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| Foto Ana Paula Santos |
Nesta terça-feira (22/10), Marcelo Tas conversa com o escritor, teólogo e pastor Ed René Kivitz. Ele fala sobre a denominação Batista no Brasil ter uma lógica conservadora e fundamentalista; que, assim como no Brasil, o mundo religioso também está dividido, ou você é de Deus ou do diabo; que é contra o aborto, mas a favor da descriminalização do aborto; a respeito de quem pede Pix em nome da fé; e muito mais. Vai ao ar na TV Cultura, às 22h.
Sobre ter sido excluído da Ordem dos Pastores Batista, Kivitz diz: “o grupo que hoje governa a denominação Batista no Brasil tem uma lógica que eu julgo conservadora, fundamentalista, e eu não me enxergo nessa lógica (...) não existe só um jeito de ser Batista, uma lógica interpretativa da Bíblia Sagrada (...) o meu horizonte de leitura do Evangelho faz com que ele esteja em constante choque com a religião organizada, uma religião dogmática, moralista, ritualista, excludente, anacrônica. Eu critico isso o tempo inteiro e isso me expurgou”, conta.
Em outro momento do Provoca, o teólogo diz que assim como o Brasil está dividido, o mundo religioso evangélico também está. “Tem um professor da Universidade Metodista, Antônio Gouvêa Mendonça, que diz que a ênfase da Igreja Católica é a unidade e da Igreja Protestante é a verdade (...) se eu tenho a verdade e você não concorda comigo, você está enganado, equivocado, é herege (...) a verdade não permite um olhar plural, uma flexibilidade”, explica.
Ele comenta, ainda, sobre quem pede Pix em nome da fé. “Durante muitos anos, eu fazia corrida matinal na USP e tinha um dos muros pichado dizendo: ‘o inferno é mais barato’. E eu contei isso no meu sermão e o meu amigo disse: ‘passa lá e picha do lado, mas o céu já está pago’. Eu acho que tem um pessoal que acha que o céu não está pago”, comenta.
Outro assunto questionado por Tas, que inclusive foi motivo da exclusão de Kivitz da Ordem dos Pastores Batista, é o aborto. Ele pergunta: “Nós temos um PL, o 1904, que está sendo muito debatido e que equipara o aborto ao homicídio. A bancada evangélica apoia e você?” “Eu sou contra o aborto e contra a criminalização do aborto (...) uma mulher que sofreu um estupro, traumatizada por essa violência, que carrega no ventre uma criança e ela diz: ‘eu quero abortar, eu quero tirar essa criança’. Eu sou contra, mas eu vou criminalizar isso? Não posso criminalizar isso, eu tenho que compreender o drama humano que está sendo vivido ali”, esclarece.
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