Antígona 442 a.C.: filme a partir da peça de Andrea Beltrão chega ao Curta! no Dia Mundial do Teatro

Andrea Beltrão em cena de 'Antígona 442 a.C.' - Divulgação Curta!

Vista por mais de 40 mil pessoas, a peça ''Antígona'', protagonizada por Andrea Beltrão, ganhou uma inovadora adaptação cinematográfica. Essa é a premissa de ''Antígona 442 a.C.'', que chega ao Curta! com exclusividade no Dia Mundial do Teatro, após passar por festivais e mostras de cinema. Dirigido por Maurício Farias, o filme não se contenta em ser uma câmera virada para o palco e vai muito além, fazendo uso de recursos cinematográficos para expandir a origem teatral do texto.

A peça “Antígona” remonta a tragédia homônima escrita por Sófocles há 2500 anos e trata do confronto entre o Estado e o cidadão. No espetáculo, Andrea Beltrão é a personagem-título, uma jovem princesa filha de Édipo e Jocasta. Desejando honrar a morte de seu irmão Polinices, morto em guerra, ela enfrenta o rei Creonte, cuja ordem era a de deixá-lo sem sepultamento. Ao desobedecer a determinação real, Antígona paga com a própria vida.

Ao contrário do autor original, que adapta um mito já conhecido para o teatro, Beltrão e Amir Haddad — que assina a dramaturgia a seu lado — partem do teatro para o mito. Outra inovação é que a tragédia de Sófocles conta com 15 personagens, porém é representada apenas por Andréa.

O filme inicia com um prólogo de Millôr Fernandes: “e assim a história avança, em luta fratricida, ódio mortal, violência coletiva, tudo pago por fim, naturalmente, com a escravidão do povo, na derrota final.”, e segue encenando o texto da peça. Com intensidade e a mais profunda entrega, Beltrão ora aparece maquiada em cima do palco, ora aparece de rosto limpo como se estivesse ensaiando. Nos trechos em que aparece em seu estúdio, constrói mapas mentais pelas paredes, replicando um recurso utilizado em cena. Assim, ela mostra que um espetáculo é composto também pelo o que está além do palco, exibindo o que é invisível para a plateia.

“Antígona 442 a.C.” também estará disponível no CurtaOn, no especial “Gente de Teatro”, composto por outras produções que homenageiam grandes nomes dos palcos. A produção é da Boa Vida Produções e da Taba Filmes A estreia é no Curta! é no dia temático Quartas de Cena e do Cinema, 27 de março, às 22h30.

Em 'Histórias da Gente Brasileira', a musicalidade e o divertimento no Brasil Colônia
 
A série “Histórias da Gente Brasileira”, inédita e exclusiva do Curta! — também disponível no CurtaOn - Clube de Documentários —, revela as entrelinhas da historiografia do Brasil. Em seu mais novo episódio, “Colônia – Além do trabalho”, o foco está na forma como a população que viveu no período colonial se divertia e, ainda, no surgimento de uma musicalidade autenticamente brasileira. A produção é dirigida por Beca Furtado e conta com depoimentos de especialistas, exibição de pinturas que retratam as épocas narradas e performances de atores. A historiadora Mary Del Priore é a apresentadora da série.
 
O novo episódio relembra festas populares, cívicas ou religiosas, e a recorrente presença de jogos na vida social da época, como dados, bilhar, xadrez e baralho. Em paralelo, havia a campanha (não tão bem-sucedida) da Igreja Católica por uma rotina mais estoica, composta apenas por atividades como trabalhar, rezar e dormir.
 
A historiadora, professora e escritora Martha Abreu fala do trabalho das irmandades na organização dos festejos religiosos, muitos deles compostos por escravizados ou negros alforriados. Oficialmente, os santos católicos eram celebrados, mas era comum que, em paralelo, houvesse também a celebração de divindades e reis africanos, além de cantos, batuques e demais ritmos próprios da população negra, o embrião da nossa musicalidade.
 
Já as festas cívicas eram oferecidas pela coroa portuguesa em ocasiões como datas comemorativas ou, por exemplo, o nascimento de príncipes e princesas. Uma grande variedade de atividades era promovida, como touradas, danças e exibições de fogos de artifício. “A metrópole dava uma ordem para a realização de festas públicas por todo o seu império, era uma forma de se estabelecer um vínculo com os símbolos portugueses. (...) As festas cívicas serviam, de alguma forma, para reconhecer o poder constituído, mas elas estruturam uma série de práticas de entretenimento”, conta o professor e escritor Victor Andrade de Mello.
 
Com a chegada da corte e da família real portuguesas, as práticas de entretenimento cresceram vertiginosamente, como o teatro e as primeiras sociedades de dança — inicialmente focadas em ritmos europeus, mas, pouco tempo depois, em gêneros populares cuja origem vem dos descendentes de africanos e que tomaram conta dos salões.
 
“Histórias da Gente Brasileira” é uma produção da Giros viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A série também pode ser assistida no CurtaOn – Clube de Documentários, streaming disponível no Prime Video Channels — da Amazon —, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma. A estreia do episódio no Curta! é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 29 de março, às 23h30.

Segundas da Música – 25/03

22h45 – ''Dolores Duran – O Coração da Noite'' (Documentário)

Dolores Duran foi uma mulher à frente do seu tempo, que enfrentou o racismo e o machismo até se destacar nos palcos. O documentário retrata sua vida intensa, seu talento único e sua partida prematura. Duração: 70 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 26 de março, terça, às 2h45 e às 16h45; 27 de março, quarta, às 10h45; 30 de março, sábado, às 22h30; 31 de março, domingo, às 14h45.

Terças das Artes – 26/03

22h – ''O Sal da Terra'' (Documentário)

Nos últimos 40 anos, o fotógrafo Sebastião Salgado tem viajado através dos continentes, aos passos de uma humanidade sempre em mutação. Ele testemunhou alguns dos principais eventos da nossa história recente, conflitos internacionais, a fome e o êxodo. Ele agora embarca na descoberta de territórios imaculados, da flora e da fauna selvagem e de paisagens grandiosas em um enorme projeto fotográfico. Direção: Wim Wenders, Juliano Ribeiro Salgado. Duração: 110 min. Classificação: 12 anos. Horários alternativos: 27 de março, quarta-feira, às 2h e às 16h; 28 de março, quinta-feira, às 10h; 30 de março, sábado, às 14h15; 31 de março, domingo, às 20h30.

Quartas de Cena e Cinema – 27/03

22h30 – "Antígona 442 a.C.'' – INÉDITO NA TV

O filme traz Andrea Beltrão como a personagem-título da trama: uma jovem princesa que enfrenta a autoridade do rei Creonte, depois que ele dá uma ordem para que um dos irmãos dela, que lutou na guerra, fique sem sepultura. Antígona enterra o seu irmão e, por isso, paga com a própria vida. Dramaturgia de Andrea Beltrão e Amir Haddad. Direção: Maurício Farias. Duração: 70 min. Classificação: 14 anos. Horários alternativos: 28 de março, quinta-feira, às 2h30 e às 16h30; 30 de março, sexta-feira, às 16h15; 31 de março, sábado, às 22h30.

Quintas do Pensamento – 28/03

23h30 – ''A Persistência da Memória'' (Série) – Ep.: ''Memórias Audiovisuais'' – INÉDITO E EXCLUSIVO

O cinema e a memória. O começo da ideia de guardar filmes. O que faz um preservador audiovisual? Dificuldades específicas. O que já se perdeu. Como preservar e dar acesso? Os direitos de autor. Os principais acervos: a Cinemateca Brasileira, o CTAV, o MAM-Rio, a Cinemateca PE (FUNDAJ) e o Arquivo Nacional. Onde está a memória da TV? Para que servem memórias audiovisuais? Direção: Paola Vieira. Duração: 26 min. Classificação: A Livre. Horários alternativos: 29 de março, sexta-feira, às 3h30 e às 17h30; 30 de março, sábado, às 20h30; 31 de março, domingo, às 12h; 01 de abril, segunda-feira, 11h30.

Sextas de História e Sociedade – 29/03

23h30 – ''Histórias da Gente Brasileira'' (Série) – Episódio: ''Colônia – Além do Trabalho'' – INÉDITO E EXCLUSIVO

Se, por um lado, a Igreja Católica zelava pelo combate ao ócio e a busca por uma rotina estoica, por outro, as primeiras gerações de brasileiros não queriam só trabalhar, rezar e dormir. O episódio mostra atividades comuns à vida social da colônia, a importância dos jardins e festas populares, os dados, o bilhar, o xadrez e o baralho, assim como o surgimento de uma autêntica musicalidade brasileira. Duração: 26 min. Classificação: A Livre. Horários alternativos: 30 de março, sábado, às 03h30 e às 11h; 31 de março, domingo, às 18h; 1 de abril, segunda-feira, 17h30; 2 de abril, terça-feira, às 11h30.

Sábado – 30/03

20h – ''Companhias do Teatro Brasileiro'' (Série) - Episódio: ''Teatro Oficina''

Com grande repertório cênico, o Teatro Oficina se destacou por levar a realidade brasileira para suas peças teatrais. Passando por repressão extrema na época da ditadura militar, o Teatro Oficina se reinventou e se mantém até hoje como uma das mais longevas companhias cênicas do Brasil. Direção: Roberto Bomtempo. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 31 de março, domingo, às 11h30.

Domingo – 31/03

18h30 – "O Barato de Iacanga” (Documentário)

Numa fazenda no estado de Nova York, em 1969, aconteceu o evento mais icônico do movimento hippie, o Festival de Woodstock, inspirando jovens por todo o mundo. No Brasil, ocorreu algo nos mesmos moldes numa fazenda no interior de São Paulo, mais precisamente na cidade de Iacanga. Essa versão brasileira foi chamada de Festival de Águas Claras, que teve edições em 1975, 1981, 1983 e 1984, retratadas neste documentário. O filme é dirigido por Thiago Mattar e tem produção da BigBonsai — viabilizada pelo canal Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual. Vencedor do festival Inedit 2019, o longa é composto por imagens do festival — como a apresentação de João Gilberto cantando “Wave”, de Tom Jobim, em 1983 —, que conduzem o roteiro junto com depoimentos de produtores e artistas que participaram do evento. Diretores: Thiago Mattar. Duração: 94min. Classificação: 10 anos.

Anderson Ramos

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