'Profissão Repórter' desta terça investiga os casos de homicídio no Brasil que não foram registrados

Foto: Globo/Divulgação

De acordo com o Atlas da Violência, o Brasil registrou 46.409 homicídios em 2022. No entanto, a publicação indica que esses números estão subnotificados. Segundo Daniel Cerqueira, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o IPEA, quase seis mil homicídios ficaram fora dos registros oficiais e foram contabilizados erroneamente como morte violenta por causa indeterminada. O 'Profissão Repórter' desta terça-feira, dia 24, investiga os casos que não constam nas estatísticas. 
 
Esses assassinatos que não foram registrados são chamados de homicídios ocultos, quando não há um autor suspeito. Daniel explica como funcionam as pesquisas, que contam com a ajuda da inteligência artificial. “A gente utilizou a inteligência artificial para que ela ‘aprendesse’ o padrão de um homicídio no Brasil, que é passível de ser reconhecido por diversos fatores, como: o instrumento que causou a morte, o horário do óbito, a escolaridade da vítima, etc. Depois, a inteligência artificial olha para o conjunto de mortes violentas cuja causa não foi determinada. Ela identificou que mais de 40% delas são, na realidade, homicídios”.
 
O repórter Chico Bahia e o técnico de som Carlos Oliveira vão atrás desses casos, tendo em mãos 20 certidões de óbito de pessoas cuja causa da morte foi registrada como "morte violenta por causa indeterminada". Entre eles, um gari de 27 anos, morto a tiros em serviço. A busca acontece nas proximidades do Hospital do Campo Limpo, em São Paulo, a cidade que lidera o ranking de homicídios ocultos no Brasil. 
 
O Brasil registrou, nos últimos onze anos, uma pessoa negra vítima de homicídio a cada 12 minutos. A população preta representa 76,5% dos assassinatos no país. É o que revela o Atlas da Violência, divulgado na última terça-feira (18). No Rio de Janeiro, Caco Barcellos e o repórter cinematográfico João Lucas Martins mostram como a violência urbana afeta a vida das pessoas e a rotina dos serviços de saúde estado. A prefeitura estima que, só com internações de vítimas de armas de fogo, o gasto direto seja de 4 milhões de reais por ano. O custo indireto pode chegar a 20 milhões de reais.
 
No Hospital Adão Pereira Nunes, na cidade de Duque de Caxias, referência em trauma na Baixada Fluminense, a recém-formada médica Sara Nascimento conta que em apenas dois dias de plantão três pacientes jovens e negros chegaram mortos à emergência, vítimas de arma de fogo. "Eu, como médica e mulher negra, vejo muitos pacientes (negros) aqui no hospital que sofreram algum tipo de violência. E nem sempre é só a violência armada, às vezes é violência doméstica, pode ser até mesmo atropelamento. E o paciente chega, muitas vezes, sem identificação, fica muito tempo, não consegue encontrar a família. Querendo ou não, isso é um tipo de agressão. Você vê que o corpo preto é mais deixado de lado, sofre mais e é violentado todos os dias", lamenta a médica.
 
Em um ano, o Brasil registrou aumento de 39,4% nos casos de violências contra pessoas LGBTQIAPN+, sigla que inclui lésbicas, gays, bissexuais, travestis, trans, queers, intersexuais, assexuais, pansexuais, pessoas não-binárias, dentre outras. Em 2022, 8.028 pessoas foram vítimas de violência. Segundo dados do Atlas da Violência, organizado pelo IPEA e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os homossexuais sofreram 5.826 destas agressões. 
 
O 'Profissão Repórter' desta terça-feira, dia 25, vai ao ar logo após ‘Sob Pressão’.

Anderson Ramos

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