'Profissão Repórter' desta terça mostra a importância das crianças na adaptação dos pais estrangeiros no Brasil

Foto: Globo/ Divulgação

Considerada o centro financeiro do país, São Paulo recebe imigrantes desde o início de sua história e, nas últimas décadas, uma nova leva tem buscado refúgio e acolhimento na cidade. O 'Profissão Repórter' desta terça-feira, dia 19, conta a história das famílias de afegãos, haitianos e africanos que vieram recomeçar a vida no Brasil e mostra como as crianças são fundamentais no processo de adaptação das famílias em solo brasileiro. 
 
De acordo com o Observatório das Migrações Internacionais (OBmigra), pedidos de refúgio cresceram 73% no Brasil entre 2021 e 2022 - com chegada cada vez maior de mulheres e crianças. A repórter Nathalia Tavolieri revisita o Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, na cidade de Guarulhos, onde mais de seis mil afegãos acamparam provisoriamente à espera de vaga em abrigos. As primeiras famílias com crianças que desembarcaram no Brasil foram acolhidas pela organização Aldeias Infantis SOS, localizada em Poá. 
 
No programa desta terça-feira, Nathalia conhece a rotina de uma garotinha afegã de 7 anos que mora no abrigo há mais de um ano com os pais e duas irmãs. A mãe chegou no Brasil grávida de 8 meses e deu à luz a caçula da família em solo brasileiro. A maioria das crianças já está falando português e ajuda os pais a se comunicar. A reportagem ainda acompanha a rotina das irmãs Husna, de 8 anos, e Asma, de 5 anos, filhas de um ex-funcionário do Ministério da Economia do Afeganistão, que ganharam bolsa integral em uma escola bilíngue no Brasil.
 
A imigração de haitianos para o Brasil começou em 2010, depois de um terremoto que devastou o país, fazendo com que milhares de pessoas buscassem refúgio. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), estima-se que, atualmente, mais de 160 mil haitianos vivam no Brasil. Muitos deles encontram dificuldades para trazer seus familiares e recorrem à processos judiciais. A repórter Mayara Teixeira vai até uma igreja que, desde 2010, é ponto de referência na acolhida de haitianos dando abrigo, atendimento médico, auxílio na busca por emprego e assistência jurídica gratuita. Lá, ela conhece o Jean Poncey que, há um ano, contratou uma agência de viagens para trazer cinco pessoas ao Brasil com passagem aérea e auxílio na solicitação de visto. Jean desembolsou R$ 42 mil e, até agora, nenhum de seus familiares conseguiu chegar ao país. 
 
Nas ruas do Brás, bairro de comércio popular da capital paulista, o repórter Guilherme Belarmino encontra famílias africanas que escolheram São Paulo para recomeçar suas vidas e ganham seu sustento vendendo produtos na região. São senegaleses, guineenses, nigerianos, angolanos, imigrantes de diversas nações. Com imagens de Fernando Grolla e Gabi Vilaça, a reportagem revela que, na maioria dos casos, os homens africanos chegam primeiro ao país para trabalhar e mandar dinheiro para esposas e filhos que ficaram na África. Com muito esforço, eles conseguem trazer as famílias, mas em alguns casos, a espera pode chegar a dez anos. 
 
De acordo com os dados mais recentes do Comitê Nacional para Refugiados, o Conare, mais de 1.500 crianças e adolescentes de até 15 anos de origem africana solicitaram refúgio ao Brasil entre 2021 e 2022. Os imigrantes africanos contam que a chegada das crianças acelera a integração à cultura brasileira, já que elas aprendem rápido o português e enxergam no estudo a grande oportunidade de uma vida melhor. Esse caminho, no entanto, exige que elas aprendam a lidar com o racismo. No Brás, duas irmãs angolanas que vendem hortaliças e peixes com a mãe falam à equipe sobre o preconceito que sofrem na escola por serem pretas.
 
A reportagem conta ainda com a participação, como jornalista convidada, da congolesa Claudine Shindany, de 46 anos, que fugir para o Brasil depois de denunciar na imprensa o aliciamento de crianças por guerrilheiros em seu país, a República Democrática do Congo (RDC). Mãe de Blessing, de 17 anos, ela conta que nunca teve a oportunidade de trabalhar como jornalista e de estudar no Brasil, mas que ainda tem esperança. Nas ruas do Brás, em parceria com a equipe do Profissão Repórter, Claudine volta a atuar como repórter, descobrindo e contando histórias tocantes, parecidas com as dela.
 
“O Brás é hoje uma pequena África no coração de São Paulo. Foi uma experiência muito rica poder retratar a realidade dos imigrantes em parceria com a Claudine. As crianças são o futuro do Brasil e é muito bonito ver no Brás que as crianças africanas também fazem parte desse futuro", afirma o repórter Guilherme Belarmino.
 
O ‘Profissão Repórter’ vai ao ar na noite desta terça-feira, dia 19, logo após o ‘BBB24’.

Anderson Ramos

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