Documentário 'Sullivan & Massadas: Retratos e Canções' relembra a trajetória de sucesso da dupla nos anos 1980

Foto: Divulgação Rogerio Vonkruger

Nos anos 1980, era praticamente impossível ligar o rádio ou a televisão e não ouvir um grande hit composto por Michael Sullivan e Paulo Massadas. Nesta quarta-feira, dia 06 de março, é o momento de relembrá-los e conhecer a fundo os bastidores de suas composições em ‘Sullivan & Massadas: Retratos e Canções’, série documental Original Globoplay já disponível na plataforma. A produção também vai mostrar a trajetória da dupla, com entrevistas e depoimentos de artistas, entre eles a apresentadora Xuxa, Roberto Carlos, Zeca Baleiro, Fagner, Ferrugem, Anavitória, Carlinhos Brown e José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, além de traçar um panorama da indústria fonográfica no país. 

Do infantil ao pop, funk e samba, passando pelo forró e chegando ao rock. Por dez anos, a dupla dominou o cenário musical no Brasil, assinando dezenas de canções que alcançaram o topo das paradas musicais, entre elas ‘Um Dia de Domingo’ (Gal Costa e Tim Maia), ‘Deslizes’ (Fagner), ‘Talismã’ (Leandro e Leonardo), ‘Nem Morta’ e ‘Estranha Loucura’ (Alcione), ‘Joga Fora’ e ‘Retratos e Canções’ (Sandra de Sá), ‘Amor Perfeito, ‘Meu Ciúme e ‘Pergunte ao seu coração’ (Roberto Carlos). 

O estrondoso sucesso extrapolou as rádios e invadiu o audiovisual, onde suas músicas foram temas de novelas, sendo uma delas ‘Whisky a Go Go’, gravada pelo Roupa Nova, a inspiração para o nome da trama ‘Um Sonho a Mais’, exibida pela TV Globo em 1985. O fenômeno Sullivan e Massadas não parou por aí: eles transformaram o cenário da música infantil, com a composições de hits para Xuxa, entre eles ‘É de Chocolate’, ‘Parabéns da Xuxa’ e ‘Lua de Cristal’, e para o Trem da Alegria: ‘Uni-duni-tê’. 

Para André Barcinski, diretor da obra, o ponto mais desafiador na construção da série foi limitar a quantidade de canções no projeto, já que a dupla reúne mais de 700 músicas autorais. “São letras boas, fortes e populares. Foi muito complicado definir o que entraria na série. O disco de 86 da Sandra de Sá, por exemplo, tem quatro ou cinco hits deles. A série é uma homenagem, um tributo à dupla, e vai mostrar para o público a importância que eles tiveram e ainda têm na música brasileira”. 

Com argumento de Pedro Bial e André Barcinski, ‘Sullivan & Massadas: Retratos e Canções’, série documental Original Globoplay, é produzida por Kuarup Produções, tem direção de André Barcinski, roteiro de Nélio Abbade e Heitor D´Alincourt, produção executiva de Alcides Ferreira e Keila Castro.
 
Entrevista com Michael Sullivan e Paulo Massadas

Hits estourados na voz de grandes talentos da música brasileira, ultrapassando gerações. O que você espera do documentário do Globoplay?
Paulo Massadas: Esse documentário é uma consagração a todo o nosso trabalho e uma oportunidade para rever a nossa trajetória. Fizemos parte da história das pessoas, nós cantamos e criamos um mundo especial para elas. Poder trazer sonhos e fantasias para as pessoas é uma missão de vida para mim. 

Michael Sullivan: Eu decidi que o passado não definiria o meu futuro e coloco o meu passado para dormir todas as noites. Componho diariamente, sempre encontro novos parceiros e produzo no meu estúdio. Mas, nessa série, desejo contar a história antes do sono chegar. Porque quando eu acordo, a música me convida para tudo e eu sempre aceito. Eu estou sempre em busca de uma nova canção.

De músicas infantis ao pop, passando pelo funk e samba, chegando ao rock. Foi sucesso atrás de sucesso. Qual é o saldo da carreira e da parceria de vocês?
Paulo Massadas: Nós viemos dos bailes, onde tocávamos todo o tipo de música. Então, para nós, foi mais fácil compor abraçando todos os estilos musicais. Fizemos o romântico, o rock, o pop, o infantil... As coisas foram acontecendo numa velocidade tão estonteante e somente em retrospectivas que conseguimos, mais ou menos, entender o motivo desse fenômeno que foi (e continua sendo) ‘Sullivan e Massadas’. O saldo da nossa parceria é incalculável. 

Michael Sullivan: A arte como resistência é fundamental. A minha arte é sobre existência. Fazer o óbvio e ser bem-sucedido é para poucos, porque muitos resistem ao óbvio. Esse pensamento foi um saldo muito positivo para a dupla.
 
Foram mais de 30 músicas em novelas e uma delas, ‘Whisky a Go-Go', inspirou o nome de ‘Um Sonho a Mais’. Como a TV influenciou a trajetória da dupla?
Paulo Massadas: É muito importante o artista ter uma música numa novela, porque a novela por si só já cria um sucesso instantâneo. Diria que é como um pênalti sem goleiro. No caso da novela ‘Um Sonho a Mais’, o título é um trecho que aparece no finalzinho da canção, e o Boni achou interessante colocar o título da novela dessa forma.   

Michael Sullivan: A linha de composição da dupla abrangia temas de cotidiano, com uma inspiração comprometida com a não exclusão da voz do povo na máxima brasilidade. As novelas brasileiras também têm essa leitura de sociedade e, por isso, foi um encontro tão intenso.

Postar um comentário

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do O Universo da TV.

Postagem Anterior Próxima Postagem

Formulário de contato