Inocentes enfrentam violência e sofrimento na cadeia, nos inéditos de Em Nome da Justiça no A&E

Foto: Divulgação

Casos de pessoas presas por crimes que não cometeram, vítimas de erros policiais ou judiciais, estão em foco em Em Nome da Justiça, a nova série de true crime do A&E. Conduzida pela criminóloga Ilana Casoy, a docussérie analisa decisões judiciais de crimes com processos marcados por dúvidas e traz instigantes casos de inocentes que foram presos por crimes que não cometeram. São histórias emocionantes de cidadãos comuns e seus familiares, que enfrentam muitas dificuldades para provar sua inocência, enquanto o acusado vive situações dramáticas em nosso falido sistema prisional.

Ao longo dos episódios, Ilana constata que os acusados, quase sempre, são vítimas das condições precárias dos sistemas policial e judiciário do Brasil. Além do trauma, ainda precisam arcar com os custos de investigações e revisões processuais paralelas, que deveriam ser obrigação do Estado, ainda que a justiça determine com clareza que cabe a quem acusa provar a culpa de qualquer pessoa – e, de acordo com a lei, qualquer suspeito é inocente até prova em contrário.

O A&E exibe dois episódios inéditos por semana.

No primeiro desta sexta (26), ás 21h10, é José Aparecido. O fazendeiro José Henrique, como fazia todo fim de semana, chegava à sua fazenda, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, quando, ao descer para abrir o portão, é atacado por dois homens. Ele tenta se defender, mas é agredido com violência, é jogado, desfalecido, na caçamba da picape, com a qual os assaltantes fogem à toda velocidade. A poucos quilômetros do local, ele é executado friamente a tiros e tem seus bens roubados, enquanto o veículo e seu corpo são queimados. Chamado a depor, seu caseiro, José Aparecido, é logo considerado suspeito pela polícia. Até que, dias após, um dos assaltantes, Evandro, é preso e confessa o crime, acusando um tio e alguém conhecido como “Peixe” como seus cúmplices.

A polícia logo mostra foto antiga de José Aparecido em documento a Evandro, que o reconhece como o ''Peixe''. Daí em diante, José Aparecido tem prisão preventiva decretada e começa a viver longo e terrível drama na prisão. A família não desiste de provar que José Aparecido é inocente, mas, mesmo Evandro retirando a acusação, sua liberdade parece cada dia mais difícil.

Em seguida, em Heberson, uma menina de nove anos é tirada violentamente da cama em que dormia e levada para o quintal de sua casa, onde o assassino a submete a um frio e revoltante estupro. O caso choca a população de Manaus e, dois meses depois, levada pela polícia para reconhecimento de suspeitos, em ruas do bairro em que morava, ela aponta Heberson de Lima Oliveira como quem a havia atacado.

Assim tem início um dos mais dramáticos calvários vividos por um preso no sistema prisional brasileiro. Submetido à chamada lei da prisão, ele foi estuprado por outros detentos inúmeras vezes. Como resultado das violências sexuais sofridas, Heberson contraiu aids, acabou adquirindo o vício em drogas e teve seu casamento destruído, o que implicou ainda em um afastamento total do crescimento dos filhos. E, não fosse o interesse de uma jornalista, que já o conhecia, em esclarecer o caso, talvez ainda tivesse várias outras tragédias pessoais associadas aos relatos sobre o longo tempo em que ficou encarcerado no presídio. Classificação Indicativa: 14 anos

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