Foto: Globo/João Cotta |
Plantagonista? Para definir sua trajetória no 'Big Brother Brasil 24', o mais recente eliminado escolhe outra palavra: reconstrução. Michel deixou a casa em um paredão contra Alane e Davi, com 70,33% dos votos do público, e conta estar tranquilo com o que viveu no reality show. Revela que preferiu se manter mais distante dos holofotes na primeira semana da competição como tática para fugir do paredão, e que mudou de rumo e aliou os grupos Puxadinho e Gnomos como forma de defesa e articulação no jogo. "Planta ganha três provas do anjo? Planta chega até uma final de prova do líder? Será mesmo que fui planta ou não? Porque eu comecei a incomodar! Na minha visão, eu fiz uma participação bem interessante", pondera.
A seguir, o ex-BBB fala sobre o rótulo de fofoqueiro, explica os embates com MC Bin Laden, Davi e Lucas Henrique e aponta Isabelle como a melhor jogadora da edição. Confira essas e outras avaliações feitas por Michel nesta entrevista pós-confinamento.
Se pudesse definir sua participação no ‘BBB 24’ em uma palavra, qual seria?
Reconstrução. Por chegar ao BBB escolhido pelos próprios participantes, primeiro senti que eu era um visitante. Depois, eu consegui me reconstruir ali dentro, me sentir pertencente àquela casa. Tive, então, uma virada de chave e, junto com os Gnomos, a Raquele, a Giovanna e eu conseguimos ficar mais ativos no jogo, nos defendermos melhor. O tempo inteiro a gente estava se reconstruindo no jogo, por mais que aqui fora isso possa não ter ficado tão claro. A minha meta era fugir do paredão, tanto que no que eu caí eu saí fora – sendo anjo e garantindo a imunidade. Por isso "reconstrução" é a palavra.
Por que acha que foi eliminado em seu primeiro paredão?
Eu acho que caí no paredão errado, na hora errada, com dois que são favoritos e eu tive um embate. É a questão da torcida maior. Apesar de que eu estou muito feliz com a minha torcida também. Sei que eles foram muito engajados, e a gente dá trabalho para quem tá aqui fora e gosta da gente (risos). Se eu tivesse ido mais longe, ia mostrar mais jogo e seria mais legal. Eu fui taxado de fofoqueiro, mas o jogo é a comunicação. Se você não consegue comunicação, você não joga. Então precisa ir, sim, atrás de informações, trazer para os seus e dali ter um parâmetro do que fazer.
No início do jogo, o Juninho sugeriu uma aliança ao Puxadinho, mas vocês descartaram. Mais adiante, você, Raquele e Giovanna se uniram em um trio até decidirem começar a jogar com os Gnomos. O que você tinha como critério para formar ou não um grupo para jogar no BBB?
Primeira coisa: conexão. A minha conexão com a Giovanna e com a Raquele foi surreal, com a Raquele ainda mais; acho que vocês conseguiram sentir. Se a gente falar de fidelidade, de carinho e de amor, vai ser a minha amizade com a Raquele. Foi algo muito fidedigno, tanto dela quanto meu. Quando não era ela que me procurava pela casa, era eu que procurava por ela. A gente deu muita força um para o outro. Não tivemos essa conexão com o Juninho, vimos que o jogo era um pouco diferente, e ele foi para o quarto Gnomos com pessoas que, naquele momento, a gente não queria jogar. Depois, fizemos essa aliança quando percebemos que nós três, sozinhos, não conseguiríamos nos defender. Muitos falam: "Foi comprado por uma jujuba, uma pulseira Vip". Mas não foi, foi estratégia nossa também. Tanto que no início a gente se sentiu um pouco desconfortável. Eu tive uma crise de choro horrorosa, falava que eu tinha que ter o coração menor. Mas, quando teve aquele assunto de corpo eu entendi perfeitamente o lado da Fernanda e vi que não foi tão alarmante assim como a Alane colocou. Graças a Deus eu consegui acessar a Fernanda e a Pitel, e foi maravilhoso conhecer as duas, que são pessoas muito legais.
No Sincerão, o Marcus Vinicius disse que você se vendeu pelo Vip da Fernanda quando ela foi líder. Acha que a sua estratégia de jogo foi acertada nesse momento?
Acho que sim. Os outros grupos estavam muito fechados, a gente não conseguiria entrar. Ficaríamos nós três ali vagando, o que era muito perigoso porque era um voto confortável para as outras pessoas. A Isabelle, que a gente gosta muito também, deu muita sorte de ser muito forte fora da casa, porque ela foi a três paredões direto justamente pelo voto confortável, sem ter uma "manada" por trás para defender. Quando os participantes enxergam isso, eles repensam. Então, acredito que foi, sim, assertivo.
Nas primeiras semanas, alguns participantes disseram que você era uma das plantas da casa. Depois, mudaram de ideia. Enxerga que teve, de fato, uma mudança de comportamento na competição?
Tive. Na primeira semana a minha estratégia era não me destacar tanto porque, no início, quem se destaca vai para o paredão. Então, fiquei mais quieto. Sou muito observador e queria observar para criar meus laços. Esse trio que eu tinha (eu, Raquele e Giovanna) era super de confiança, eu tinha certeza de que o que eu falasse ali, não ia sair dali. Acho que ficou nítido isso no programa, foi muito bonito; meu olho enche de água até hoje só de falar. São duas pessoas que eu quero levar para a vida. Depois, eu falo: planta ganha três provas do anjo? Planta chega até uma final de prova do líder? Então é isso: será mesmo que fui planta ou não? Porque eu comecei a incomodar! Estar em cinco Sincerões é ser planta? Eu fui a cinco direto. Então, acho que "planta" não me cabe, não. Na minha visão, eu fiz uma participação bem interessante.
Você teve embates diretos com Davi, MC Bin Laden e Lucas. Tinha eles como seus maiores adversários ou foi uma questão de ocasião?
Eu não sou a pessoa do embate direto, não gosto. Mas, quando tenho que me posicionar, me posiciono, apesar de às vezes não saber o que falar no momento (risos). Com o Lucas isso foi o pior porque ele me perguntou onde tinha sido o clique e eu tive problema com a minha memória, o que pegou muito mal para mim. Eu tenho TDAH, o que eu não falei lá na casa. Isso e a pressão me estressaram e me fizeram ter essa confusão de não lembrar das coisas. Tanto que ontem, no 'Bate-papo BBB', eu fiquei muito surpreso quando vi que eu que passei informação para o Bin [MC Bin Laden] (risos). Com o Lucas o clique foi quando ele me colocou no monstro, porque eu não esperava de jeito nenhum. Fiquei muito chateado. Por que, se ele gostava tanto de mim, ia me colocar no monstro? Monstro é negativo. Ele veio falar que queria me dar visibilidade, mas essa eu não queria. Ali começou e vários outros problemas decorreram disso. Com o Bin eu estava vendo o jogo dele de leva e traz, ele achando que estava jogando bem, e isso estava me incomodando muito. E eu nunca fui contra o Davi. A gente teve um problema, mas depois começou a ter uma aproximação de novo com conversas que não eram sobre jogo. Eu falei para ele que votaria no Bin e isso foi uma jogada minha porque eu sabia que ia parecer com o jogo dele e eu era uma prioridade dele de voto. Falei para a minha prioridade descer um pouco, já que meu voto seria parecido com o dele. Dali começou o embate. Mas eu jogava por semana. Cada semana, para mim, era uma vitória.
Você tinha a tática de fazer as provas com muita calma e concentração. Essa estratégia te fez ganhar várias provas. Como fazia a sua avaliação das dinâmicas do jogo para conseguir vencer?
Eu tenho dificuldade de concentração, mas queria tanto vencer! Então eu pensava: tem pessoas muito fortes em agilidade, se eu for para agilidade e correria eu vou perder; isso era fato, eu sou realista. A partir disso comecei a pensar em outro caminho, e foi o de tentar fazer a prova o mais perfeitamente possível. Eu pensava: tenho que fazer rápido, mas perfeito. Acho que isso me ajudou muito nas três provas que ganhei, que tiveram questões de agilidade, mas também de estratégia.
Você foi anjo e ficou imune três vezes no jogo. Em qual delas acha que a imunidade foi mais valiosa para você?
As duas últimas imunidades foram as mais valiosas por eu estar correndo muito risco de ir ao paredão. E nessa semana eu tinha que ter ganhado também. Nossa, foi por pouco que não peguei a liderança, meu lance [durante o arremesso da prova] bateu na quina e voltou! Eu sabia que se eu perdesse para o Lucas, ele iria me indicar ao paredão. Mas, faz parte do jogo. A gente tem que saber perder também porque, se eu entrei, sabia que um só iria ganhar. Infelizmente não fui eu. Eu nunca corri do jogo. O respeito, para mim, tinha que ser a primeira coisa. E eu tinha uma convivência muito boa com a casa, o que me pegava muito também na hora de ter que indicar alguém. Quando fui anjo e tive que indicar alguém ao paredão, eu fiquei muito nervoso ao falar o nome do Lucas porque era uma pessoa de quem eu gostava por alguns aspectos, mas para o meu jogo não estava sendo favorável.
Quem você acha o melhor jogador ou jogadora do ‘BBB 24’?
Por ter o jogo mais diferente, estar batendo no peito e falando que joga sozinha, talvez a melhor jogadora seja a Isabelle. Eu tinha um trio, mas a Isabelle sempre esteve no meu top 5. Era uma pessoa que eu gostava muito. Não tinha interesse nenhum no jogo dela, tanto que a gente não conversava sobre isso. Às vezes ela me escutava e eu abria meu jogo porque sabia que a informação não ia sair dali. Ela era uma pessoa em quem eu confiava muito também. Cheguei a chamar ela para jogar mais, mas ela batia no peito dizendo: "Não, eu jogo sozinha, meu jogo é assim e se o Brasil tiver que comprar vai ser assim". Por isso acho que ela é uma ótima jogadora e isso pode levá-la longe.
Como você acha que Giovanna e Raquele vão se comportar no game após a sua saída?
Eu tenho muito medo de elas se afundarem. Eu tentava sempre levantar as duas, por mais que eu tivesse destruído também. Confiava muito em nós três, achava que a gente podia ter um enredo muito legal. Acho que a questão do pé atrapalhou muito a Giovanna. Quando ela conversava comigo, eu via o mulherão que ela é, que fala, e acho que essa questão do pé acabou escondendo muito ela. De nós três, acho que ela era a mais escondida; agora, no finalzinho, que ela começou a dar uns pitacos. E a Raquele é maravilhosa, foi uma conexão surreal. Torço muito por ela e quero que ela deslanche. Vi que ela tinha muita força em mim, mas não quero que ela fique apegada a isso. Espero que ela continue, que não pare nem fique baqueada. Acho que elas têm que seguir com a Pitel e a Fernanda. Tomara que elas continuem juntas porque acredito que as quatro podem ter muita força. E agora o jogo não vai vazar, né? Não tem Rodriguinho na casa, o Bin não está jogando... (risos)
Para quem fica sua torcida?
Se eu for pelo coração, Raquele. Se for pelo jogo, Isabelle. Se a Isabelle ganhar eu vou ficar muito feliz, mas obviamente a Raquele é a minha favorita, por conexão e por tudo. Espero que ela cresça muito no jogo! No dia do Sincerão com o Marcus a gente viu o posicionamento dela e eu fiquei muito feliz pelo jeito que ela se colocou. Tomara que ela se coloque mais assim. Eu acho muito difícil ela desrespeitar alguém, perder a linha, mas essa onça pode vir, que tá valendo (risos).
Quais os planos para o pós-reality? Pretende voltar para a sala de aula imediatamente?
Eu estou disposto a abraçar todas as oportunidades que vierem. Não quero voltar para a sala de aula por enquanto porque é ralado, sofrido, apesar de eu amar a minha profissão. Eu tenho vontade de ir para o entretenimento. Tenho o pensamento muito rápido, brinco, consigo sair das situações, então estou aberto a oportunidades. Ainda quero ver se consigo ajudar ONGs LGBTs com Educação. Gosto muito de viagens também.
E o casamento?
O casamento vai sair, tem que sair (risos)! É uma coisa que eu quero muito há cinco anos. Quando falo do Renato meus olhos enchem de lágrimas, brilham. É uma pessoa em quem eu tenho 100% de confiança. Eu no BBB nunca fiquei preocupado com o que ele estaria fazendo aqui fora. Me preocupava com como ele estava. Quero que o casamento saia o mais rápido possível!
O ‘BBB 24’ tem apresentação de Tadeu Schmidt, produção de Mariana Mónaco, direção artística de Rodrigo Dourado e direção de gênero de Boninho. O programa vai ao ar de segunda a sábado após ‘Renascer’, e domingos, após o ‘Fantástico’.
Além da exibição diária na TV Globo, o ‘BBB 24’ pode ser visto 24 horas por dia no Globoplay, que conta com 12 sinais com transmissão simultânea, incluindo o mosaico de câmeras, as íntegras e os vídeos dos melhores momentos, edições do ‘Click BBB’ e o ‘Mesacast BBB’, que também terá distribuição de trechos no streaming, no gshow, nas redes sociais e plataformas de vídeos, incluindo a versão em áudio no gshow e nas plataformas de podcast. Todos os dias, logo após a transmissão na TV Globo, o Multishow exibe uma hora de conteúdo ao vivo, direto da casa. O canal ainda conta com flashes diários, ao longo da programação, e com o ‘BBB – A Eliminação’, exibido à 0h30 de quarta para quinta-feira. No gshow, o público pode votar e decidir quem permanece ou deixa o jogo e acompanhar a página ‘BBB Hoje’, as páginas dos participantes e conteúdos exclusivos, como o ‘Bate-Papo BBB’, enquetes e resumos do que de melhor acontece na casa.