Canal Brasil exibe maratona de filmes premiados no Festival de Brasília

Cena do documentário ''Ivan, o TerriRvel'', de Mario Abbade. Foto: Divulgação  

O 57º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro será realizado entre os dias 30 de novembro e 7 de dezembro, e como forma de prestigiar mais uma edição do evento, o Canal Brasil exibe neste domingo, 24 de novembro, a partir das 10h30, onze filmes, entre curtas e longas-metragens, vencedores em categorias diversas incluindo o Prêmio Canal Brasil de Curtas nos últimos anos do festival. Entre as produções selecionadas, está o longa inédito “Ivan, o TerriRvel”, de Mario Abbade, uma coprodução do Canal Brasil, que ganhou o Prêmio Especial do Júri em 2020. O documentário resgata a obra do cineasta Ivan Cardoso, o inventor do subgênero cinematográfico, o terrir, que mistura comédia, chanchadas brasileiras, terror e suspense clássico norte-americano.

Os outros longas-metragens exibidos serão: “Candango: Memórias do Festival”, de Lino Meireles, vencedor do prêmio de Melhor Longa-Metragem na Mostra Brasília e no Prêmio Marco Antônio Guimarães em 2020. O filme retrata o surgimento do Festival de Brasília após um ano do início do golpe militar no Brasil, em 1965, e reúne as memórias de mais de 50 entrevistados que participaram da trajetória de 59 anos do festival, como a cineasta e atriz Helena Ignez, o diretor Ruy Guerra e o ator Rodrigo Santoro. Já o longa “A Febre”, de Maya Da-Rin, vencedor das categorias de Melhor Filme, Direção, Ator (Regis Myrupu), Fotografia (Bárbara Álvares) e Som (Felippe Schultz Mussel) em 2019, acompanha Justino (Regis Myrupu), um indígena de Manaus, que passa a ter uma febre misteriosa no mesmo momento em que sua filha se prepara para cursar Medicina em Brasília. 

Com Johnny Massaro, o “O Pastor e o Guerrilheiro”, de José Eduardo Belmonte, também faz parte da programação e retrata o drama de uma jovem ao descobrir que seu pai foi um torturador durante a ditadura militar no Brasil. O filme venceu as categorias de Melhor Longa-Metragem e Melhor Som (Olivia Hernández) na Mostra Brasília em 2022. O documentário “Mato Seco em Chamas”, de Joana Pimenta e Adirley Queirós, acompanha uma operação da polícia militar contra o tráfico de drogas na cidade de Ceilândia, no Distrito Federal, em 2013. O filme ganhou os prêmios de Melhor Direção, Melhor Roteiro (Adirley Queirós e Joana Pimenta), Melhor Atriz (Lea Alves e Joana Darc), Melhor Atriz Coadjuvante (Andreia Vieira), Melhor Ator Coadjuvante (coral de motoqueiros), Melhor Direção de Arte (Denise Vieira), Melhor Trilha Sonora (Muleka 100 Kalcinha) e Melhor Filme do Prêmio da Crítica em 2022.

Em “Piedade”, de Cláudio Assis, Fernanda Montenegro interpreta Dona Carminha. Ela e sua família tentam resistir a uma proposta de uma grande petroleira que chega na região onde moram. O longa ganhou o Prêmio Especial do Júri de Melhor Longa-Metragem, além das categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Cauã Reymond) e Melhor Direção de Arte (Carla Sarmento) na edição de 2019.

''Piedade'' de Cláudio Assis; ''Candango: Memórias do Festival'', de Lino Meireles; ''Como Respirar Fora D’Água'', de Júlia Fávero e Victoria Negreiros; e ''Alfazema'', de Sabrina Fidalgo. Fotos: Divulgação

A Maratona Festival de Brasília também apresenta cinco curtas-metragens, são eles: “Escasso”, de Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles, eleito Melhor Curta-Metragem pelo Júri Oficial, Melhor Direção e Melhor Atriz (Clara Anastácia) em 2022. O filme acompanha Rose, personagem interpretada pela diretora Clara Anastácia, uma passeadora profissional de pets que apresenta sua nova casa para uma equipe documental e celebra o sonho da casa própria. Em “Nossos Passos Seguirão os Seus”, de Uilton Oliveira, o militante anarquista Domingos Passos teve sua história apagada, mas se torna protagonista do documentário, que levou o Prêmio Canal Brasil de Curtas em 2022. Já o curta-metragem “Chão de Fábrica”, de Nina Kopko, foi premiado como Melhor Curta pelo Júri Oficial, Melhor Direção, Melhor Atriz (Joana Castro), Melhor Montagem (Lis Paim) e Melhor Figurino (Gabriella Marra) em 2021, e narra as experiências de quatro mulheres operárias de uma metalúrgica do ABC Paulista.

Também integram a maratona o curta “Como Respirar Fora D’Água”, de Júlia Fávero e Victoria Negreiros, em que uma nadadora negra é enquadrada por policiais ao sair de sua aula de natação, refletindo sobre a relação com o pai que também atua como policial. O filme levou o prêmio de Melhor Som (Bia Hong) e o Prêmio Canal Brasil de Curtas na edição de 2021. O último curta-metragem a ser exibido na programação é “Alfazema”, de Sabrina Fidalgo, que levou o prêmio de Melhor Direção e Melhor Trilha Sonora (Vivian Caccuri) em 2019 e traz a personagem Flaviana (Shirley Cruz) que, durante o Carnaval, teve um caso com um amante que se recusa a sair do chuveiro.

Maratona Festival de Brasília
Horário: Domingo, 24/11, a partir das 10h30

Candango: Memórias do Festival (2020) (118’)
Horário: Domingo, dia 24/11, às 10h30
Classificação: 14 anos
Direção: Lino Meireles

Sinopse: Em 1965, um ano após o início da ditadura militar brasileira, um oásis de liberdade foi  inaugurado na capital do país: o Festival de Cinema de Brasília, marco da resistência  cultural e política. Este documentário conta a trajetória do evento a partir de relatos das  pessoas que construíram a história do festival, entre elas a cineasta e atriz Helena Ignez,  o diretor Ruy Guerra, o ator Rodrigo Santoro e o crítico Rubens Ewald Filho. O filme  propõe o resgate da memória do que se passou em mais de 50 anos de celebração do  cinema brasileiro pelas lembranças de mais de 50 entrevistados.

Escasso (2022) (15’)
Horário: Domingo, dia 24/11, às 12h30
Direção: Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles

Sinopse: Um mockumentary político que nunca fala de política. Rose, uma passeadora de pets, apresenta seu novo lar para uma equipe documental enquanto celebra a realização do sonho da casa própria, mesmo que ocupada.

A Febre (2019) (96’)
Horário: Domingo, dia 24/11, às 12h50
Classificação: 10 anos
Direção: Maya Da-Rin 

Sinopse: Justino, de 45 anos, indígena do povo Desana, é segurança no porto de Manaus, Amazonas. Enquanto sua filha se prepara para estudar medicina em Brasília, Justino é dominado por uma febre misteriosa. 

Nossos Passos Seguirão os Seus (2022) (13’)
Horário: Domingo, dia 24/11, às 14h30
Classificação: Livre
Direção: Uilton Oliveira

Sinopse: Apagado da história oficial do movimento operário brasileiro, Domingos Passos, um aguerrido militante anarquista, sai das sombras em direção à eternidade.

O Pastor e o Guerrilheiro (2022) (115’)
Horário: Domingo, 24/11, às 14h45
Classificação: 14 anos
Direção: José Eduardo Belmonte

Sinopse: Em 1968, o jovem comunista João deixa a universidade e vai para uma guerrilha na Amazônia. É preso, torturado e enviado para a prisão em Brasília, onde encontra Zaqueu, um cristão evangélico preso por engano. Eles sofrem juntos, superam diferenças ideológicas, se ajudam e marcam um encontro para 27 anos depois, à meia-noite, na virada do milênio, em cima da Torre de TV de Brasília - mas João morre em um acidente de carro, em 1990. Em 1999, um velho coronel do exército suicida-se e deixa parte de sua herança para Juliana, filha bastarda fruto de seu relacionamento com a antiga empregada da casa. Através de um livro encontrado na casa, ela descobrirá que seu falecido pai foi o torturador dos dois jovens no passado e que o encontro marcado entre os rapazes não ocorrerá. O destino colocou Juliana na história e o encontro marcado terá um desfecho diferente do que foi combinado.

Chão de Fábrica (2022) (24’)
Horário: Domingo, 24/11, às 16h40
Direção: Nina Kopko

Sinopse: ​1979. As máquinas desligam para o horário do almoço dentro de uma metalúrgica do ABC Paulista. Quatro operárias comem dentro do banheiro feminino. Entre risos e conflitos, cada uma guarda o seu segredo.​

Mato Seco em Chamas (2022) (153’)
Horário: Domingo, 24/11, às 17h05
Classificação: 14 anos
Direção: Adirley Queirós e Joana Pimenta

Sinopse: Na favela de Sol Nascente, na Ceilândia (DF), a principal moeda de troca entre grupos inimigos é o petróleo. Chitara, grande gasolineira da região, tenta fidelizar a clientela junto ao seu poço particular, com a ajuda da irmã. Quando o Brasil se torna mais conservador e ameaça votar na extrema-direita, o posicionamento de Chitara se transforma num ato político.

Como Respirar Fora D’Água (2021) (16’)
Horário: Domingo, 24/11, às 19h40
Classificação: 12 anos
Direção: Júlia Fávero e Victoria Negreiros

Sinopse: No caminho de volta de um dos treinos de natação, Janaína é violentamente incriminada pela polícia. Agora em casa e livre de perigo, ela encara sua relação com o pai, Júlio, também policial militar, com outros olhos.

Piedade (2021) (94’)
Horário: Domingo, 24/11, às 20h
Classificação: 18 anos
Direção: Cláudio Assis

Sinopse: A rotina dos moradores da pacata cidade litorânea de Piedade é abalada pela chegada de Aurélio (Matheus Nachtergaele), um grande empresário da indústria petrolífera de São Paulo, que planeja remover todas as residências e empreendimentos da região, a fim de ter melhor acesso aos recursos naturais.

Alfazema (2021), de Sabrina Fidalgo
Horário: Domingo, 24/11, às 21h35
Classificação: 14 anos
Direção: Sabrina Fidalgo

Sinopse: Alfazema é um curta-metragem brasileiro de comédia, escrito e dirigido por Sabrina Fidalgo e vencedor de prêmios no Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro e no Festival de Brasília. Ao longo de 24 minutos, o curta traz a personagem Flaviana (Shirley Cruz) que, durante o Carnaval, precisa enfrentar um difícil dilema: como se livrar de um casinho da noite passada que se recusa a sair de seu chuveiro? 

Ivan, o TerriRvel (2024) (103') – Coprodução – Inédito
Horário: Domingo, 24/11, às 22h
Classificação: 18 anos
Direção: Mario Abbade

Sinopse: O documentário “Ivan, o TerriRvel” promove um resgate da obra do cineasta Ivan Cardoso, o inventor de um subgênero cinematográfico, o terrir. Uma mistura de comédia, chanchadas brasileiras, e de filmes de terror e suspense clássicos norte-americanos. O documentário também traz um material de arquivo, cenas documentais, animações e reconstruções ficcionais, buscando refletir sobre sua importância cinematográfica e traçar o retrato de um personagem marcante na historiografia do cinema brasileiro. Também retrata a sua parceria com o artista plástico Hélio Oiticica.

Postar um comentário

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do O Universo da TV.

Postagem Anterior Próxima Postagem

Formulário de contato