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Dois grandes repórteres. Duas histórias reais e emocionantes que revisitam o passado e onde o amor se faz presente. Produzidos pelo Jornalismo da Globo, os documentários originais Globoplay ‘Malvinas: O Diário de uma Guerra’ e ‘Kubrusly: mistério sempre há de pintar por aí’ chegam à plataforma, respectivamente, nos dias 3 e 4 de dezembro. Nas mesmas datas de seus lançamentos, os dois serão exibidos na 57ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O longa ‘Kubrusly: mistério sempre há de pintar por aí’ já havia estreado em novembro, quando abriu a 11ª Mostra de Cinema de Gostoso, no Rio Grande do Norte.
Malvinas: O Diário de uma Guerra
‘Malvinas: O Diário de uma Guerra’ é a história da paixão de um repórter pelo seu ofício. Correspondente da Globo em Londres na década de 80, Ricardo Pereira cobriu a guerra das Malvinas, iniciada em abril de 1982. O conflito entre a Argentina e o Reino Unido durou 74 dias e deixou 255 ingleses e 649 argentinos mortos. Um ano após o fim da guerra, o jornalista foi às Ilhas Malvinas e encontrou, nos campos, perto de Goose Green, onde aconteceu uma das mais importantes batalhas, o diário de um soldado argentino. Ele leu alguns trechos em uma de suas reportagens, mas teve que devolvê-lo ao oficial britânico que o acompanhava. Quase quarenta anos depois, quando vivia em Lisboa e já como diretor do escritório da Globo em Portugal, Ricardo descobre um câncer grave e dá início a uma dolorosa jornada de recuperação e convivência com a doença. No dia em que recebe a notícia de um novo tratamento na Alemanha que poderia dar a ele mais tempo de vida, também fica sabendo que o veterano Adrián Sachetto, dono do diário, está vivo e mora na Argentina. O jornalista decide ir ao seu encontro para fazer um convite: voltarem juntos às Ilhas Malvinas. Doente, cansado, desenganado pelos médicos, ele enfrenta uma outra guerra: a do repórter que precisa contar sua última história.
“O fato de saber que o soldado estava vivo despertou o repórter que havia dentro dele e o manteve vivo para contar mais uma história, a última história como ele mesmo dizia. E isso é muito bonito. Infelizmente, ele não conseguiu finalizar e contar do jeito que queria. Nós tivemos que adaptar o documentário, mas mantivemos o eixo principal que é essa paixão do repórter”, explica a jornalista Eugenia Moreyra, diretora do documentário. Eugenia era uma das amigas mais próximas de Ricardo Pereira e assumiu a direção da produção após a morte dele em dezembro de 2023.
Ricardo e Adrián embarcaram para as Malvinas acompanhados de suas famílias. Alguns imprevistos acabaram mudando os planos das gravações. O jornalista faleceu duas semanas após voltar de viagem. Coube à filha, Sofia Pereira, produtora executiva do documentário, dar continuidade ao projeto.
“Meu pai voltou a ter vontade de viver, de trabalhar. A gente ficava até às três horas da manhã fazendo pesquisa sobre a guerra, ele ficava superanimado ao fazer novas descobertas porque, apesar de ter coberto o conflito, ele não sabia em que grau isso ainda era uma ferida para os argentinos. Ele se reconectou com várias pessoas do passado e eu consegui partilhar esses momentos com ele. Para mim foi muito importante ter conseguido fazer essa viagem ao lado dele e ter passado todos esses meses trabalhando nesse projeto junto com ele”, conta Sofia.
O documentário traz imagens de arquivo e reportagens de Ricardo e da Globo na época, além do uso de animação para reconstituir os conflitos. O filme também ouve amigos do jornalista, como Drauzio Varella, sobre a batalha dele contra o câncer e a empolgação com a possibilidade de reviver essas memórias e contar mais uma história.
‘Malvinas: O Diário de uma Guerra’ tem direção de Ricardo Pereira e Eugenia Moreyra, produção executiva de Sofia Pereira e Clarissa Cavalcanti, e edição final de Dani Dantas. O documentário será lançado no Globoplay no dia 3 de dezembro.
Kubrusly: mistério sempre há de pintar por aí
‘Kubrusly: mistério sempre há de pintar por aí’ retrata a história de um dos mais brilhantes jornalistas de cultura do Brasil. Conhecido por seu imenso repertório, Maurício Kubrusly foi crítico musical e escreveu sobre os mais variados assuntos. Passou por jornais impressos, revista, rádio e TV. Ingressou na TV Globo na década de 80. Inicialmente, no ‘Jornal Hoje’, mas foi no ‘Fantástico’ que ganhou o país com o quadro "Me leva, Brasil", que permaneceu no ar por 17 anos. O documentário resgata sua trajetória com imagens de arquivo e depoimentos de amigos e profissionais que trabalharam com ele. Diagnosticado com Demência Fronto Temporal, Kubrusly já não reconhece quem ele foi e sua própria história. A doença consumiu suas lembranças e afetou a sua capacidade de ler e escrever. Hoje, ele vive com a mulher, Beatriz Goulart, em uma comunidade à beira mar no Sul da Bahia. O documentário acompanha a rotina deles e mostra a linda relação de amor do casal.
"Além de falar da carreira desse grande jornalista, o documentário mostra uma história de amor, um vínculo inspirador. O Kubrusly, por vezes, não se reconhece mais e a esposa dele tem o hábito de mostrar as coisas que ele fez, de apresentá-lo a ele mesmo o tempo todo. O que a Beatriz faz para mantê-lo produtivo, dentro das possibilidades dele, como ela o cerca de cuidados e faz um esforço para preservar a memória dele é admirável”, diz Evelyn Kuriki, diretora e roteirista do documentário.
Bia é quem conduz o encontro da equipe do Jornalismo da Globo com o Kubrusly. Junto com ele, sempre escolhe algo para tocar da coleção de mais de oito mil CDs que ainda preservam. A música sempre foi a paixão do jornalista e é o fio que o conecta ao momento presente. Alguns versos ainda restam na sua memória, como 'Mistério sempre há de pintar por aí’, nome do documentário, vindo da canção "Esotérico", de Gilberto Gil. A produção promove um reencontro emocionante entre os dois, no estúdio de Gil no Rio de Janeiro. Na ocasião, Bia lê para Kubrusly uma crítica que ele fez ao cantor, há 50 anos.
"Sobrou generosidade e também afeto nesse encontro com Gil. Quando a memória não dava conta, vinha a música, e ela tem o poder de resgatar a atenção do Kubrusly ao agora. Ele sempre teve ouvido e língua afiados para a obra de Gil, e para uma variedade enorme de outros artistas. Era estudioso, metódico, escrevia impressões em papeizinhos que guardava nas caixas de vários CDs. Já fazia anotações na época dos LPs, e ainda estava em plena forma quando veio o ipod. O dele tem 16 mil músicas, escolhidas com o rigor de um crítico musical atento às novidades. A trilha do documentário acaba sendo uma playlist do que mais capta a atenção dele, até hoje", destaca Caio Cavechini, também diretor do longa.
O Documentário ‘Kubrusly: mistério sempre há de pintar por aí’ tem direção de Caio Cavechini e Evelyn Kuriki, que assina ainda o roteiro. O documentário será lançado no Globoplay no dia 4 de dezembro.
Esses dois documentários compõem as mais de 704 obras do gênero que o público pode encontrar no Globoplay, entre originais, licenciados, brasileiros e estrangeiros. A plataforma também possui o maior portifólio de documentários nacionais, que ajudam a contextualizar a história do país e de nomes importantes da nossa cultura e esporte brasileiro. Histórias potentes que ganham repercussão muito além das telas, como as produções ‘Vale o Escrito: a guerra do jogo do bicho’, ‘Boate Kiss: a tragédia de Santa Maria’, ‘MC Daleste: mataram o pobre loco’, ‘Rio-Paris: a tragédia do voo 447’, ‘extremistas.br’ (prêmio de melhor filme em defesa dos direitos humanos do One World Film Festival), ‘Vale dos Isolados: o assassinato de Bruno e Dom’ (Prêmio Gabo de Jornalismo na categoria imagem e um dos vencedores do Prêmio Vladimir Herzog de anistia e direitos humanos), ‘Cadê o Amarildo?’, ‘Escola Base - Um repórter enfrenta o passado’, ‘Xuxa, o Documentário’, ‘Pra Sempre Paquitas’, ‘O Caso Robinho’, ‘Belo: Perto Demais da Luz’, entre outros.