'Estrela da Casa': Os próximos passos e música de Gael Vicci

Foto: Globo/ Beatriz Damy  

Gael Vicci era o participante mais jovem do 'Estrela da Casa', mas, semana a semana, conseguiu mostrar a todos que, em seus 18 anos, já era um grande artista. Chamou a atenção dos colegas de confinamento pelo talento e dedicação à música, cujos métodos de ensaio nem sempre agradaram a maioria. Foi assim também com o público: depois de ser o recordista de vitórias em postos de protagonismo do jogo (três vezes Estrela da Semana, três vezes Hitmaker e uma vez Dono do Palco), ele deixou a disputa em sua primeira vez cantando no reality com risco de eliminação, no Super Duelo.
 
Hoje fora da competição, ele já sabe qual é a próxima meta: "Eu quero entregar ao público um Gael realizado, que seja um símbolo de realização de sonhos. Quero inspirar possibilidades". Na entrevista a seguir, confira os planos do artista para sua carreira, que incluem feats, contratos com gravadora e clipes musicais.
 
Quais fatores você acredita que tenham levado a sua eliminação: convivência, personalidade, lado musical? 
Eu acho que foi uma questão de convivência. Tudo que eu aprendi e consegui adquirir de bagagem, desde que entrei no reality, me deixou muito mais seguro. Em questão de performance, eu entreguei o que eu queria entregar. Já convivência a gente não sabe como vai ser e não tem como forçar, ser uma coisa que não é. Então, eu acredito que foi esse lado que acabou pesando na minha eliminação.
 
Você venceu muitas dinâmicas: foi Estrela da Semana três vezes, Hitmaker três vezes e Dono do Palco uma vez. Qual delas foi a mais especial? 
Todas essas vitórias são incríveis. Mas, no segundo Hitmaker, eu ganhei vídeos de pessoas que passaram pela minha vida e pude ver a minha avó. Por isso aquela vitória foi a mais importante para mim. A minha maior preocupação sempre foi a minha família. Poder ver que estava tudo em paz e que eu tinha o apoio deles me deu um gás absurdo para continuar acreditando no que eu estava fazendo. Estava evidente que eu não estava forçando nada, apenas sendo eu mesmo, por mais que seja irritante, às vezes. Ver a minha avó assentou toda a poeira que havia dentro de mim, que estava uma loucura.
 
Por ter se destacado em tantas dinâmicas, você cantou diversas vezes no Festival. Qual das apresentações mais te marcou? 
Eu amei todas as minhas apresentações, de verdade. A primeira, cantando "AMEIANOITE", foi um desafio. Eu estava meio sem voz porque ninguém mais ninguém menos que o Gloria Groove foi na Balada do dia anterior. Gritei, não foi pouco, e fiquei rouco. Cantei sem voz, mas saiu alguma coisa. Mas, ranqueando, as apresentações de "Vidente" e "Penhasco" foram minhas favoritas. "Vidente" é uma música que, assim que eu recebi, me apaixonei. Foi quando eu ganhei o Hitmaker com uma música inédita. Eu fui para o palco e montei o que eu queria montar, me desafiei a dançar com uma marcação certinha, teve um jogo de luzes impecável. Por isso, está no meu top 1. A apresentação de "Penhasco" está no meu top 2 porque foi no outro oposto. Eu estou acostumado a trazer músicas muito lá em cima, dançar, fazer acontecer, andar de trás para frente no palco. "Penhasco" foi a primeira música no reality em que eu trouxe uma coisa mais centrada, mais contida, mais sentimental. 
 
Você também teve a oportunidade de cantar em feats exclusivos com Belo e Mumuzinho em dias de Jam Sessions por ter sido a Estrela da Semana. Como foram esses momentos? 
Foi absurdo! São pessoas que a gente só estcuta de longe, vê vídeos, acompanha pelas redes. Eu sonhei fazer feats com artistas grandes, sim. Mas o Belo e o Mumuzinho, para mim, estavam em um outro patamar, nunca pensei que poderia acontecer tão cedo, ainda mais dentro do 'Estrela da Casa'. Fui surpreendido com todo o meu coração de uma forma muito positiva. O meu feat com o Belo foi desafiador porque eu já conhecia a música, mas não sabia cantar a letra; quando você pega a letra para aprender, vê que ela é mais complicada do que parece. E o feat com o Mumuzinho foi com uma das músicas favoritas da minha mãe, então teve uma conexão afetiva. Na hora de escolher dentre as opções, eu bati o olho em "A Loba", da Alcione, e falei: "Vai ser 'A Loba'. Não tem ninguém que tire ela, acabou". E foi surreal. Ali me deu um estalo: "Meu Deus, eu cantei com o Mumuzinho". Antes do programa eu imaginava quais poderiam ser as características e bases de um artista. Mas chegar ao 'Estrela da Casa' e ouvir deles, que praticam isso todo dia, acabou me trazendo muito mais segurança. De "A Loba" para cá, eu me senti muito mais seguro nas apresentações. Ontem, no Super Duelo, "Back to Black" também era um desafio para mim, mas eu me senti seguro demais ao cantar a música. Cada vez que eu cantava, me entregava mais. Foi lindíssimo.
 
Uma das visitas ilustres que passaram pela casa foi Katy Perry. Como foi a experiência de poder trocar com uma artista internacional? 
Foi incrível porque ela já chegou toda "diva acessível" para conversar com a gente. Quando entramos no estúdio musical e eu vi os fones de tradução simultânea, pensei: "Estamos em outro patamar". Amei saber um pouco mais sobre a história dela, sobre a relação dela com a fé, com a espiritualidade, sobre a vida dela em si. Quando ela pediu para ouvir a gente cantar, nem que fosse só uns segundinhos, aquilo me pegou. A única música que eu podia ter segurança de cantar em inglês na frente da Katy Perry era "Back to Black". Cantei e achei que tinha ficado por ali mesmo. E aí, do nada, antes de ir embora, ela me abraçou e me deu parabéns mais uma vez, falou que amou a minha voz. A ficha não caiu, ela ainda está caindo até agora, aos poucos. A Katy Perry lá dentro foi um acontecimento!
 
De todos os convidados que vocês receberam na casa – atrações de show, Workshops, oficinas – qual você acredita que se conectou mais com o que você buscava ou precisava para sua carreira?  
Foi a oficina de expressão corporal com o Bibiu. Antes falavam que eu dançava muito no palco, mas a verdade é que eu nem sabia o que estava fazendo, só me remexia. Depois do aprofundamento que ganhei no leilão de tempo individual com ele, eu consegui ter mais consciência corporal. Ele me ajudou muito a entender sobre dançar quando é necessário, parar quando é necessário, ganhar o público com um olhar, trazer o público para si e se levar ao público. Eu tinha uma mínima noção de palco por conta do teatro. Mas, como cantor, tem diferenças. Você pode até ter um balé, mas está sozinho ali cantando e contando uma história através da música. Todos os workshops foram muito importantes para criar uma base mais sólida do que eu já sonhava em fazer da minha vida. Eles botaram meus pés no chão.
 
Antes de entrar no programa, você contou que já estava acostumado a morar com muita gente. E agora, como foi a experiência de convivência no 'Estrela da Casa'? Foi mais fácil ou mais difícil do que estava esperando? 
Foi diferente. Quando me mudei para São Paulo, uma das maneiras que achei de sobreviver foi morar em repúblicas. Era sempre uma casa grande que tinha cozinha, banheiro e tudo mais compartilhado, mas o quarto era individual, apesar de bem pequeno. Geralmente eu era o único cantor, as pessoas não estavam em casa 24 horas por dia. No 'Estrela', além de compartilhar a cozinha, o banheiro, a varanda, você tem que compartilhar o quarto. Quando você tem algum tipo de desentendimento, desconforto ou mesmo oposição de jogo com alguém e dorme no mesmo ambiente que a pessoa, é um peso muito grande. Fica mais tenso. Eu tentei driblar da melhor forma possível e acho que eu consegui porque, dos 50 dias, cheguei ao 46. Eu estou bem, pô (risos).
 
Dentro da casa, muita gente reclamava da sua “cantoria”. Era algo que você fazia como estratégia? Como foi conviver com pessoas que faziam essas críticas? 
Vamos lá, não é que eu cante o tempo todo (risos). Eu consumo muita música. Lavando a louça, arrumando a casa, tomando banho, eu estou ouvindo música. Aqui fora, eu nunca fiquei tanto tempo rouco quanto eu fiquei lá dentro. Por quê? Porque lá dentro, como a gente não podia ouvir música sempre que queria, a minha escapatória era cantar. A gente trabalha com música, com arte. Tem pessoas que não gostam, tem pessoas que gostam. Eu concordo que pode ter sido inconveniente em algumas partes, mas, estou aqui para aprender. Eu sentia que isso ia irritar de uma forma ou outra porque era algo de que eu não conseguiria fugir por muito tempo. Eu acho que o diferencial desse reality é mostrar que cada pessoa tem o seu método. Uma das minhas discussões com o Nick Cruz foi sobre isso. Ele não consegue ouvir a mesma música mais de três vezes. Ele escuta três vezes e já está ensaiado. Eu trabalho com o método da repetição. Por fazer contação de histórias, aqui fora, e ser uma atrás da outra, eu precisava pegar as músicas muito rápido; a técnica da repetição era o que me ajudava. Eu estava no 'Estrela da Casa' para dar o meu melhor. Se eu deixasse de ensaiar para agradar as pessoas que não aguentavam mais me ouvir, eu ia subir no palco e errar a letra. Foi essencial, para mim, esse período de ensaio. Por mais que tenha sido irritante demais, eu sei que foi, esse é meu método. Quando eu percebi que isso estava incomodando muito, eu comecei a tentar policiar.
 
Você fez grandes amigos no programa, principalmente pessoas do quarto laranja. Quais são as amizades que quer manter e o que te fez se aproximar dessas pessoas? 
O que nos aproximou foi vivência e identificação. Amizades que eu fiz e que eu quero levar para a vida, com certeza, são MC Mayarah, Thália, Califfa, Ramalho e Nick Cruz. Essas pessoas ficaram lá comigo por tanto tempo que eu acabei adquirindo muito carinho. Mayara, Thália e eu, a gente se aproximou tanto, mas num nível em que quando elas saíram eu fiquei devastado, senti muito. Eu juro que eu não sou de chorar fácil, mas eu sumi de chorar durante esse reality, nem eu me aguentava mais (risos). Aqui fora eu pude ligar para elas duas e falar: "A gente tá aqui fora, vamos marcar de se ver". É muito incrível.
 
Como foi disputar o Super Duelo ao lado da Nicole Louise e da Leidy Murilho? 
Eu já tinha posto na minha cabeça que se eu não ganhasse o Workshop para ter uma chance de me salvar na Prova da Estrela, eu ia sair. Eu sabia. Eu era a única pessoa restante do quarto laranja. Portanto, sabia que, estrategicamente falando, iriam me colocar com algum outro deles na Batalha e Duelo. Como já tinha uma discordância com a Nicole, acabaram colocando a Nicole e eu. Não tinha como ter um resultado muito diferente porque ali só tem peixe grande, gente. Pessoas que foram e voltaram de Batalhas, que receberam avaliações públicas.
 
Você é muito jovem, apenas 18 anos. Qual foi o maior aprendizado que você vai levar do reality para a sua carreira e para a sua vida? 
A importância da preparação e a segurança que ela traz para a "hora H". O quanto o pré é tão importante quanto o momento. 
 
Com qual artista gostaria de fazer um feat, se pudesse escolher?
Sonho fazer um feat com a Gloria Groove porque ela foi uma das minhas primeiras referências LGBTQIAPN+ e na música secular. Me identifico muito com a verdade da Gloria. Outra pessoa seria a Marina Sena pela identidade dela, que é muito diferente, e pela força que ela transmite. Independentemente do que as pessoas falem ou pensem, ela é segura naquilo que ela sente. E a Luísa Sonza pelo simples motivo de que essa mulher é um exemplo de força em vários sentidos. Ela pegou vários momentos da vida dela e transformou em arte. São meu top 3.
 
E dentre os colegas de confinamento, gravaria com alguém?
Thália e MC Mayarah seriam um feat muito incrível; um feat com R&B e com funk. Com Ramalho um feat com trap seria muito legal.
 
Qual era seu principal objetivo, musicalmente falando, ao entrar no ‘Estrela da Casa’? Acredita ter conseguido alcançá-lo neste tempo que permaneceu no reality? 
Passou bem longe porque meu objetivo era entrar e ser amado por todos, apenas (risos). Acaba que foi do jeito que tinha que ser. Eu acredito muito que a nossa história já está traçada. Deus sabe de todas as coisas e sabe o caminho exato, o que foi prometido e designado pra gente, para chegarmos aonde temos que chegar. Por isso, quando eu faço uma besteira, eu não fujo da minha culpa. Todo mundo erra. Sair e ser amado por todo mundo: quem não quer? Mas não tem como. Na carreira artística, como é a própria proposta do reality, é esperar pelo inesperado. Você tem um objetivo, mas de uma hora para outra aquilo que você traçou pode virar 360 graus. Então, na hora que eu entrei no programa, meu objetivo parece que foi embora, saiu voando como uma pomba no céu e nunca mais voltou (risos).
 
Já tem algo imaginado para sua carreira daqui por diante? 
Não entendo muito bem, mas na minha cabeça fantasiosa a primeira coisa é assinar com a Universal Music, se Deus quiser, né? (risos). Depois, fazer meus feats dos sonhos. E produzir clipes impactantes que possam inspirar tantas pessoas assim como clipes e músicas me inspiraram. Daqui para frente é isso que eu quero fazer: começar a construir minha carreira.
 
Qual você acha que é o artista mais forte da competição? E quem gostaria que vencesse o ‘Estrela da Casa’?    
Pela minha análise de jogo, deu para perceber que não é só o talento que conta. As pessoas estão avaliando e votando por diversos critérios. Eu acho que, no momento, um dos jogadores que se encontra mais forte é o Lucca. Imagino que ele possa ganhar por conta da força que ele tem aqui fora. Porém, eu gostaria muito que a Nicole vencesse. É uma pessoa com quem eu me identifiquei. Eu já a acompanhava antes, na internet, mas eu pude conhecê-la verdadeiramente e ver que ela é tão merecedora quanto todos nós. Às vezes a gente tem que achar algum caminho para chegar aonde a gente quer, como ela fez trabalhando com humor na internet. Saber que ela quer lutar para viver do sonho dela da música é lindo. Então, eu gostaria que ela ganhasse.
 
Como gostaria que o mercado musical e o público te recebessem?   
Eu quero entregar ao público um Gael realizado, que seja um símbolo de realização de sonhos. Quero inspirar possibilidades. 
 
‘Estrela da Casa’ é um formato original e inédito da Globo, com direção artística de Rodrigo Dourado, direção geral de Aída Silva e Carlo Milani, produção de Maiana Timoner e Rodrigo Tapias, roteiro de Edu Sciortino e Rafael Chaché e direção de gênero de Boninho. O programa vai ao ar de segunda a sábado, após ‘Mania de Você', domingos, após o ‘Fantástico’, e tem desdobramentos no Multishow, Gshow e transmissão 24 horas por dia no Globoplay.     

Anderson Ramos

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