Foto: Divulgação |
ATÉ QUE A MÚSICA PARE, da premiada cineasta gaúcha Cristiane Oliveira, estreia em 3 de outubro nos cinemas. Este é o terceiro longa da diretora, que tem no currículo “Mulher do Pai” (prêmios de Direção, Fotografia e Atriz Coadjuvante no Festival do Rio) e “A primeira morte de Joana” (prêmio do Júri da Crítica em Gramado). A obra, que fez sua estreia no Festival do Rio (2023) na Mostra Competitiva da Première Brasil, é produzida pela Okna Produções em coprodução com a italiana Solaria Films.
Ao centro da trama está o casal Alfredo e Chiara, interpretados por Cibele Tedesco e Hugo Lorensatti, do renomado grupo teatral Miseri Coloni, de Caxias do Sul (RS). Depois que o último filho sai de casa, Chiara decide acompanhar o marido nas viagens dele como vendedor pelos botecos da serra. Uma tartaruga e baralhos de carta colocarão à prova mais de 50 anos de vida a dois.
Grande parte do filme é falado em Talian, língua brasileira surgida da mistura do Português com as línguas dos imigrantes que vieram do Norte da Itália para o Brasil no século dezenove. Filmado em três cidades da Serra Gaúcha: Antônio Prado, Veranópolis, Nova Roma do Sul e Nova Bassano, o longa aborda temas caros ao cinema de Cristiane, como relações familiares e luto, mas apresentados em outra perspectiva.
“A escalada recente dos discursos de ódio rachou muitas famílias no Brasil. Esse filme surge um pouco dessa dor e ao longo da construção do longa a gente se perguntava muito sobre quais são as palavras que fazem com que você desista de alguém que você ama. Qual é o limite da sua tolerância?”, explica a diretora.
Ela também conta que foi fundamental a participação do elenco na construção do filme. “Conflitos familiares contemporâneos que o filme aborda se radicalizaram ao nosso redor enquanto fazíamos o filme, o que tornou toda ficção mais palpável. Aprendi muito com os atores. Hugo, por exemplo, atua em teatro desde os anos 1980 num grupo foi fundamental para despertar a consciência da população local sobre a ditadura.''
Em sua equipe, ATÉ QUE A MÚSICA PARE conta com Aletéia Selonk na produção, Julia Zakia (“Periscópio”), na direção de fotografia; Adriana Nascimento Borba (“Mulher do Pai”) assina a direção de arte; e a montagem é de Tula Anagnostopoulos, premiada em Gramado 2021 por “A Primeira Morte de Joana”.
Além de Cibele Tedesco e Hugo Lorensatti, o elenco do longa inclui Elisa Volpatto (da série “Bom Dia, Verônica”), o ator italiano Nicolas Vaporidis (“Todo o Dinheiro do Mundo”, de Ridley Scott) e reconhecidos talentos locais.
Na equipe italiana, capitaneada pelo produtor Emanuele Nespeca (“Il Futuro”), da Solaria Films, há ainda a dupla responsável pela pós-produção de som, Gianfranco Tortora (“Uma Questão Pessoal”) e Massimo Filippini (“O Mistério de Silver Lake”), bem como a compositora Ginevra Nervi (“Non Odiare”).
Vencedor do prêmio para projetos com potencial de coprodução do edital Brasil-Itália (2016), promovido em conjunto pela ANCINE e pelo Ministério da Cultura italiano, o projeto participou do evento de mercado When East Meets West (Trieste, na Itália) e dos laboratórios internacionais EAVE on Demand e do Talents Script Station (Festival de Berlim).
ATÉ QUE A MÚSICA PARE conta com recursos públicos geridos pela Agência Nacional do Cinema – ANCINE e com investimentos do Fundo Setorial do Audiovisual – FSA administrados pelo BRDE. Recebeu ainda o apoio do FUNDO DE VOLTA AOS SETS gerido pelo SHOW ME THE FUND.