Repórter Clayton Conservani conta suas aventuras no The Noite desta sexta: ''A gente só conhece o nosso limite quando o ultrapassa''

Divulgação Lourival Ribeiro/SBT

Clayton Conservani se notabilizou pela cobertura de esportes radicais. Ao longo das últimas três décadas, viajou pelo mundo todo e produziu centenas de reportagens especiais. Escalou as maiores e mais perigosas montanhas do planeta, mergulhou no mar e em cavernas profundas, correu ultramaratonas no gelo e em desertos... Nesta sexta-feira (24), ele vem ao The Noite para conta algumas dessas aventuras e a origem de toda essa paixão, que vem desde criança.

''Sou de Resende, no estado do Rio de Janeiro. Minhas primeiras expedições foram no Parque Nacional do Itatiaia. Bem molequinho já escalava o Pico das Agulhas Negras. Os primeiros sustos que dei nos meus pais foram nas montanhas em Itatiaia'', afirma.

''Prefiro levar a minha vida acelerando a viver na tranquilidade. Isso é uma coisa que vem da minha infância. Sempre gostei muito de estar em contato com a natureza, as montanhas... Você conhece pessoas, culturas diferentes, os limites do seu corpo. Às vezes, achamos que já descobrimos qual o nosso limite, mas, muitas vezes, estamos enganados'', ressalta.

Fascinado por montanhas, Clayton Conservani escalou vários montes no Brasil e no mundo, incluindo 5 dos 7 grandes cumes e chegando ao topo em três deles. O maior deles, o Monte Everest, faltou pouco para conseguir.

''O pior é a falta de oxigênio. A partir dos 5.400 metros de altitude é como se você respirasse com um pulmão só. Você acorda na sua barraca e só de pensar em abrir o saco de dormir já está cansado... O frio extremo também, tudo fica mais difícil. Se você quiser tomar um copo de água, tem que sair da tempestade para buscar neve, colocar no fogareiro, derreter e beber'', relata.

Segundo ele, para conseguir chegar ao objetivo, tão importante quanto o físico é o fator psicológico.

''Muitas vezes o psicológico é até mais importante do que o físico. Você conseguir resistir ao sofrimento e a dor. Todo tipo de privação que o ser humano pode passar, ele encara em uma montanha. No Everest, por exemplo, foram 79 dias que fiquei longe de casa, da minha família, da minha filha... Perdi uns 15 quilos, voltei um trapo humano. As pessoas me encontravam e perguntavam se eu estava doente'', diz.

Ao longo da sua carreira, o jornalista também correu diversas maratonas, inclusive na Antártica e no deserto do Saara, e fez diversas reportagens mergulhando. Inclusive, duas vezes, teve princípios de pânico. ''Já tive duas experiências que não foram legais. Uma em Mariana, em uma Mina de Ouro que foi inundada e é um lugar para fazer curso de mergulho. Teve um dia que estava entrando e vi uma setinha que já tinha entrado 90 metros. Realmente, você mergulha em um ambiente claustrofóbico''.

''A diferença do mergulho em caverna para o mar é que o caminho de volta é muito mias longo. Você vai por labirintos estreitos. Quando vi aquela setinha, falei: ‘Nossa, estou muito longe da entrada’. Aí tive um princípio de pânico, abortei o mergulho... Dei meia volta e minha técnica de mergulho foi para o saco. Na caverna, você bate perna como se fosse um sapo para não levantar sujeira. Eu saí batendo perna. Foi uma guerra mental comigo mesmo. Muitos mergulhadores morrem em caverna de pânico, afogados'', completa.

Em dezembro do ano passado, em um mergulho em Eilat, em Israel, Clayton conta que venceu o problema da claustrofobia.

''Foi legal porque quebrei esse meu problema com a claustrofobia. Consegui vencer mergulhando nesse naufrágio. Entrei em vários aposentos nesse barco da marinha israelense. Esse mergulho em Eilat é muito legal porque você começa caminhando com o equipamento e, em dois ou três minutos, já está a 30 metros de profundidade, onde está esse navio. É uma água muito transparente, uma região muito bonita no Mar Vermelho'', declara.

Clayton Conservani também realizou inúmeras outras matérias, como o terremoto no Nepal. “Ficamos fazendo a cobertura durante 10 dias. Fomos a primeira equipe a entrar ao vivo, gerar imagens para o mundo inteiro. Isso tudo convivendo, literalmente, com a morte”,

''Um dia estava no café da manhã e um cara estava tentando fazer um pãozinho para mim, extremamente preocupado. Perguntei se ele morava lá e se tinha acontecido algo. Ele me disse: ‘Perdi meu pai, irmão, tio, a casa...’ e me tratando como se eu fosse a vítima. A vítima era ele, eu é quem tinha que estar fazendo o pão para ele. O povo nepalês é de uma generosidade, uma resiliência e uma bondade que eu nunca vi. Durante todo o período que ficamos lá, não teve saque, invasão, quebra-quebra... Essa espiritualidade deles foi algo que me marcou muito, fiquei impressionado'', acrescenta.

Atualmente, Clayton Conservani realiza palestras em todo o país, mostrando vídeos e fotos de suas expedições e falando da capacidade de realizar tarefas que pareciam impossíveis.

''É uma mensagem de otimismo, perseverança, simplicidade e de sempre acreditar que é possível ir mais longe. Não acreditar em limites. Por experiência própria, tenho certeza de que a gente só conhece o nosso limite quando o ultrapassa e se surpreende'', finaliza.

O The Noite é apresentado por Danilo Gentili e vai ao ar de segunda a sexta-feira, no SBT. Hoje, a partir de 01h00.

Anderson Ramos

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