''Nós tivemos uma grande paixão e transformamos a paixão em amizade'', diz Eugênia Thereza de Andrade sobre João Ubaldo, no Provoca de terça (16)

Foto Beatriz Oliveira

Nesta terça-feira (16/7), Marcelo Tas conversa com Eugênia Thereza de Andrade, diretora, dramaturga, atriz e professora de teatro há quase seis décadas. No bate-papo, ela fala sobre o que é ensinar e a importância da curiosidade, conta que namorou o escritor João Ubaldo Ribeiro e sobre a amizade que tinham, que é proibido cantar parabéns em seu aniversário, sobre a sua facilidade de ler corpos e muito mais. O Provoca vai ao ar na TV Cultura, às 22h.
 
''João Ubaldo, eu vou falar pela primeira vez, nós fomos namorados. Nós tivemos uma grande paixão e transformamos a paixão em amizade. Quando ele morreu eu chorei um ano todas as noites (...) e nós brincávamos o tempo todo de teatro. Eu gostava de fazer um personagem, fazer de conta que eu sou um repórter bem ignorante e que eu estou entrevistando ele porque ele entrou na Academia (...) e ele dizia absurdos (...) mas a gente ria demais'', conta.
 
Tas pergunta: quando você foi namorada de João Ubaldo? ''Na Bahia, ele já era jornalista porque ele trabalhou muito cedo, estava se formando. E teve um tempo que nosso romance era clandestino. Eu acho que a clandestinidade é erótica (...) ele mandou um recado na escola de teatro que eu estava ensaiando pelo Glauber. E o Glauber não era essa pessoa que criaram, ele era muito quieto, ele mais ouvia (...) e João disse que ia fechar o jornal e Glauber esqueceu de dar o recado. O encontro deu errado e chega João Ubaldo em outro horário e eu briguei, eu era muito desaforada (...) e ele falou: ‘mas eu mandei o recado pelo Glauber’. ‘E eu disse: ‘como você quer encontrar comigo, dizendo que está morrendo de saudades e você manda um recado por um perturbado’. Aí ele disse: ‘Eugênia você não tem a menor consideração. Fique você sabendo que eu serei um grande escritor e Glauber é um gênio'''.
 
Em outro momento do programa, Eugênia conta: ''Eu vejo que eu percebo rápido as coisas. Eu tô dando diagnóstico em gente que aparece na televisão (...) Ronaldinho Fenômeno tá jogando, eu passei na sala e falei esse rapaz vai adoecer e em seguida aconteceu. E não tem nada a ver com espiritismo, ninguém vem me falar de espírito (...) tem a ver com o meu conhecimento do corpo (...) outro que eu bati o olho e esse foi terrível (...) vejo a cena de um cara baixinho, com musculatura, com uma menina novinha que era cobradora de ônibus na novela da Glória Perez, parei e falei: ‘esse rapaz é muito violento, ele vai cometer uma agressividade, essa mulher é irresponsável de deixar a filha dela nesse papel'", diz a professora referindo-se a Guilherme de Pádua.
 
Por fim, Tas comenta que no aniversário da diretora é proibido cantar parabéns para você, essa canção burguesa, e no lugar todos cantam a Internacional Socialista. E pergunta: ‘o que é a canção Internacional Socialista''? ''Eu sei que é uma coisa que está na nossa memória afetiva, eu gosto de coisa divertida, que tem humor'', diz.

Anderson Ramos

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