Foto Ana Paula Santos |
Nesta edição do Provoca, Marcelo Tas recebe o cantor e compositor Odair José, que surgiu no cenário musical na década de 70 e comemora mais de 50 anos de carreira. O artista fala sobre relacionamentos na terceira idade, a relação das plataformas digitais com músicos, inteligência artificial e muito mais. O programa vai ao ar nesta terça-feira (6/8), a partir das 22h, na TV Cultura.
''Eu não sabia que ficaria com uma idade tão avançada, [...] mas tinha duas coisas que não esperaria ver, a piora do ser humano como uma peça de comunidade e o avanço da tecnologia”, desabafa Odair. O cantor diz que, com o passar do tempo, esperava ver a humanidade vivendo de uma forma mais leve, e diz se decepcionar: “ai eu vejo uma humanidade polarizada em todos os sentidos, eu acho que o ser humano andou pra trás, não evoluiu''.
Quanto ao avanço da tecnologia, ele diz a Tas que acredita na permanência da inteligência artificial. ''Tá claro pra mim que isso é uma coisa que veio pra ficar, não adianta espernear, não adianta querer proibir, não adianta nada. A inteligência artificial esta ai, e vai estar em todos os segmentos”, afirma. Também compara o alarme social presente nas discussões sobre as ferramentas de IA com o surgimento da pílula anticoncepcional: ''Se você tocasse no assunto em uma roda de amigos, os caras não te convidavam mais para uma reunião. Pensavam: ‘Esse cara é indelicado’''.
Ao ser questionado sobre as plataformas de streaming musical, José diz que essas ferramentas “foram para um lado muito perigoso e errado”. “Por exemplo, hoje, eu tenho a informação de que às vezes nas plataformas digitais os cliques ou likes, o cara tá estourado, é a música mais escutada, mas na verdade não é, é porque comprou não sei quanto robôs. Mas a plataforma, de qualquer forma, paga muito mal. É ridículo. Aliás, o direito autoral sempre foi ridículo, mas agora ficou pior. [...] Alguns devem estar se beneficiando disso, principalmente quem as criou, porque o compositor que não é”, completa.
Odair José também fala sobre possíveis soluções para algumas relações: “Eu sou a favor de que fidelidade em uma relação só funciona com plena liberdade, [...] fazer o que quiser e da forma que quiser. Por exemplo, o cara está casado há 20 anos, a coisa não está funcionando e fica aquele marasmo, aquela relação horrível. [...] Tá ruim? [...] Você libera a pessoa para ir a uma nova aventura, para ela voltar com mais energia para a sua relação. E para ambos! De uma forma combinada e transparente.”
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