Emanuel Aragão fala sobre afetos reprimidos, no Provoca, com Marcelo Tas

Foto Anna Coutinho

Nesta terça-feira (27/8), no Provoca, Marcelo Tas conversa com o filósofo, escritor e psicoterapeuta Emanuel Aragão, que está lançando o livro Dez Princípios Antes do Fim – Enunciado para Uma Vida Possível. Marido da atriz Maria Flor, com quem dividia o canal no YouTube Flor e Manu, onde falavam abertamente sobre a relação, ele comenta o que é neurociência afetiva; explica a importância de reconhecer afetos; destaca o mal que o celular causa na vida das pessoas; menciona que todos buscamos ser amados; e muito mais. Vai ao ar na TV Cultura, às 22h.
 
Aragão começa a edição explicando sobre a neurociência afetiva. “A neurociência afetiva estuda os afetos (...) qualquer coisa que te faça sentir”. ‘E hoje nós estamos com mais dificuldade de identificar o sentir? ‘, pergunta Tas. “Acho que sim, porque a gente não tem espaço para nenhum afeto negativo na vida, gasta tempo (...) de modo geral, se a gente pudesse, a gente evitaria sentir porque fica tudo mais rápido, mas coisas negativas, ruins, é pior ainda”, diz.
 
Para explicar melhor a relação da neuropsicanálise com a neurociência afetiva, Emanuel diz: “A base mais importante de compreender é a de homeostase, que é uma zona de equilíbrio do organismo que faz você continuar funcionando (...) tem uma série de zonas previstas que você tem que estar, e eu também e todo mundo, pra que a gente continue sendo a gente, diferente do fora, eu sou eu que não sou o fora, o ambiente, então a gente tem várias homeostases, por exemplo, a fome, tem uma regulação energética acontecendo (...) essa é uma regulação homeostática autônoma, ela é vegetativa, sem que você precise fazer nada e nem sentir (...) chega uma hora que isso não dá conta e você sente fome, que é um afeto negativo indicativo de que alguma coisa você vai ter que fazer para resolver aquele negócio (...) o desvio da homeostase causa experiência afetiva”, explana.
 
E o que acontece se você não identifica que está triste?, questiona Tas. “O que acontece com os mamíferos, com os filhotinhos de mamíferos especialmente, mas os adultos também, é que quando eles se separam da mãe, eles sentem uma dor no peito, uma sensação de morte que a gente chama no campo humano de pânico (...) se você não consegue se reconectar com sua figura de amparo, de conexão (...) todo filhote de todo mamífero grita nesse momento (...) e a gente já viu bebê separado da mãe, sabe o que acontece (...) se ninguém chega, esse filhotinho desliga (...) para de gritar, fica quietinho, não se mexe mais e se entristece, passa do desespero para a desesperança, isso é depressão no modelo estereotípico da natureza (...) se você não tem condições de identificar que troço causou isso, você acha que só tem alguma coisa de errado com você (...) se a gente não entende que houve uma ruptura ai (...) a gente tem pouquíssima chance de resolver isso”, comenta.
 
O psicoterapeuta diz ainda que a presença do celular na vida das pessoas, especialmente dos adolescentes, é um erro monstruoso. “É uma espécie de produção de vínculo, de conexão, mas ele não faz isso. Para fazer conexão a gente precisa ter toque e olho (...) você vai para lá em busca de uma conexão que não ocorre (...) ele promete entregar uma coisa que ele não entrega e produz uma outra situação de satisfação, digamos, assim, que não satisfaz aquilo que você foi buscar ou que causa uma posição compulsiva”.

Aragão diz que tudo na vida tem a ver com amor. “No final das contas, tudo isso na nossa vida vai ser articulado para como eu faço para ser amado. Na nossa vida subjetiva é assim, eu quero ser melhor para ser amado, eu quero ser mais legal para ser amado; chama o ideal do eu na psicanálise, quem eu tenho que ser para ser amado”.

Anderson Ramos

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