Caso Gil Rugai encerra temporada do Doc Investigação e traz as controvérsias da condenação do ex-seminarista por assassinato

Foto: Divulgação Record

Há quase 20 anos, no dia 28 de março de 2004, um duplo assassinato em um bairro nobre de São Paulo mobilizou o país. Luiz Carlos Rugai e sua esposa, Alessandra de Fátima Troitino, foram mortos a tiros na mansão em que viviam e trabalhavam no Pacaembu. Oito dias depois o choque foi ainda maior: o filho da vítima, Gil Rugai, foi preso pela morte do pai e da madrasta. 

Um dos casos de maior repercussão do Brasil está no último episódio da temporada do Doc Investigação, disponível no PlayPlus a partir de domingo (17/03). A equipe da série true crime vai
a fundo nas análises das investigações que até hoje contêm lacunas. 

Thais Furlan, que conduz as matérias da série, consegue conversar com Gil Rugai. Ele cumpre pena em regime semiaberto na penitenciária de Tremembé (SP). “Ele estava bem à vontade. Falou sobre sonhos dele, projetos”, explicou a jornalista que, a pedido de Gil, conversou com ele sem câmeras.  

Motivação 

Após o crime, a polícia começou a investigar o que teria acontecido, já que Luiz Carlos e Alessandra tinham um casamento feliz e eram bem-sucedidos com a produtora de vídeo que comandavam. Além disso, logo foi descartado o crime de latrocínio, já que nada foi levado.  

Não demorou muito para as suspeitas recaírem sobre Gil Rugai. Dias antes do crime, o publicitário descobriu que o herdeiro, responsável pela administração financeira da produtora, estava desviando
 dinheiro da empresa, provocando um grande desfalque. O fato acabou gerando uma briga entre pai e filho, e teria motivado o crime.  

Pai não perdoou 

O repórter César Galvão, que cobriu o caso na época, conversou com a equipe do Doc Investigação.
“Os policiais levantaram a suspeita de que o assassino tinha acesso direto àquela residência. Começou-se a ouvir as pessoas que trabalhavam na produtora. Em certo momento, uma das testemunhas revelou para o delegado que ele (Gil Rugai) tinha, possivelmente, desviado dinheiro da produtora”, recorda-se o jornalista.  

Ubirajara Mangini, advogado da família de Alessandra também conversou com a repórter Thais Furlan, apontando não ter dúvidas de que Gil Rugai foi o autor do crime. “Se você pegar o laudo do Luiz, ele teve uma execução. Ou seja, um tiro encostado na nuca, estava ajoelhado no chão, então era alguém que estava com muita raiva. Não foi um assalto, era alguém que, realmente, queria matá-lo”, pontua.  

Mangini ressalta, ainda, que Gil e o pai foram jantar na noite anterior ao crime e que o rapaz pediu desculpas para Luiz pelos desfalques na empresa. “O pai disse que não desculparia e
 que no dia seguinte iria à delegacia prestar queixa sobre o furto que ele vinha fazendo na empresa. Acho que ele ficou com receio e aí disparou o gatilho para que ele tomasse a atitude que ele tomou.” 

Provas consistentes
 
O Doc Investigação analisa os principais indícios usados pela promotoria contra Gil Rugai: descoberta de estojos de munição e buracos de bala feitos em um baú no quarto dele; a marca de uma
 sola de sapato compatível com o pé do ex-seminarista na porta da mansão; a arma do crime, encontrada na tubulação de esgoto de um prédio onde Gil trabalhava; além do depoimento de um vigia, que teria visto o filho de Luiz Carlos saindo do imóvel na noite do crime. 

A defesa de Gil, no entanto, questiona. Thiago Anastácio, advogado do acusado, fala das brechas encontradas nas investigações. “É claro que o vigia mentiu. Quem disse isso foi a mulher dele em uma gravação apresentada para os jurados dizendo que a polícia estava obrigando-o a imputar o crime ao Gil”. 

Condenação controversa 

Oito dias após o crime, Gil Rugai se entregou. Ele foi indiciado por duplo homicídio, preso e só em 2013 foi a julgamento. O júri do caso teve grande repercussão no Brasil e até no exterior. O ex-seminarista foi condenado por 4 votos a 3, para cumprir 33 anos e 9 meses de prisão.  

O repórter Renato Lombardi, que também fez a cobertura do caso, conta suas impressões sobre o resultado do júri. “Não tinha nenhuma dúvida de que ele iria a julgamento e seria condenado. Porque quando a polícia uniu todas essas provas, cartucho, arma, perícia... E as pessoas todas sabiam que
 ele era problemático no relacionamento com o pai e com a madrasta”.  

Inocência jurada 

Gil Rugai sempre se declarou inocente e seguiu cumprindo sua pena. Hoje sai por algumas horas do presídio para estudar em uma faculdade da região. “Acho que ele vai morrer dizendo que é inocente. Para ele é confortável dizer que houve uma injustiça. Ele, para mim, é um psicopata. Todas as pessoas que conheciam Gil Rugai dizem que ele é uma pessoa que nunca teve sentimento nenhum”, analisa Ubirajara Mangini.
 
Já quase no final das gravações deste episódio do Doc Investigação, Thais Furlan recebeu uma carta de Gil Rugai, com um posicionamento do rapaz. O conteúdo desta correspondência, e outros fatos deste crime que abalou o Brasil podem ser conferidos no último episódio da temporada da série, disponível no PlayPlus a partir de domingo (17/03).  

Todos os episódios do Doc Investigação podem ser acessados no PlayPlus, e estão sendo exibidos semanalmente, sempre às segundas-feiras, na tela da RECORD.  

Anderson Ramos

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