TV Cultura reapresenta Os Caminhos da Democracia, documentário que recebeu Menção Honrosa no Prêmio Vladimir Herzog

Foto: Divulgação TV Cultura

A TV Cultura reapresenta nesta quarta-feira (30/10), às 22h, o documentário Os Caminhos da Democracia – 1932 - 1977: a história do Movimento Estudantil no Brasil, produzido pelo Jornalismo da emissora, com pesquisa, roteiro e redação do jornalista e professor Gabriel Priolli. A produção recebeu Menção Honrosa no 46º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, um dos mais prestigiados do país, em que concorria na categoria Vídeo.
 
O documentário, que traz uma perspectiva do Movimento Estudantil, destaca os primórdios da luta em 1932, com a morte dos estudantes paulistas Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo (MMDC) em manifestação que precedeu a Revolução Constitucionalista de 32.
 
Ao longo dos 90 minutos de duração, a produção resgata imagens brutas inéditas, extraídas do rico acervo da TV Cultura: cenas que mostram os avanços e recuos do movimento estudantil, às vezes conseguindo driblar a repressão; e em outros momentos, sofrendo os efeitos brutais do enfrentamento contra o regime, além de conversar com personagens que viveram a realidade do movimento estudantil na época.
 
Priolli, que tem passagens pelos principais veículos de comunicação do País, era repórter da TV Cultura, testemunhou e gravou o levante dos estudantes contra a ditadura militar. Num depoimento pessoal, ele, que também foi aluno e trabalhou ao lado de Vladimir Herzog – assassinado pelo regime militar, relembra o papel dos estudantes no processo de redemocratização e a participação dele na cobertura jornalística dos anos 70.
 
O documentário ainda conversa com personagens do movimento estudantil da época, como Paulo Moreira Leite, ex-estudante da USP e atualmente jornalista no Brasil 247; o atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, economista formado pela USP, que atuou na corrente estudantil Refazendo; e o também jornalista Sergio Gomes, formado pela USP, fundador da Oboré, que foi torturado no temido DOI-CODI. O jornalista Alberto Gaspar também dá o seu depoimento; ele estava na PUC e foi preso no dia em que a universidade foi invadida.
 
Dividido em cinco blocos, a produção é apresentada pelos repórteres Jerônimo Moraes, Vanessa Lorenzini e Luiz Turati, cada um cobrindo o espaço geográfico de algum acontecimento importante nos idos de 1977, um ano fundamental para entender os fatos que levaram ao início do fim da ditadura militar. A USP, Praça da República, o Viaduto do Chá, a PUC, o Aeroporto de Congonhas, o Largo de Pinheiros e a própria sede da TV Cultura em São Paulo foram palco desses acontecimentos.

Anderson Ramos

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