Largada Teleton: Nesta segunda (06), Téo José e Alê Auad entrevistam Gabriel Feitosa e Yuri Thuler, dois grandes atletas e medalhistas paraolímpicos

Divulgação Rogério Pallatta/SBT

O Teleton está chegando! No dia 10 e 11 de novembro acontece o evento do SBT que arrecada fundos à AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente). Apresentado por Téo José e pelo filho Alê Auad, o podcast ''Pod Pai Pod Filho'' desta segunda-feira, 06 de novembro, traz dois atletas paraolímpicos: Gabriel Feitosa e Yuri Thuler. Eles contam sobre a história, explicam a rotina no esporte que praticam e a importância da AACD na vida deles. O episódio estará disponível a partir das 19h (de Brasília).

Gabriel Feitosa é assessor jurídico, mas é no esporte que vive seu grande amor. Ele é jogador de rugby pelo Santer Vikings Rugby, no Rio de Janeiro, e integra o time da Seleção Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas. Gabriel vai disputar os jogos Parapan-Americanos no Chile, que iniciam no dia 17 de novembro. Se o Brasil conquistar medalha de ouro na modalidade, a equipe se classifica diretamente para as Paraolimpíadas em 2024 realizada em Paris.

“É uma preparação muito intensa para ir ao Parapan-Americanos, falta pouco. Eu estou me preparando há seis anos. Eu já participei de um Parapan-Americanos em 2019 em Lima, a gente perdeu a medalha de bronze, mas esse ano a gente está preparado para o pódio, no mínimo terceiro lugar. O primeiro vai para direto para Paraolimpíadas, o segundo e o terceiro vão para uma repescagem na Nova Zelândia no ano que vem”, diz o Gabriel.

O time da Seleção e o clube do Gabriel são do Rio de Janeiro, mas ele treina em São Paulo e uma vez por mês ele vai até o estado fluminense. 

“Eu acabo fazendo a preparação física toda sozinha, minha equipe é do Rio de Janeiro. O time principal da minha equipe é o time titular da Seleção Brasileira, então, a gente acaba se encontrando na Seleção. Uma vez a cada um mês, a gente se encontra na Seleção e faz uma semana de treinamento juntos. A gente fica uma semana inteira treinando dois períodos por dia”, explica Feitosa.

Yuri Thuler pratica canoagem, mas também já passou pelo basquete e pelo jiu-jítsu. Atualmente, Yuri mudou para a modalidade aquática. Ele mora em São Bernardo do Campo- SP e treina todo dia na Represa Billings.

“Meu esporte principal antes era o  jiu-jítsu, eu me dediquei muito tempo para isso, no  jiu-jítsu convencional e no parajiu-jítsu. No parajiu-jítsu eu participei do Continental, que teve ano passado em Balneário Camboriú, eu fiquei em segundo lugar e disputei o Sulamericano, só que era o convencional, eu fiquei em terceiro e no Mundial, eu sou ouro também. Eu sempre me dediquei ao esporte, desde sempre eu tive o acompanhamento na AACD, eu amputei na AACD, eu sempre tive fisioterapia, natação, sempre ajudou bastante, mas eu comecei a segmentar a minha vida para a luta, porque eu gostava. Agora eu tive essa oportunidade de ir para a canoagem, que eu estou amando. Há pouco tempo, eu entrei em fevereiro, mas é um treino muito intenso. Eu treino diretamente com a Seleção Brasileira”, declara o Yuri.

AACD na vida dos atletas:

Gabriel:

“Meus pais foram pais muitos novos, eu sou o primeiro filho dos dois, minha mãe com 21 e meu pai com 23. Foi um baque, só descobriram minha deficiência na hora do parto, nem no ultrassom. Eu acho que foi uma negligência médica de não ver uma criança sem duas pernas, em 1999, que não era tão ruim a tecnologia [...]. Meus pais, minha família lidaram muito bem. Com três ou quatro meses eu já comecei a fazer tratamento na AACD, com 10 meses, eu fiz o processo de protetização e a doutora Any começou a me ajudar a andar”.

Yuri:

“Minha mãe ficou grávida de mim com 20 anos e nasci quando ela tinha 21 anos, só que foi uma má formação não diagnosticada pelos médicos, foram descobrir só depois que os médicos viram no ultrassom. Eu nasci com o pé torto e minha mãe desmaiou para trás. Eu não a julgo pela decisão, se um dia eu julguei foi em um momento idiota de adolescente. Eu teria que usar a gaiola na perna até 21 anos, que é quando os ossos param de crescer, amputando e usando a prótese, eu tive uma autonomia maior na minha vida, mas eu sei que nem todo mundo é dessa forma. Eu aconselho nem todo mundo a ser que nem eu, eu me aceito muito bem, eu adoro ser uma pessoa com deficiência, eu nasci assim e vou morrer assim. Agradeço à AACD por tudo que fez na minha vida, porque se não fossem eles, eu não estaria aqui. Me ajudaram muito e continuam me ajudando, tanto que vou na AACD para fazer prótese até hoje. E sobre minha mãe querendo amputar, eu acho que foi nobre da parte dela, ela era uma menina, naquela época em 1994”.

“O Teleton veio para salvar a vida de muita gente. Eu lembro que quando eu era pequeno, eu acordava 4h em São Bernardo para ir à AACD, que não é tão longe, para chegar 6h e ser atendido meio dia, a fila de espera era uma coisa absurda, hoje é uma maravilha. A AACD é uma mãe, a otimização, todo estudo, todo profissional que tem lá, os voluntários. É um local que ajuda da mesma forma que naquela época, com a mesma qualidade, senão, melhor”.

O podcast completo estará disponível no YouTube do SBT Sports e no próprio canal do “Pod Pai Pod Filho” a partir das 19h (de Brasília) desta segunda-feira (06).

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