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Após quase 21 anos, o assassinato das jovens Maria Eduarda Dourado (Duda) e Tarsila Gusmão, o chamado Caso Serrambi, é recontado no sexto episódio do Doc Investigação, que chega ao PlayPlus, serviço de streaming da RECORD, neste domingo (04/02). A repórter Thais Furlan volta ao paradisíaco litoral de Pernambuco, região onde tudo aconteceu, e encontra um amigo da testemunha que teria recebido presentes dos policiais responsáveis pelo caso.
Duda e Tarsila estavam hospedadas na casa de Tiago Carneiro, na praia de Serrambi, quando desapareceram. As meninas saíram para um passeio de barco com alguns colegas, mas na volta se desencontraram do restante do grupo. Elas só foram localizadas 10 dias depois, já sem vida. Seus corpos foram achados, em avançado estado de decomposição, em um canavial da região, dificultando o processo de análise do crime bárbaro.
Culpados ou inocentes?
Não demorou muito e a polícia chegou aos suspeitos pelos crimes: os irmãos Valfrido e Marcelo Lira. De acordo com as investigações, Duda e Tarsila teriam entrado em uma kombi, com a intenção de retornarem à casa de praia. Os dois eram motoristas de kombi e uma testemunha afirmou que as meninas entraram no veículo conduzido por eles.
Os “kombeiros” foram presos, acusados pelo crime. Passaram dois anos detidos, foram julgados e absolvidos pelo júri. Vinte anos depois, a repórter investigativa Thais Furlan conseguiu conversar
com Marcelo, que faz esclarecimentos e afirma que a polícia plantou provas contra ele e o irmão no local do crime. “Para acobertar pessoas influentes, poderosas...Se tem uma coisa na minha vida que fico tranquilo, é a minha consciência... Se Maria Eduarda e Tarsila tivessem andado na minha kombi, hoje, com certeza, as mães delas estariam muito felizes porque elas estariam aqui. Pode ter certeza disso!”,
dispara.
A juíza do caso, Andrea Calado, explica que na ocasião se levantava uma bandeira de que havia uma luta de classes, entre os ricos, que seriam os jovens que vinham de Recife e frequentavam as famosas praias de Ipojuca, como Serrambi, contra os fracos e oprimidos, que seriam os kombeiros.
Testemunha sob suspeita
Na época do crime, uma mulher chamada Regivânia (grávida, na ocasião), prestou depoimento e afirmou que viu Duda e Tarsila entrarem na kombi dos irmãos Lira. Esse testemunho foi contundente para que Marcelo e Valfrido fossem presos e julgados pelo crime.
A equipe do Doc Investigação localizou um amigo de Regivânia, que não quis se identificar. Durante a conversa com Thais Furlan, o homem falou sobre a colega e fez uma revelação importante e,
até então, inédita: ela teria recebido presentes dos policiais envolvidos no esclarecimento do caso.
“Deram berço, fraldas, bacia, banheira... Quando o filho dela nasceu fizeram essa surpresa pra ela, do enxoval... Acho que foi como uma amizade, eles viraram família...Quiseram fazer esse humilde presente... por ela ter falado as coisas...”.
O dono da casa
Ainda durante esse episódio do Doc Investigação, Thais Furlan conta que conseguiu falar com Tiago Carneiro, o dono da casa em que as meninas estavam hospedadas. Mas dias depois da gravação, ele entrou em contato com a repórter e pediu que a conversa não fosse divulgada.
Sem esclarecimentos
Mais de 20 anos depois, o caso segue sem esclarecimento e não se sabe o que, de fato, aconteceu com Duda e Tarsila e quem é o culpado pela morte das meninas.
E o que a polícia tem a dizer sobre a grave acusação de que uma testemunha teria sido presenteada por investigadores depois de um depoimento? Por que o dono da casa de praia em que as meninas
estavam hospedadas desistiu da entrevista dada à equipe da série?
Essas e outras respostas estão no sexto episódio do Doc Investigação, que estará disponível para os assinantes do PlayPlus a partir do próximo domingo (04/02).
Sobre Thais Furlan:
Jornalista com mais de 20 anos de carreira, Thais está há 18 anos na RECORD, onde se destaca na realização de reportagens investigativas. Ela também já foi correspondente internacional da emissora em Nova York e Londres.