''Falar em anistia é acenar para impunidade'', afirmou o ministro da Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal, Paulo Pimenta, em entrevista exclusiva à RECORD NEWS

Foto: Divulgação / RECORD NEWS 

Nesta quinta-feira (21/11), em entrevista exclusiva ao programa Hora News, da RECORD NEWS, o ministro da Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal, Paulo Pimenta, falou sobre a descoberta do plano para uma tentativa de golpe de Estado e assassinato do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.  
  
Com a repercussão do caso, Pimenta foi questionado sobre a possibilidade de anistia diante dos novos fatos que vieram à tona. “Falar em anistiar é acenar para a impunidade. Imaginar pessoas que tentaram matar o presidente da República, o vice-presidente e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, utilizando a estrutura do Estado, coronéis, generais, Polícia Federal e envolvendo o próprio presidente da República. Essas pessoas serem anistiadas por que estão pedindo clemência agora? Foram tão corajosas, tão audaciosas na hora de promover o golpe”, declarou o ministro.  
  
Pimenta também comentou sobre a responsabilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro no caso: “Sinceramente, o Bolsonaro deveria ter a coragem de assumir a responsabilidade, pois isso, sim, poderia ser um gesto que evitasse que pessoas abaixo do nível hierárquico dele assumissem esse nível de responsabilidade. Ele deveria ter a coragem de falar: ‘Fui eu mesmo. Eu perdi a eleição, não aceitei o resultado, ajudei a financiar e mobilizar as forças que eu tinha, tentei dar o golpe e não consegui, porque as Forças Armadas não quiseram. Se alguém tiver que ser responsabilizado, sou eu.’ Bolsonaro tinha que ter a hombridade, a coragem, a decência de fazer isso”, disse o ministro.  
  
Sobre a suposta atuação deliberada de agentes ligados ao governo anterior, Pimenta destacou a gravidade da situação: “Talvez não tenha sido uma falha, mas algo intencional. Foi o governo anterior que indicou, não foi o nosso governo, nem fomos nós que convidamos. A Polícia Federal, o Exército, a Receita Federal são instituições do Estado Federal, não de governo. Agora, descobrimos que essas instituições foram tomadas de assalto por criminosos”, afirmou o ministro.  
  
Questionado sobre a reação do presidente Lula à descoberta do plano, Pimenta relatou a perplexidade do chefe do Executivo. “O presidente Lula recebeu a notícia com perplexidade e indignação. Não é uma coisa trivial imaginar que o ajudante de ordens do Bolsonaro, o tenente-coronel Sid, tinha no computador um plano detalhado que envolvia o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Alckmin e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Estamos falando de pessoas do núcleo de poder da campanha de Bolsonaro que tinham uma casa que funcionou como QG da organização desses atos em frente aos quartéis. Então, é evidente que qualquer pessoa, ao tomar conhecimento dos detalhes sórdidos dessa ação criminosa e da audácia desses criminosos, recebe isso com perplexidade”, disse o ministro.  
  
O ministro também esclareceu os próximos passos envolvendo os envolvidos na tentativa de golpe. “A partir da conclusão do inquérito, eles serão indiciados. O Ministério Público Federal os denunciará, e eles serão réus. Vão a julgamento e, se condenados, serão presos. Vão cumprir pena por crimes contra a democracia, contra o Estado Democrático de Direito. O inquérito está para ser concluído, e saberemos quem são todas as pessoas envolvidas nessa cadeia de comando, nessa organização criminosa que, tudo indica, tinha como principal líder o Bolsonaro”.
  
Por fim, Pimenta abordou a questão da imagem das Forças Armadas diante da participação de militares no plano. “Os militares são os primeiros interessados em retirar as ‘laranjas podres’ da corporação. Há total colaboração, disposição e compromisso com a democracia e a Constituição. Além de responderem pelos crimes, eles vão responder dentro das instituições a que pertencem, pois acabam envergonhando-as, sujando o nome do Exército Brasileiro, das Forças Armadas. Tenho certeza de que os militares, de forma alguma, querem ver sua história e trajetória vinculadas a uma ação criminosa tão perversa, tão diabólica, pensada e planejada por Bolsonaro e por aqueles que estavam próximos dele, que não aceitaram o resultado das eleições e tentaram dar um golpe no país”, esclareceu o ministro.  
 
Acompanhe a entrevista na íntegra no canal da RECORD NEWS pelo Youtube: 

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