Os próximos passos e música de Califfa, terceiro eliminado do 'Estrela da Casa'

Foto: Globo/ Manoella Mello  

"Não faço música por dinheiro. Eu posso ficar sem um real, mas eu vou continuar fazendo música. É a única coisa que eu sei fazer". A frase dita hoje por Califfa, que não obteve maioria na preferência popular no "Festival" e deixou o jogo nesta semana, é o que norteia seu rumo na carreira artística daqui por diante. Autor de composições gravadas por grandes nomes da música nacional, como Anitta, Ferrugem, Seu Jorge e Ludmilla, ele entrou no 'Estrela da Casa' para se mostrar por completo e realizar o sonho de ser reconhecido como cantor, e acredita ter feito um bom trabalho. Nesta semana, se tivesse permanecido na competição, teria lançado na corrida pelo posto de "Hitmaker" mais uma música autoral, que considerava um grande trunfo. "Dois Copos" não concorre mais, mas já está disponível nas plataformas de áudio como a música "saideira" do cantor no reality.
 
Na entrevista a seguir, Califfa explica por que julgava que poderia virar um "Hitmaker" com esta canção, revela os feats que tem interesse em fazer agora e especula o que faltou para chegar mais longe na disputa pelo primeiro lugar do programa.
 
De tudo o que você viveu no 'Estrela da Casa', o que mais te marcou?
Para mim, o realityfoi como um spa espiritual de música porque eu estava precisando muito viver esse momento, um momento Califfa. Eu sempre fiz muita coisa, sempre escrevi para muita gente, mas meu sonho sempre foi ser cantor. Só que o meu jeito de entrar na música foi escrevendo. Pensei: "Vou entrar escrevendo e furar a bolha até conseguir o que eu realmente quero". E aí veio o 'Estrela da Casa', que conseguiu me proporcionar essa parada. Então eu estou pronto para viver minha parada, minha carreira. Confesso que eu vou ter que vir engatinhando até entender tudo. Vou precisar de pelo menos umas duas semanas para colocar a cabeça num lugar. O processo que eu passei lá foi legal, estou feliz demais por ter concluído. Na verdade, eu já estava sentindo que o meu ciclo estava fechando, e eu me entendo muito bem com isso. Não faço música por dinheiro. Seria muito legal, claro, e uma hipocrisia dizer que não queria ganhar meio milhão e um contrato. Mas eu já passei da ilha de entender isso. Eu posso ficar sem um real, mas eu vou continuar fazendo música. É a única coisa que eu sei fazer. Então há um deslumbre, mas o maior deslumbre mesmo é saber que eu sempre vou fazer música independente da circunstância, tá ligado?
 
O que acha que pesou na sua eliminação: o convívio ou o lado musical?
A música não, pelo contrário. Mas eu não tive muita oportunidade de cantar lá dentro, porque a gente só canta quando está correndo risco de sair da casa ou quando ganha uma prova. Eu toco, canto, escrevo, então sabia que musicalmente não ia me atrapalhar. O que me atrapalhou foi a forma de jogar, de não se jogar às vezes, por ter muita disciplina musical, de não querer se mostrar tanto e guardar aquilo para usar na hora certa. De repente, posso ter falhado nisso. Eu entrei na casa na intenção de mostrar a minha musicalidade, não o meu lado pessoal. Confesso que posso ter confundido alguma coisa e isso pode ter me tirado do programa, sim.
 
Qual era seu principal objetivo ao entrar no ‘Estrela da Casa’? Acredita ter conseguido alcançá-lo neste tempo que permaneceu no reality?
Algumas coisas eu consegui. Consegui mostrar um lado pessoal meu. Mas eu queria ter mostrado mais música, eu entrei para mostrar música. O meu repertório era totalmente autoral. Eu fui um pouco ingênuo em relação a isso. Pensei: "Eu vou colocar as músicas famosas que eu tenho". Só que não foi suficiente para virar "Hitmaker". Mas também confesso que isso não me abalou em nada, pelo contrário, foi autêntico até demais. Eu acho que o público que for pesquisar legal sobre o participante Califfa vai ver que me preocupei em colocar as músicas autorais, me mostrei e fui autêntico o tempo todo. Tanto que eu saí com a sensação de trabalho bem-feito. Eu fiquei três semanas, metade do programa. Mas é isso. Acho que o que faltou foi me jogar mais na convivência.
 
Como foi enfrentar a Nicole Louise e o Nick Cruz na "Batalha"?    
Então, a Nicole é o caso contrário meu, a Nicole é uma jogadora de reality de convivência. E o Nick era muito meu amigo, meu irmãozão, foi a primeira pessoa com quem eu me identifiquei, que se sentia muito bem do meu lado. As pessoas de repente não agiam de forma certa com ele, mas eu fui supercarinhoso, receptivo. Eu acho que a Nicole ficou por ser uma grande jogadora, por estar vivendo aquela parada ali, na positividade, brincando o tempo todo. E eu já estava preocupado, sem acesso aos instrumentos para tocar... 
 
Você recebeu cinco votos da casa, assim como a Leidy Murilho, e Unna X desempatou te colocando na "Batalha". Já estava esperando por esse cenário?
Sim, já sabia que ia acontecer. Em matéria de jogo, na segunda semana eu evoluí pra caramba. Tive uma percepção muito rápida e conseguia arquitetar o que poderia acontecer. Então imaginei os votos, que daria empate e alguém teria que desempatar. Só que, no meio da parada, a geografia mudou: era o "Dono do Palco" quem resolvia, e o "Dono do Palco" (a Unna X) estava no quarto azul, o da Leidy.
 
Dentro do programa, o que foi mais difícil?
O mais difícil para mim não foi nem ficar sem celular, mas ficar sem saber que horas eram. Fiquei desnorteado. Eu nem sei se eu engordei, não sei o que aconteceu comigo, fiquei todo desregulado. O confinamento é difícil, mas sem relógio é demais (risos).
 
No Workshop de releitura o seu grupo venceu fazendo uma versão da música “Sorte Grande”, da Ivete Sangalo. Como foi esse momento para você?
Cara, vou te falar, essa parada aí, eu já estava bolado demais, não estava ganhando nada! Como você tem que ganhar para aparecer, a gente tem que ganhar uma prova. Aí veio o Workshop da releitura. Eu direcionei a galera e no final, no segundo refrão, deu bom. Quando montamos, eu pensei: "Isso aqui é infalível, a gente vai ganhar". Só que a gente começou a ficar nervoso, podia dar alguma coisa errada. Mas ganhamos e, chegando na prova, a gente era uma salsicha, uma coisa gigante, com um palmo de molho para atravessar. Falei: "O que é isso, mano?" (risos). E o Ramalho ganhou.
 
Se tivesse permanecido na disputa, qual seria sua próxima música lançada?  
Seria uma música minha que o Ferrugem gravou, "Dois copos". Aí eu ia para a "Batalha" com gosto (risos). Mas eu fui ingênuo na hora de escolher o meu repertório e a ordem das músicas, confesso.
 
Do que mais gostou durante os preparativos para o programa?
Gostei muito das trocas e convivência com o Vinicius Rosa, produtor musical do 'Estrela da Casa'. Foi uma parceria maneiraça, estrutura massa! Ele é um cara sensacional, gente boa demais. Com certeza a gente vai fazer alguma coisa ao longo da vida. Parceiro pra caramba, gostei muito. 
 
Com qual artista gostaria de fazer um feat, se pudesse escolher? 
Seu Jorge! Eu já tenho uma música pronta para voar com ele. Ele já ouviu, gostou, falou que gravaria, mas a vida desses camaradas é muito corrida. Um dia, quem sabe, a gente se reúne para fazer esse som.
 
E do 'Estrela da Casa'?
Eu chamaria o Lucca e também faria um som com o Matheus Torres. Com Matheus eu faria uma vibe mais parecida com a minha, que eu gosto. E com o Lucca faria um sertanejo eletrônico pra gente fazer um "merréu" lá em Goiás (risos).
 
Já tem algo imaginado para sua carreira daqui por diante? A parceria com Papatinho continua?
Eu quero mostrar mais baralho, quero fazer meu som em um projeto que já tenho guardado e é um samba misturado com um rap, uma parada que o Marcelo D2 já vinha fazendo há um tempo atrás, quando eu era adolescente. Quero trazer essa parada, mas com uma estética, com um tempero neutro, umas coisas que eu tenho em mente. Seria um EP e, dando certo, depois virar um álbum. Na verdade eu tenho muita coisa pronta, tenho um álbum de trap pronto que quero dar para algum artista cantar, tenho um álbum de afrobeat que é meu sonho soltar, tenho músicas que eu quero comercializar, mandar para outros artistas. E quero manter a parceria com o Papatinho. A gente tem muita coisa junto, se diverte muito junto. Inclusive semana que vem vou voltar a fazer música com ele. Isso não tem como mudar, ele é o meu maior parceiro de música. Meus planos são, primeiro, escrever música. Segundo, gravar minhas paradas, fazer meus álbuns, meus projetos e depois mandar pros setores. E terceiro, mano, é linkar tudo junto.
 
Qual você acha que é o artista mais forte da competição? E quem gostaria que vencesse o ‘Estrela da Casa’?      
Cara, se eu fosse nomear alguém, falaria da MC Mayarah. Muito autêntica, muito ela. Ela é a real freestyleda parada, nenhum momento ela é personagem. Ela tá se jogando muito. É quem eu acho mais forte e quem eu queria muito que ganhasse mesmo.
 
‘Estrela da Casa’ é um formato original e inédito da Globo, com direção artística de Rodrigo Dourado, direção geral de Aída Silva e Carlo Milani, produção de Maiana Timoner e Rodrigo Tapias, roteiro de Edu Sciortino e Rafael Chaché e direção de gênero de Boninho. O programa vai ao ar segunda, terça, quinta, sexta e sábado, após ‘Renascer’, quarta, depois do ‘Segue o Jogo’, e domingo, após o ‘Fantástico’, e tem desdobramentos no Multishow, Gshow e transmissão 24 horas por dia no Globoplay.      

Anderson Ramos

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