poético e musical do cantor e compositor e o contexto histórico em que viveu. Venceu os prêmios de Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora na 17ª edição do Fest Aruanda 2022, recebeu o prêmio do público de Melhor Documentário no Festival Internacional da Língua Portuguesa, em Lisboa, e participou de várias outras mostras no Brasil e no exterior. Com materiais de arquivo do próprio Lupicínio, além de entrevistas e falas de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, e Elza Soares, a produção aborda um episódio importante da história do biografado envolvendo a faixa “Se Acaso Você Chegasse”. A música fez parte da trilha sonora de um musical de Hollywood, “Dançarina Loura”, que foi indicada ao Oscar de 1945. Mas, além de não ter sido consultado sobre o uso da canção, Lupicínio só foi receber direitos autorais anos após o sucesso. Até hoje seus créditos na indicação ao Oscar não foram reconhecidos. Essa é uma das surpreendentes histórias contadas ao longo do documentário, que retrata as dificuldades enfrentadas por um homem do extremo sul do Brasil para chegar ao centro da indústria cultural na primeira metade do século XX. Direção: Alfredo Manevy Duração: 96 min Classificação: 12 anos Horários alternativos: 31 de dezembro, terça-feira, às 2h e às 16h; 1°de janeiro, quarta-feira, às 10h; 4 de janeiro, sábado, às 22h; 5 de janeiro, domingo, às 16h; 6 de janeiro, às 2h10
Terças das Artes – 31/12
23h– ''De volta a Basquiat'' (Documentário)
A vida e a obra do artista nova-iorquino Jean-Michel Basquiat foram marcadas por uma longa busca de identidade, por suas origens familiares haitianas e porto-riquenhas e por uma viagem de redescoberta à África. Retratar este grande pintor do século XX, que morreu em 1988 com apenas 27 anos, é também evocar o lugar dos artistas negros americanos na América conservadora e racista dos anos Reagan. Direção: Pierre-Paul Puljiz Duração: 52 min Classificação: Livre Horários alternativos: 1° de janeiro, quarta-feira, às 3h e às 17h; 2 de janeiro, quinta-feira, às 11h; 4 de janeiro, sábado, às 15h
Quartas de Cena e Cinema – 01/01
23h– ''Viagem Através do Cinema Francês'' (Série) - Episódio: ''Meus Anos 60''
Um olhar para a filmografia de diretores que deixaram suas marcas na inspirada década de 1960: Jacques Rouffio, Jacques Deray, Alain Resnais e Jean-Louis Bertuccelli. Direção: Bertrand Tavernier Duração: 52 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 2 de janeiro, quinta-feira, às 3h e às 17h; 3 de janeiro, sexta-feira, às 11h; 4 de janeiro, sábado, às 21h; 25 de janeiro, domingo, às 13h.
Quintas do Pensamento – 02/01
21h– “Incertezas Críticas” (Série) - Episódio: “Marilena Chauí”
Marilena Chaui é professora emérita de Filosofia da USP e uma das mais importantes pensadoras do Brasil. Ministrou cursos nas universidades de Paris, Pisa, Bolonha, Córdoba, Stanford e Columbia. Neste episódio de “Incertezas Críticas”, ela fala sobre a sua educação na filosofia, desde o colegial até a USP e a Universidade de Vincennes, na França. Além disso, fala da sua trajetória no pensamento sobre o Brasil, sobre o que é a liberdade e sobre a influência do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty no seu trabalho. Direção: Daniel Augusto Duração: 26 min Classificação: 14 anos Horários alternativos: 3 de janeiro, sexta-feira, às 1h e às 15h; 4 de janeiro, sábado, às 20h; 5 de janeiro, domingo, às 12h; 6 de janeiro, segunda-feira, às 9h
Sextas de História e Sociedade – 03/01
23h – “Libertárias: Mulheres Inspiradoras na História do Brasil” (Série) - Episódio: “Leolinda Daltro” - INÉDITO
A história de Leolinda Daltro (1859-1935), pioneira na luta das mulheres pelo direito ao voto, professora, escritora e precursora das lutas pelos direitos dos povos originários. A série mescla cenas ficcionais, entrevistas e material de arquivo. Com Esther Góes no papel de Leolinda Daltro. Direção: Rodrigo Grota Duração: 52 min Classificação: 10 anos Horários alternativos:4 de janeiro, sábado, às 3h e às 18h; 5 de janeiro, domingo, às 10h; 6 de janeiro, segunda-feira, às 17h; e 7 de janeiro, terça-feira, às 11h
Sábado– 04/01
19h30 - “101 Canções Que Tocaram o Brasil” (Série) - Episódio: Brasil mostra a tua cara”
A história do nascimento, crescimento e amadurecimento de um país e sua sociedade por meio de sua expressão cultural máxima - a música popular. Direção: Roberto de Oliveira Duração: 26 min Classificação: Livre Horários Alternativos: 5 de janeiro, domingo, às 11h30;
Domingo– 05/01
21h- “Guignard: Mundo Sem Chão” (Documentário)
Críticos de arte, colecionadores e ex-alunos do pintor mineiro Alberto da Veiga Guignard (1896-1962) falam sobre a importância e a atualidade de sua obra, além dos tormentos e paradoxos da vida do artista, famoso pela forma como retratou paisagens de Minas Gerais, temas religiosos e naturezas mortas. Direção: Marcos Guttman Duração: 52 min Classificação: Livre
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