Foto Mariana Carvalho |
Nesta terça-feira (12/3), Marcelo Tas conversa, no Provoca, com a promotora de Justiça Lívia Santana Vaz, a partir das 22h, na TV Cultura. Na edição inédita, Lívia fala sobre o Supremo Tribunal Federal ter dez ministros homens; o fato de ter vestido a filha de Aqualtune, fundadora do Quilombo Zumbi dos Palmares; o ministro Flávio Dino ter se autodeclarado negro e muito mais.
Quanto à autodeclaração de Flávio Dino, Tas provoca: "Meritíssima Lívia, o ministro Flávio Dino é negro?". E a promotora responde: “Eu brinco que eu não sou porteira de Wakanda, porém, eu acho que é muito confortável poder escolher quando se é branco e quando não se é. Eu não tive essa escolha”.
E continua ao dizer que pessoas socialmente negras, que sofrem a violência policial letal, não podem escolher ser ou não ser negras. “Então, raça e gênero são um dos principais fatores de identificação de uma pessoa na sociedade. (...) A minha imagem já carrega um estigma social de discriminação, de marginalização muito grande”, comenta.
A conversa continua no âmbito do STF, e Lívia deixa sua opinião sobre o que o Supremo perde ao ter dez ministros homens. “Nossa, perde completamente, ou quase que completamente, porque ainda temos uma ministra, Carmen Lúcia, a perspectiva de gênero. É óbvio que você não precisa ser uma mulher para ser antissexista, você não precisa ser uma pessoa negra para ser antirracista, porém, nós precisamos que essas pessoas sejam escutadas, tenham protagonismo de decisão”, diz Lívia. Mas a promotora também afirma que, por mais que tenha um homem antissexista no ambiente, isso não se compara ou substitui uma mulher e as vivências que carrega.
Em outro momento, a promotora conta sobre uma atividade da filha na escola, que era café da manhã de contos de fadas, e ela decidiu vestir a menina de Aqualtune, fundadora do Quilombo Zumbi dos Palmares. “Era um vestido africano, com tranças e búzios. Quando ela chegou na escola, não tinha mais nenhuma outra princesa, porque todo mundo queria saber quem era aquela princesa. Ela foi com o discurso montadinho (...) E ela estava educando os pais e as mães também, e os professores e as professoras.”
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