Caminhos da Reportagem traz pauta sobre longevidade com pessoas centenárias

Foto: TV Brasil/Divulgação

A TV Brasil aborda o aumento da longevidade da população com parcela significativa de pessoas que alcançam a idade centenária na edição inédita do programa Caminhos da Reportagem desta segunda (15), às 23h. A produção da emissora pública discute políticas públicas e garantia de direitos. O conteúdo jornalístico pode ser acompanhado também no app TV Brasil Play.

De acordo com o Censo Demográfico de 2022, o Brasil tem, atualmente, mais de 37 mil pessoas com cem anos ou mais. Dados das Nações Unidas estimam que o número de centenários no mundo passará dos atuais 316 mil para 3,2 milhões em 2050.

Para entender esse panorama, a equipe do Caminhos da Reportagem consulta especialistas no tema que explicam as novas demandas sociais. A atração realizada pelo canal público destaca a história de três centenários brasileiros para revelar esses desafios e as curiosidades da rotina dessa gente.

De acordo com Júnia Quiroga, Coordenadora de programa do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil, o envelhecimento da população é um triunfo do desenvolvimento. "Envelhecer e atingir uma maior longevidade é um sinal de progresso para todas as sociedades. Em primeiro lugar, porque a outra possibilidade seria morrer mais jovem. Então, é um sinal de avanços na medicina, de mais amplo acesso à boa qualidade de vida, acesso e qualidade da água, alimentação, moradia e segurança", afirma.

Outra questão abordada pelo programa jornalístico da TV Brasil diz respeito às "zonas azuis", lugares no mundo que se distinguem pela longevidade de seus habitantes. A matéria especial apresenta algumas das características que tendem a contribuir para que as pessoas residentes nessas áreas tenham vidas mais duradouras.

Histórias de vida emocionantes

O Caminhos da Reportagem ilustra o especial sobre envelhecimento com três personagens que superaram a marca da idade centenária. Um deles, Milton Thiago de Mello, tem 108 anos e faz parte de uma pesquisa do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco (Genoma USP), da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa visa compreender como a genética impacta a longevidade e a resistência à COVID-19.

Para Mateus Vidigal de Castro, pós-doutorando do Centro de Pesquisa, o caso de Milton foi um dos que mais chamou a atenção. "Era um dos nossos mais longevos recuperados da Covid, que foi assintomática. Importante ressaltar que Milton teve a doença antes da vacina. E a parte cognitiva é brilhante, extremamente lúcido. Ele se recorda de tudo", conta.

A produção também entrevista Dona Dalila, que tem 104 anos. Lúcida e muito religiosa, ela lembra de tudo da sua infância. A idosa nasceu em uma família humilde no Ceará em que as pessoas tinham muito amor uns pelos outros. Ela diz que, hoje, com uma perda de visão considerável, é cuidada pelos filhos e netos.

A memória de Dona Dalila é privilegiada e ela recorda, sem dificuldade, as datas de aniversário dos membros da sua família. "O Manoel é 25 de dezembro. O Joacir é dia 25 de abril. João é dia 26 de março. A Lúcia é dia 30 de maio. O Pedro é dia 26 de junho. O Eduardo é dia 29 de junho...", enumera.

O programa da TV Brasil também mostra a história de Dona Epifânia, uma centenária divertida que, ano passado, aos 106 anos de idade, fez sua mais recente tatuagem. É uma chave de ouro tatuada no braço, onde lê-se "Só o amor constrói". De acordo com a bisneta Raquel, Dona Epifânia disse que a tatuagem, a última de três, é para marcar o final de sua vida, que ela pretende fechar com "chave de ouro".

Zonas Azuis

Ainda nesta edição, o Caminhos da Reportagem destaca a questão das “zonas azuis”, lugares no mundo que se diferenciam pela longevidade de seus habitantes. O gerontólogo Otávio de Tolêdo Nóbrega conta que não há uma "receita de bolo" para a longevidade, mas que as zonas azuis mostram algumas características que parecem contribuir para vidas longevas. Entre elas estão: a noção de um propósito de vida, uma rotina fisicamente ativa e uma dieta rica em legumes e vegetais e sem excessos.

"Em termos biológicos, se a gente olha para o meio ambiente silvestre, ou seja, para os leões na savana, por exemplo, é inusitado pensar que a população de idosos vai ser a preponderante, pelo simples fato de que os idosos se tornam com o tempo indivíduos com menor vigor físico, menos aptidão para sobreviver em condições em que há competição por recursos. Ou seja, não é natural que organismos idosos preponderem. E nós seremos a única espécie biológica do planeta que terá maior proporção de idosos na sua composição do que de jovens", afirma Nóbrega.

Força muscular

O fisioterapeuta Hudson Azevedo, que trabalha com idosos na rede pública de Brasília, ressalta a importância da atividade física para uma longevidade independente e com maior qualidade de vida. Diversos estudos, inclusive um lançado pela revista Gerontology, estabelecem a relação entre pernas fortes e menos casos de demência na terceira idade.

"Quando a gente fala em massa muscular, os membros inferiores são onde a gente tem a maior proporção de grupos musculares. Então a gente fala muito nos treinamentos em relação às coxas, principalmente em atividades que envolvam os movimentos de sentar e levantar, porque a gente utiliza músculos que são necessários para caminhar e para se transferir", explica Hudson.

Anderson Ramos

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