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Para recordar o músico Letieres Leite, que faleceu há dois anos, em 27 de outubro de 2021, a TV Brasil exibe uma apresentação exclusiva do artista baiano com a Orkestra Rumpilezz neste sábado (4), às 23h, no programa Cena Instrumental. O conteúdo em tributo ao homenageado já pode ser conferido no app TV Brasil Play.
Além da performance gravada no histórico estúdio 3 da emissora pública, a produção traz uma entrevista do saudoso instrumentista, arranjador e compositor para a apresentadora Bia Aparecida. Na ocasião, o convidado falou sobre a carreira e destacou trabalhos marcantes.
O repertório do espetáculo reúne músicas dos primeiros discos do projeto com a Orkestra Rumpilezz. Os artistas interpretam obras de personalidades como Dorival Caymmi, Moacir Santos e da banda Black Rio. Letieres Leite e a orquestra escolheram temas que foram referências para o trabalho.
Criada em 2006 por Letieres Leite, a formação reúne apenas instrumentos de sopro e percussão. A orquestra carrega sua intenção estética no nome. O título da Rumpilezz é resultado da junção dos três atabaques do candomblé - rum, rumpi e lé - com as duas últimas letras da palavra jazz.
"A idealização do projeto começou ainda na década de 1980, porque eu sempre tive essa vontade de unir essas duas paixões minhas: a percussão e a orquestra de sopro", contou Letieres Leite na conversa com Bia Aparecida.
De acordo com o experiente músico, a ideia era apresentar a percussão de matriz africana do universo musical baiano com as harmonias modernas do jazz contemporâneo. Ele explorou essa perspectiva durante o papo.
"A Rumpilezz é o meu cartão de visita para provar que a música negra brasileira pode ser reconhecida como música estruturada e que tem seus rigores", avaliou o experiente maestro que tinha mais de três décadas de carreira. O artista faleceu em sua casa, em Salvador, aos 61 anos, vítima de COVID-19.
Letieres Leite trabalhou com personalidades como Ivete Sangalo, Maria Bethânia e Caetano Veloso. Durante o programa do canal público, o baiano explicou a influência de sua terra natal em sua produção artística.
"Na música instrumental, eu via pouca coisa do lugar em que nasci, perto do Centro Histórico de Salvador. Já recebia desde novo essas informações rítmicas que eu coloco na minha música hoje", comentou a célebre personalidade baiana.
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