Podcasts: 'No Rastro do Dinheiro', novo Original Globoplay, desvenda a lógica financeira por trás do crime organizado

Foto: Divulgação

Crimes financeiros, lavagem de dinheiro, operações policiais, pirâmides financeiras e evasão de divisas são alguns dos termos que vão guiar a narrativa de 'No Rastro do Dinheiro', novo podcast Original Globoplay, que chega às plataformas de áudio nesta terça-feira, dia 14. O audiodocumentário é apresentado por Beto Chaves, policial civil e coordenador do Papo Responsa, programa da PCERJ, e dirigido por Renato Martins. Em cinco episódios, a série em áudio se debruça sobre acontecimentos conhecidos da mídia, como Caso Youssef; Escândalo Banco Noroeste; Doleiros e o Caso Banestado; operações Mosaico e Mercador de Ilusões; a Criptolavagem e o Tráfico de Drogas.
   
Renato Martins, diretor do filme ‘Relatos do Front’, explica que a inspiração e o interesse em criar o podcast surgiram a partir da realização da obra cinematográfica. “No filme, abordamos a questão da violência urbana gerada pela política pública denominada ‘guerra às drogas’. Demos voz para quem está no extremo e sofre as piores consequências dessa política de segurança. Uma das perguntas que ficou na minha cabeça depois da produção foi: ‘essas pessoas conhecidas como os soldados do front cumprem ordens, mas quem está dando a ordem?’ Desse pensamento, surgiu o desejo de ampliar nossa lente de observação e entender quem financia os conflitos urbanos, que acontecem quase que diariamente em solo brasileiro”, conta.   
   
Para Renato, a lavagem de dinheiro é um dos crimes mais perversos e devastadores na sociedade, mas não é percebida dessa forma. “Existe um trabalho de informação e conhecimento dos fatos a ser feito nesse sentindo, e esse é o principal objetivo do nosso podcast”, destaca.   
   
“Rever os casos mais emblemáticos da mídia nos dão a oportunidade de refletir sobre o nosso presente, nas suas tristes repetições ou no resgate de memórias de uma sociedade assolada por escândalos cotidianos. No audiodocumentário, demonstramos aos ouvintes o processo de causa e efeito dos crimes de corrupção, especialmente da máquina pública”, diz Beto Chaves.   
   
Ao longo do projeto, o público poderá ouvir entrevistas de economistas, policiais, jornalistas, advogados, comerciantes, entre outros profissionais. Entre os nomes, está o jornalista investigativo Carlos Amorim, autor de diversos livros sobre o crime organizado. “O fio condutor da nossa investigação é a lavagem de dinheiro, que criminosos de diversos setores da sociedade — alguns lícitos e outros ilícitos — usam para esconder a origem dos ganhos em transações financeiras”, explica Renato.   
   
‘No Rastro do Dinheiro’ está disponível de forma gratuita em todas as plataformas de áudio. O título tem publicações semanais, às terças-feiras.
   
Entrevista com o Beto Chaves, apresentador, e Renato Martins, diretor da série em áudio:   
   
1 - Qual é o arco narrativo apresentado ao longo dos cinco episódios?   
Beto Chaves: Há um arco narrativo histórico que fizemos questão de retratar, observando o ‘Rastro do Dinheiro’ desde a Hawala no século XIV até as criptomoedas. Nossos ouvintes poderão compreender, de forma simples, as complexas operações e esquemas financeiros de uma engenharia que atravessa a história humana e se reinventa para burlar as leis, assim como conseguirão, por meio dos inúmeros entrevistados, perceber os danos e prejuízos socioeconômicos.   
   
2 - O podcast ajuda a traçar um raio-X do cenário econômico brasileiro?   
Renato Martins: Sim, é possível traçar um raio-X do cenário econômico brasileiro, pois todo dinheiro deixa um rastro. O que temos visto com o passar dos anos são mecanismos cada vez mais sofisticados e de difícil rastreamento, sendo usados pelos criminosos que querem lavar dinheiro. Os casos apresentados no podcast mostram um pouco dessa sofisticação, pois começamos a série com os doleiros, passamos por escândalos bancários e chegamos às criptomoedas.   
   
3 – Quais são os recortes e/ou fatos inéditos mencionados durante os episódios?   
Beto Chaves: Os fatos estão postos há muitos anos e foram esmiuçados por grandes especialistas. Olhando em perspectiva posso dizer que usamos esses casos para evidenciar todas as complexidades existentes na engenharia financeira que envolve esse fenômeno, nos crimes anteriores à lavagem de dinheiro e na própria lavagem, assim como no funcionamento do sistema financeiro de anos atrás e dos dias de hoje. Traduzimos para o grande público situações e circunstâncias de difícil compreensão para aqueles que não estão ligados diretamente à temática.

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