'O Que Pode o Corpo?': Curta! exibe filme inédito que investiga o corpo na contemporaneidade

Obras do artista plástico baiano Ayrson Heráclito mostradas no documentário ‘O Que Pode o Corpo?’ (Crédito: Divulgação/Curta!)

O corpo surge como protagonista, assumindo o papel de arena de debates públicos sobre questões cruciais da contemporaneidade, no novo filme do diretor Leonardo Barcelos, ''O Que Pode o Corpo?'', que estreia com exclusividade no dia 9 de abril, no Curta!. Em seguida, a produção também estará disponível em streaming no CurtaOn.

Através da arte performática, o corpo se apresenta como ferramenta de resistência, inovação e questionamento, desafiando normas e abrindo espaço para novas formas de ser e estar no mundo. O documentário propõe uma imersão profunda na arte performática contemporânea, explorando a confluência de diferentes expressões artísticas e os discursos inovadores que emergem dessa interseção.
 
Através de um mosaico de imagens de arquivo e entrevistas com artistas e teóricos, o filme tece um panorama vibrante das questões acerca do corpo e da performance no mundo atual. Abarca temas como a colonização e seus efeitos persistentes na sociedade, as lutas pela igualdade de direitos LGBTQIA+ e por avanço dos movimentos feministas, além das reivindicações dos povos indígenas e negros por reconhecimento e justiça.
 
Ao longo de 10 anos de pesquisa, o diretor Leonardo Barcelos e o produtor André Hallak — em parceria com a Trem Chic, produtora encabeçada pelo multiartista Eder Santos — foram estabelecendo trocas e parcerias com alguns dos mais importantes nomes da performance no mundo. Entre eles, estão ORLAN, Rodrigo Braga, Ayrson Heráclito, Jo Clifford, Marco Paulo Rolla, Regina José Galindo e Carlos Martiel.
 
“O documentário aborda um tema atual, extremamente relevante e, de certa forma, urgente. A sociedade deve participar e engajar-se no debate sobre o corpo, o que ele significa e significará no futuro”, afirma o diretor. “Mudanças de paradigma têm sido delineadas em diferentes áreas do conhecimento. Como o corpo tem sido visto e interpretado? Qual é a nossa corporalidade? O que define o ser humano? Estas são algumas questões que devem ser respondidas pela sociedade como um todo, uma vez que se discute a própria definição do que é humano e as linhas que as distinguem mudam constantemente”, defende ele.
 
“O Que Pode o Corpo?” é o desdobramento de um projeto ainda mais amplo, fruto dos quase 10 anos de pesquisa do diretor e da equipe, que deu origem à “Trilogia do Corpo”. Ela consiste em dois longas-metragens e uma série de TV, além de um média-metragem e a previsão de uma grande exposição de fechamento.

Viabilizado pelo Curta! por meio do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), “O Que Pode o Corpo?” é uma produção da Tandera Filmes. O documentário também estará no CurtaOn - Clube de Documentários, streaming disponível no Prime Video Channels — da Amazon —, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn܂com܂br). A estreia é no dia temático Terças das Artes, 9 de abril, às 22h30.

O paladar no Brasil Colônia é tema de novo episódio de ‘Histórias da Gente Brasileira’

Cena do episódio ‘Colônia - Paladar’, da série ‘História da Gente Brasileira’ (Crédito: Divulgação/Curta!)

Os hábitos alimentares da nossa sociedade colonial norteiam o capítulo inédito “Colônia — Paladar”, da série “Histórias da Gente Brasileira”, que revela as entrelinhas da historiografia do Brasil e é exibida exclusivamente pelo Curta!, além de estar disponível no CurtaOn - Clube de Documentários. Com direção de Beca Furtado e apresentação da historiadora Mary Del Priore, o episódio revela que, apesar da abundância de recursos encontrados no Brasil da época, nem todos tinham acesso a uma boa alimentação.
 
Os enormes canaviais, cuja produção era destinada à exportação, ocupavam boa parte das terras disponíveis, e não era do interesse dos senhores de engenho dividir esse espaço com a agricultura de subsistência. Os europeus que aqui estavam preferiam importar alimentos da metrópole, mas os produtos chegavam mal conservados ou até mesmo putrefatos.
 
“No Brasil colonial, não havia escassez de alimentos desde que alguém estivesse disposto a cultivá-lo ou capturá-lo”, explica Mary del Priore. A jornalista, escritora e pesquisadora Inês Garçoni conta que havia um enorme choque cultural entre os hábitos alimentares dos indígenas e dos europeus. Os primeiros priorizavam a mandioca e o milho nas mais diversas formas de preparo, e em geral tinham gosto por uma culinária mais seca; já os portugueses trouxeram os caldos e os cozidos.
 
Ela também fala da errônea crença de que a feijoada foi criada pelos escravizados que se serviam de partes de carne suína preteridas pela casa-grande. “No século XVII, a corte obriga os senhores de engenho a terem um pedaço de terra plantando mandioca para alimentação desses escravizados, pois eles comiam muito mal e muitas vezes tinham que recorrer a plantações clandestinas. Então, carne, nem pensar! O colonizador aproveita tudo do porco, sempre aproveitou desde que viveu a carestia da Idade Média”, comenta. O prato veio, portanto, do costume português de cozinhar carnes em caldos e de refogar a couve, incorporados ao arroz e ao feijão, populares no Brasil.
 
O episódio avança no tempo e aborda, ainda, a influência dos rituais religiosos africanos. O acarajé, o abará, o caruru e demais pratos oferecidos às divindades passam a ser vendidos nas ruas dos centros urbanos após a Lei Áurea. Assim se forma o terceiro pilar do que conhecemos como gastronomia brasileira, que até hoje vive um panorama parecido com o dos tempos da Colônia: fartura de recursos, mas nas mãos de poucos.

A série “Histórias da Gente Brasileira” é uma produção da Giros viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A série também pode ser assistida no CurtaOn – Clube de Documentários, streaming disponível no Prime Video Channels — da Amazon —, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma. A estreia do episódio no Curta! é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 12 de abril, às 23h30.

Segundas da Música – 08/04

22h30 – “Dorivando Saravá, o Preto Que Virou Mar” (Documentário)

A obra de Dorival Caymmi, um dos cantores e compositores mais icônicos da Bahia, se confunde com uma maneira muito própria de viver. Este documentário contempla a sua forma de existir e de pensar, como se o artista pudesse se transformar em um verbo: “dorivar”. Caymmi, falecido em 2008, foi o primeiro a cantar os orixás do candomblé na música popular brasileira. Ele transportou para a música e para a pintura — outro de seus talentos — sua religiosidade, os misticismos de um povo e toda uma poética fortemente ligada à praia. O filme segue uma linha poética em que o artista transcende a morte; Caymmi, portanto, não morreu. Virou mar. O longa conta com imagens de arquivo em que o próprio Caymmi fala de suas percepções e filosofias de vida, além de depoimentos de artistas como Gilberto Gil, Tom Zé, Jussara Silveira, Adriana Calcanhotto, entre outros que desfrutaram da companhia do compositor ou que regravaram suas canções. Duração: 88 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 09 de abril, terça-feira, às 2h30 e às 16h30; 10 de abril, quarta, às 10h30; 13 de abril, sábado, às 22h15 e 14 de abril, domingo, às 15h.

Terças das Artes – 09/04

22h30 – “O Que Pode o Corpo?” (Documentário) - INÉDITO E EXCLUSIVO

O corpo como expressão e lugar de debate público no mundo contemporâneo. A performance, expressão emblemática de nossa época, se destaca nas obras de diversos artistas que têm o corpo como matéria-prima para suas criações. Há novas formas de existência, e os signos culturais, identitários e políticos coexistem hoje sob uma pele multifacetada, com grande potencial de transformação. Direção: Leonardo Barcelos. Duração: 69 min. Classificação: 14 anos. Horários alternativos: 10 de abril, quarta-feira, às 2h30 e às 16h30; 11 de abril, quinta-feira, às 10h30; 13 de abril, sábado, às 16h; 14 de abril, domingo, às 22h30.

Quartas de Cena e Cinema – 10/04

21h45 – “No Intenso Agora” (Documentário)

Através de imagens de arquivo, João Moreira Salles elabora não apenas um filme, mas as memórias de Elisa Moreira Salles, sua própria mãe, além de reconstituir acontecimentos que marcaram o século XX, registrados em vídeos amadores por ela. Partindo do vermelho vivo da revolução cultural implementada por Mao Tsé-Tung, na China, o filme, narrado pelo próprio João Moreira Salles, apresenta imagens feitas de maneira informal por Elisa. Surpreendendo o que o próprio filho esperava da mãe, suas impressões configuram profunda admiração pelo que estava diante de seus olhos e de sua câmera. Passando para os registros feitos em maio de 1968 em Paris, onde a família Moreira Salles residia, o diretor reconstitui a força do movimento estudantil da época, que culminou em uma greve geral que parou o país. A narrativa busca refletir sobre o que teria levado a esse estopim. Outro momento histórico analisado através de imagens gravadas por Elisa foi a Primavera de Praga, na então Tchecoslováquia. O filme traz, ainda, imagens breves do Brasil da época. Direção: João Moreira Salles. Duração: 127 min. Classificação: 12 anos. Horários alternativos: 11 de abril, quinta-feira, às 01h45 e às 15h45; 12 de abril, sexta-feira, às 9h45; 13 de abril, sábado, às 12h15; 15 de abril, segunda-feira, às 00h45.

Quintas do Pensamento – 11/04

23h30 – “A Persistência da Memória” (Série) – Ep.: “Os Apagamentos de Memória” – INÉDITO E EXCLUSIVO

Incêndios recentes do Museu Nacional e da Cinemateca Brasileira queimando memórias. Descasos e tentativas de apagamento recorrentes de memórias coletivas e sociais no Brasil. Por que se apagam memórias? A memória da Terra. Disputas de narrativas sobre o passado. Apagamentos históricos e ainda em curso. Direção: Paola Vieira. Duração: 26 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 12 de abril, sexta-feira, às 3h30 e às 17h30; 13 de abril, sábado, às 20h30; 14 de abril, domingo, às 12h; 15 de abril, segunda-feira, 11h30.

Sextas de História e Sociedade – 12/04

23h30 – “Histórias da Gente Brasileira” (Série) – Episódio: “Colônia — Paladar” – INÉDITO E EXCLUSIVO

Os hábitos alimentares da sociedade colonial. Os frutos eram bichados, a carne era putrefata e os produtos importados, malconservados. Mas nem tudo era miséria — longe dos canaviais, árvores frutíferas produziam caju, abacaxi, goiaba, banana, jambo, açaí e tantas outras frutas. A cana rendia doces e a farinha de mandioca, muito usada pelos indígenas, era a estrela versátil dos mais variados cardápios. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 13 de abril, sábado, às 03h30 e às 11h; 14 de abril, domingo, às 18h; 15 de abril, segunda-feira, 17h30; 16 de abril, terça-feira, às 11h30.

Sábado – 13/04

22h – "Mar de Fogo” (Documentário)

Um filme-ensaio sobre a gênese de “Limite” (1930), de Mário Peixoto, clássico da vanguarda latino-americana. Concebido a partir de cenas, do making of do filme e de relatos do autor, este documentário recria livremente a pulsão visionária de Peixoto para experimentar as sensações e os limites de uma aventura artística. Diretor: Joel Pizzini. Duração: 9 min. Classificação: Livre.

Domingo – 14/04

19h30 – ''Com as Próprias Mãos” (Documentário)

O repórter policial Luarlindo Ernesto é a única testemunha ocular da criação do esquadrão da morte, o primeiro grupo de extermínio brasileiro. Sessenta anos depois do ocorrido, a jovem jornalista Yasmin Santos pesquisa sobre as origens da milícia no Rio de Janeiro, e, ao descobrir que Luarlindo está vivo, decide ir atrás dele para tentar convencê-lo a contar tudo o que viu. Diretora: José Francisco Tapajós. Duração: 72 min. Classificação: 16 anos.

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