Documentário traz depoimentos inéditos de integrantes do movimento, ex-policiais e pessoas que presenciaram de perto a atuação dos Panteras Negras Foto: Crédito: Divulgação/Curta! |
Na década de 1960, enquanto a Guerra Fria ocupava o noticiário político e a ação da polícia nas ruas sublinhava a opressão contra os negros, surgia um dos mais influentes e importantes movimentos dos Estados Unidos no século XX: o Partido dos Panteras Negras. Sua história é contada no documentário ''Panteras Negras: Vanguarda da Revolução'', que chega agora ao Curta!, em dois episódios.
Com imagens de arquivo e depoimentos inéditos de integrantes do movimento, ex-agentes das forças policiais e pessoas que presenciaram de perto a atuação dos Panteras Negras, o filme explora o contexto social complexo dos Estados Unidos e mostra como essa mistura resultou na criação do grupo.
“O que incentivou a criação dos Panteras Negras foi o que víamos na televisão todo dia, ataques de cães, mangueiras de incêndio, bombas...Surgiram vozes dentro da comunidade que diziam que não continuaríamos dando a outra face”, conta Jamal Joseph, integrante do Partido.
Se a relação entre a polícia e a população negra ficava cada vez pior e mais agressiva, os Panteras Negras surgiram como um contraponto. O documentário mostra como, antes de se tornar um movimento amplo, a ideia era criar grupos de autodefesa contra os abusos policiais. Veio daí a escolha da pantera como símbolo, um animal tranquilo, mas que ataca quando provocado.
“Assim, assumimos a posição de que, para sermos livres, esse sistema teria de ser destruído. Não poderíamos ser livres num sistema que já começou nos oprimindo’’, afirma a militante Elaine Brown.
No primeiro episódio “Resiliência”, o diretor e roteirista Stanley Nelson mostra como, mesmo sob monitoramento e investigação do governo, que via nos Panteras uma ameaça interna, o grupo cresce, cria programas de assistência comunitária, e a nova consciência social e racial se espalha.
Os Panteras Negras se tornam referência e chegam à cultura e à moda, conquistando as pessoas pelo modo de se vestir e de ser, símbolos de orgulho e pertencimento.
“Fui ensinada a ser delicada, comportada, a quando sair em público saber que o homem branco estava ouvindo. Com os Panteras Negras entrando em cena, a mensagem foi completamente diferente. Tínhamos esse outro retrato de nós mesmos e estávamos adorando”, conta a escritora Rita Williams-Garcia.
“Panteras Negras: Vanguarda da Revolução” é um documentário em duas partes, com episódios de 54 minutos, produzido pela Firelight Films. O filme também está disponível no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br). A estreia é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 29 de novembro, às 22h.
‘Tia Ciata’: episódio inédito da série ‘Libertárias: Mulheres Inspiradoras na História do Brasil’ resgata a memória da sambista
É difícil definir o legado da Tia Ciata em um só conceito. Figura icônica no desenvolvimento do samba em terras cariocas, ela teve uma atuação importante também na defesa do candomblé e da cultura negra. Sua influência, que se entrelaça com a história do Rio de Janeiro e com as manifestações culturais e religiosas da cidade, é revisitada no terceiro episódio da série inédita e exclusiva “Libertárias: Mulheres Inspiradoras na História do Brasil”, que estreia no Canal Curta!.
Viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), a produção resgata e valoriza a biografia dessas mulheres, além de ressaltar seus papéis em movimentos sociais do passado para mostrar como suas histórias influenciam o presente.
“Ela é, ao mesmo tempo, uma expressão do tempo dela e uma pessoa vanguardista para esse tempo. Para entender a figura da Tia Ciata, precisamos entender as transformações pelas quais passava a sociedade brasileira na virada do século XIX para o século XX. Ela vai encarnar as mutações desse tempo histórico com o conhecimento de duas cidades emblemáticas na história do Brasil”, avalia o professor e historiador do samba, Tiaraju Pablo D’Andrea.
Hilária Batista de Almeida, seu nome de batismo, viveu no período mais tenso da escravidão. Mulher negra vanguardista, nascida no recôncavo baiano, Tia Ciata, que pode ter sido a primeira pessoa livre da sua família, chega na então capital do país aos 22 anos, em busca de uma vida melhor.
“As pessoas escravizadas não tinham conceito de família, não tinham direito, porque eram vendidas, eram mercadorias. Então, as relações entre elas, a sociabilidade delas dependia muito de pessoas como a Tia Ciata, que tinham a sua casa e faziam dessa sua casa um espaço ampliado, de família ampliada. As pessoas que chegavam ali eram acolhidas, independente de laços de sangue”, afirma a pesquisadora e professora da UFPR, Juliana Barbosa.
Como a vida em comunidade sempre foi uma forma de resistência, Tia Ciata fez parte das tias baianas, conhecidas assim por acolherem quem não eram seus filhos. Essas mulheres fazem desses locais de acolhimento uma manifestação de religiosidades, dança e música. Esses espaços foram fundamentais para o surgimento da cultura do samba.
O terceiro episódio da série “Libertárias: Mulheres Inspiradoras na História do Brasil” nos transporta para essas histórias, em um período marcado pela criminalização de elementos da cultura africana. A curandeira, ialorixá e artista Tia Ciata surge, então, pavimentando um caminho de coletividade e ajuda mútua.
Em celebração ao Mês da Consciência Negra, os três primeiros episódios de “Libertárias: Mulheres Inspiradoras na História do Brasil” são sobre mulheres negras: Dandara, Maria Felipa de Oliveira e Tia Ciata. A série também trará as biografias de Filipa de Sousa, Clara Camarão, Maria Quitéria, Narcisa Amália e Leolinda Daltro.
Com oito episódios de 52 minutos, “Libertárias Mulheres Inspiradoras na História do Brasil” é uma produção da Kinopus. Os episódios estarão no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br), um dia depois da estreia na televisão. A estreia é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 29 de novembro, às 23h.
Segundas da Música – 25/11
21h– “Na Trilha do Som” (Série) - Episódio: “André Abujamra”
O ator, compositor e multi-instrumentista André Abujamra nos recebe em seu estúdio para falar do seu processo de trabalho. Pegando exemplos como a trilha de "Carandiru", ele revela como se dá a relação do compositor com o diretor do filme e também mostra a agilidade com que consegue criar um tema musical. Direção: Marcelo Janot Duração: 24 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 26 de novembro, terça-feira, às 1h e às 15h; 27 de novembro, quarta-feira, às 9h; 30 de novembro, sábado, às 19h; 1° de dezembro, domingo, às 11h
Terças das Artes – 26/11
22h30 – “Mulheres Radicais” (Documentário)
Entre 2017 e 2018, uma exposição histórica reuniu 120 artistas plásticas latino-americanas que produziram trabalhos pioneiros entre os anos 1960 e 1980. Foi assim que "Mulheres Radicais" revelou nomes que passaram a ser reconhecidos e celebrados pela primeira vez, abrindo um novo capítulo na história da arte do século XX. Direção: Isabel De Luca, Isabel Nascimento Silva Duração: 72 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 27 de novembro, quinta-feira, às 2h30 e às 16h30; 28 de novembro, sexta-feira, às 10h30; 30 de novembro, sábado, às 15h30 e 1° de dezembro, domingo, às 22h30
Quartas de Cena e Cinema – 27/11
21h30– “Dois Sertões” (Documentário)
A obra e a vida do importante cineasta baiano Geraldo Sarno são intimamente reveladas durante as filmagens da série "Sertão de Dentro" e do longa-metragem "Sertânia". Direção: Caio Resende, Fabiana Leite Duração: 80 min Classificação: Livre Horários alternativos: 28 de novembro, quinta-feira, às 1h30 e às 15h30; 29 de novembro, sexta-feira, às 9h30; 30 de novembro, sábado, às 14h; 1° de dezembro, domingo, às 21h30
Quintas do Pensamento – 28/11
21h– “Incertezas Críticas” (Série) - Episódio: “Christian Dunker”
Christian Dunker é psicanalista, professor titular do Instituto de Psicologia da USP e autor de diversos livros. No episódio, ele relaciona as políticas de identidade com a psicanálise, explica como “a lógica do condomínio” pode ajudar a pensar o Brasil, fala sobre “fake news” e explica como o conceito lacaniano do real pode ajudar a pensar o que muda e o que fica no capitalismo contemporâneo. Direção: Daniel Augusto Duração: 26 min Classificação: 14 anos Horários alternativos: 29 de novembro, sexta-feira, às 1h e às 15h; 1° de dezembro, domingo, às 14h; e 2 de dezembro, segunda-feira, às 9h.
Sextas de História e Sociedade – 29/11
22h- “Panteras Negras: Vanguarda da Revolução” (Série) – Episódio: “Resiliência” – Exclusivo no Curta!
O documentário explora a trajetória do Partido dos Panteras Negras, o seu significado para a cultura americana, o despertar cultural e político que representou para os negros e as dolorosas lições que ensinou sobre o que leva um movimento a descarrilar. O documentarista Stanley Nelson vai direto às fontes, exibindo um tesouro de imagens de arquivo raras com as vozes das pessoas que estavam lá: policiais informantes do FBI, jornalistas apoiadores e detratores e Panteras Negras que permaneceram leais ao partido e aqueles que o deixaram. Apresentando Kathleen Cleaver, Jamal Joseph e muitos outros, “Panteras Negras: Vanguarda da Revolução” é uma história essencial e uma crônica vibrante deste movimento fundamental que deu origem a uma nova cultura revolucionária nos Estados Unidos. Direção: Stanley Nelson. Duração: 54 min Classificação: 12 anos Horários alternativos: 30 de novembro, sábado, às 2h e às 17h; 1° de dezembro, domingo, às 23h; e 2 de dezembro, segunda-feira, às 16h
23h – ''Libertárias: Mulheres Inspiradoras na História do Brasil'' (Série) - Episódio: “Tia Ciata” - Inédito e exclusivo no Curta!
A história de Tia Ciata (1854-1924), curandeira que se mudou da Bahia para o Rio de Janeiro no século XIX e foi uma das grandes responsáveis pelo surgimento do samba carioca, além de contribuir para a difusão do candomblé. A série mescla cenas ficcionais, entrevistas e material de arquivo. Com a atriz Edna Aguiar no papel de Tia Ciata. Direção: Rodrigo Grota Duração: 52 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 30 de novembro, sábado, às 3h e às 18h; 1° de dezembro, domingo, 10h; 2 de dezembro, segunda-feira, às 17h e 3 de dezembro, terça-feira, às 11h.
Sábado– 30/11
22h – “Balanço Black” (Série) - Episódio: “Onda”
O “gênio indomável” do soul brasileiro: Cassiano. A indústria do soul brasileiro cresce no início dos anos 1970 e mostra diversidade com o “soul branco” da banda Azymuth, Vanusa, Marcos Valle, Elis Regina, Ivan Lins e Artur Verocai. Em meio ao racismo da época, Tony Tornado é preso no palco cantando com Elis e Tim Maia entra na fase “Racional”. Direção: Flávio Frederico Duração: 26 min Classificação: 12 anos Horários alternativos: 1° de dezembro, domingo, às 9h
Domingo– 01/12
18h30– ''Para Ver Freud'' (Série) - Episódio: “O Inconsciente”
Se há um conceito polêmico no campo da Psicanálise, e fora dele, esse conceito é o inconsciente postulado por Freud. Este é o tema do quarto episódio de “Para Ver Freud”. As menções a este conceito, que faz funcionar o aparelho psíquico humano, aparecem desde muito cedo na obra do pai da Psicanálise e ocasionam rachas importantes na disciplina. Direção: Lyana Peck Duração: 40 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 2 de dezembro, segunda-feira, às 11h
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