“Antes da rede social, a indústria colocava a 'estrela' numa redoma”, diz o músico underground Rogerio Skylab no Provoca

Foto Ana Paula Santos

Na próxima terça-feira (3/9), Marcelo Tas conversa com o cantor e compositor carioca Rogerio Skylab, consagrado no cenário underground. Ele conta sobre o lançamento de seu trabalho A Trilogia do Fim e o livro A Melodia Trágica (2023); defende as redes sociais e como ela tirou os artistas do pedestal; fala sobre a importância do erotismo e sua falta na MPB; indaga sobre a possibilidade de fazer arte sem violência e muito mais. O Provoca vai ao ar na TV Cultura, às 22h.
 
Tas comenta que o músico usa muito bem as redes sociais. “Eu sou de rede social, eu tenho impressão que a rede social nasceu comigo porque na época que não existia rede social, eu já começava a vislumbrar o futuro quando eu via as salas de bate-papo (...) eu previ tudo isso (...) rede social para mim é fundamental (...) fez uma grande revolução. Eu nunca mais vou esquecer o Chico Buarque quando ele descobriu, através das redes sociais, que muita gente odiava ele (...) antes da rede social, a indústria colocava a 'estrela' numa redoma, então ele não sabia de nada, era uma estrela inatingível”, destaca Skylab.
 
Em outro momento da entrevista, o compositor fala de sua vontade em lançar o trabalho A Trilogia do Fim, três álbuns totalmente diferentes um do outro, simultaneamente, porque a questão da contradição é fundamental para o artista. E Tas pergunta: ‘o que fazer com o medo das pessoas da fragmentação, com coisas aparentemente desconexas’? “O Brasil sempre foi um país fraturado desde a sua fundação. Só que com o passar dos anos, através das redes sociais, foi se tornando visível (...) a violência faz parte da alma mais profunda do ser humano. É possível produzir arte sem violência? É possível produzir filosofia apenas através da contemplação?”, indaga o músico.
 
Sobre a importância do erotismo na formação do ser humano, Skylab diz: “Quando eu comecei a fazer música, eu tinha consciência de que eu estava fazendo uma coisa que ninguém fazia (...) o erotismo faz parte do nosso país, mas vai ser expresso pelas camadas populares mais pobres (...) o funk tá liberado, mas na alta cultura não (...) a igreja tem um papel preponderante e o reflexo é na cultura brasileira para a vida toda (...) o Caetano Veloso, por exemplo, derrubou tanta coisa; a Tropicália também derrubou. Mas o erotismo não”, afirma.

Anderson Ramos

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