Cassio Amarante em cena da série 'Diretores de Arte' (Divulgação: Curta!) |
Chega ao Curta! a série ''Diretores de Arte'', uma produção inédita e exclusiva. Dirigida por Flávio Ramos Tambellini, a série debate o lugar dos profissionais da direção de arte no cinema e traz, a cada episódio, um diretor ou diretora de arte de grande relevância para o cinema brasileiro e latino-americano. Eles contam sobre suas trajetórias, processos criativos, influências e sobre a relação que constroem com outros membros da equipe de produção de um filme — como diretores, fotógrafos e figurinistas — para sua concepção visual.
Dividida em dez episódios, a série entrecorta os depoimentos dos diretores de arte com cenas de filmes dos quais participaram. No primeiro episódio, Cassio Amarante relembra sua participação em “Xingu”, “Bingo” e “O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias”. Nos seguintes: Luciana Quartaruolo fala de “Medianeras”, “Delîcia” e “Roman”; Cláudio Amaral Peixoto, de “Meu Nome Não É Johnny”, “Lisbela e o Prisioneiro” e “Cazuza”; Coca Oderigo, de “A Menina Santa”, “O Pântano” e “Diários de Motocicleta”; e Dina Salem Levy, de “Benzinho”, “Mate-me Por Favor” e “Um Animal Amarelo”.
Já Marcos Flaksman conta sobre “Garota de Ipanema”, “O Xangô de Baker Street” e “Se Eu Fosse Você”; María Eugenia Sueiro, sobre “A Mulher Sem Cabeça”, “O Cidadão Ilustre” e “Abraço Partido”; enquanto Tulé Peake comenta “Casa de Areia”, “Cidade de Deus” e “Os Matadores”, e Vera Hamburguer aborda “Não Por Acaso”, “Hoje” e “Sequestro Relâmpago”. Em seu último episódio, a série homenageia Tiago Marques, diretor de arte falecido precocemente, em 2022, pouco depois de ter sido convidado para participar da produção. Sua trajetória é relembrada através de registros pessoais, entrevistas cedidas por seus colegas de profissão e por sua filmografia.
No episódio de estreia, o diretor de arte Cassio Amarante passeia pelas ruas de São Paulo enquanto conta detalhes de sua história no audiovisual e reflete sobre seu próprio ofício. Ele relembra o início de sua carreira, ainda como assistente, quando fez parte das equipes de filmes como “Terra Estrangeira” (1995) e “Central do Brasil” (1998), ambos de Walter Salles, em experiências fundamentais para a sua formação.
Seu depoimento é entrecortado por trechos de filmes, entre eles os que contam com sua direção de arte: “Xingu” (2011), “Bingo” (2017) e “O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias” (2006). Cassio comenta seu processo de criação em cada um deles, além dos desafios enfrentados por ele e sua equipe na construção de cenários, na caracterização dos atores, entre outros fatores. “Em cinema, eu costumo dizer que eu sou o mestre de obras. Eu sou o cara que bota o desenho de pé [a partir] do roteiro que alguém escreveu”, sintetiza.
“Diretores de Arte” é uma série da Tambellini Filmes viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Logo após a estreia no Curta!, os episódios também estarão no Curta!On – Clube de Documentários, disponível na Claro TV+ e em CurtaOn.com.br. Novos assinantes do site têm sete dias de degustação gratuita. A estreia no Curta! é na Quarta do Cinema, 11 de outubro, às 20h.
Renata Sorrah no episódio dedicado ao Teatro dos Quatro da série ‘Companhias do Teatro Brasileiro’ (Divulgação: Curta!) |
Episódio inédito de ‘Companhias do Teatro Brasileiro’ é dedicado ao Teatro dos Quatro
Referência no teatro empresarial, o grupo Teatro dos Quatro construiu um repertório refinado com grande elenco e agregando jovens talentos em seus espetáculos. O episódio da série inédita “Companhias do Teatro Brasileiro”, que vem sendo exibida com exclusividade no Curta!, conta parte dessa história. Ela começou quando o casal Paulo Mamede e Mimina Roveda conheceu Sérgio Britto nos anos 1970, época em que o ator fazia curadoria do Teatro SENAC. Nascia ali a amizade que levaria o trio a fundar o Teatro dos Quatro. Além de produzirem peças e administrarem o espaço, eles participavam artisticamente das montagens: Paulo Mamede cuidava da cenografia e da direção, Sérgio Britto dirigia e atuava, e Mimina Roveda era responsável pelos figurinos. “Nós embarcamos em um sonho de construir um teatro, de fazermos um teatro juntos”, relembra Mamede.
O episódio traz entrevistas inéditas com alguns dos atores que fizeram parte da empreitada: Cristina Pereira, Emiliano Queiroz, Monah Delacy, Suzana Faini (1933 – 2022), Renata Sorrah e Nathalia Timberg; com o cofundador Paulo Mamede, o crítico teatral Daniel Schenker e o cenógrafo Hélio Eichbauer (1941 – 2018). A direção é de Roberto Bomtempo, e a produção é da Camisa Listrada.
Escrito por Chico Buarque, o musical então inédito “Ópera do Malandro” fora o escolhido, inicialmente, para ser a produção que inauguraria o espaço no Shopping da Gávea. Mas, segundo o crítico teatral Daniel Schenker, os planos mudaram. “Quando convidaram Luís Antônio Martinez Corrêa para dirigir, ele falou que a peça não era adequada para aquele local, preferindo que fosse encenada na Praça Tiradentes, dada sua vocação popular. Como resultado, a produção ocorreu no Teatro Ginástico, deixando o Teatro dos Quatro sem uma peça para inaugurar o novo espaço”, relembra.
A estreia no Shopping da Gávea viria a ocorrer com “Os Veranistas”, texto de Máximo Gorki, sob a direção de Sergio Britto, um cenário projetado por Hélio Eichbauer e elenco de 12 atores, entre eles, Renata Sorrah. Ela lembra: “Era uma peça incrível, feminista. Tinha cinco personagens femininos, muito interessantes todas as cinco. A personagem da Yara, então, era incrível; ela estava na luta armada, na clandestinidade”.
Renata Sorrah também compartilhou sua experiência em “Afinal, Uma Mulher de Negócios”. Ela conta que, no primeiro ato, sua personagem era retratada como submissa, com Ney Latorraca interpretando o papel do opressor. No entanto, no segundo ato, quando o cenário se abriu, a personagem havia se transformado, agora completamente liberta, levando o público a um momento de catarse e aplausos calorosos. Renata Sorrah destacou a importância do Teatro dos Quatro como “um lugar onde podia ensaiar com pessoas que gostava, expressar o que queria dizer e ser verdadeiramente eu mesma no palco”.
Em 1982, o Teatro dos Quatro alcançou seu ápice com a estreia de “As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant”, a primeira encenação brasileira do texto de Fassbinder. Sob a direção de Celso Nunes, a produção contou com interpretação memorável de Juliana Carneiro da Cunha e de Fernanda Montenegro no papel-título, um dos seus grandes sucessos da carreira.
A série “Companhias do Teatro Brasileiro” foi viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A série traz 15 episódios e, após “Teatro dos Quatro”, serão exibidos: “Companhia Estável de Repertório”, “Grupo Macunaíma” e “Grupo Galpão”.
“Teatro dos Quatro” também pode ser assistido no Curta!On – Clube de Documentários, disponível na Claro TV+ e em CurtaOn.com.br, a partir da quarta-feira, dia 11. Novos assinantes inscritos pelo site têm sete dias de degustação gratuita de todo o conteúdo. A estreia do episódio no Curta! é na Terça das Artes, 10 de outubro, às 23h30.
Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 09/10
22h – “Dorivando Saravá, o preto que virou mar” (Documentário)
A obra de Dorival Caymmi, um dos cantores e compositores mais icônicos da Bahia, se confunde com uma maneira muito própria de viver. Este documentário contempla a sua forma de existir e de pensar, como se o artista pudesse se transformar em um verbo: “dorivar”. Caymmi, falecido em 2008, foi o primeiro a cantar os orixás do candomblé na música popular brasileira. Ele transportou para a música e para a pintura — outro de seus talentos — sua religiosidade, os misticismos de um povo e toda uma poética fortemente ligada à praia. O filme segue uma linha poética em que o artista transcende a morte; Caymmi, portanto, não morreu. Virou mar. O longa conta com imagens de arquivo em que o próprio Caymmi fala de suas percepções e filosofias de vida, além de depoimentos de artistas como Gilberto Gil, Tom Zé, Jussara Silveira, Adriana Calcanhotto, entre outros que desfrutaram da companhia do compositor ou que regravaram suas canções. Duração: 88 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 10 de outubro, terça-feira, às 02h e às 16h; 11 de outubro, quarta-feira, às 10h; 14 de outubro, sábado, às 15h45; 15 de outubro, domingo, às 22h20.
Terça das Artes (Visuais, Cênicas, Arquitetura e Design) – 10/10
20h30 – “Designers do Brasil” - 2ª Temporada (Série) - Episódio: “Bete Paes e Joana Lira” - INÉDITO
Bete Paes e Joana Lira, mãe e filha, têm um desenho vigoroso que traduz visualmente as culturas pernambucana e brasileira e é aplicado numa infinidade de suportes, como tecidos, louças, azulejos, objetos e figurinos, chegando à escala urbana. Direção: Helder Aragão (DJ Dolores). Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 11 de outubro, quarta-feira, às 00h30 e às 14h30; 12 de outubro, quinta-feira, às 08h30; 14 de outubro, sábado, às 18h; 15 de outubro, domingo, às 08h30.
23h30 – “Companhias do Teatro Brasileiro” (Série) - Episódio: “Teatro dos Quatro” - INÉDITO
A partir da administração e direção artística de uma sala de espetáculos, o Teatro dos Quatro apostou na continuidade de produção e na qualidade artística, tornando-se, nos anos 1980, a principal referência carioca do teatro empresarial. O grupo construiu um repertório refinado com grande elenco e agregando jovens talentos em seus espetáculos. Direção: Roberto Bomtempo. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 11 de outubro, quarta-feira, às 03h30 e às 17h30; 12 de outubro, quinta-feira, às 11h30; 14 de outubro, sábado, às 18h30; 15 de outubro, domingo, às 09h.
Quarta de Cinema (Filmes e Documentários de Metacinema) – 11/10
20h – “Diretores de Arte” (Série) - Episódio: “Cassio Amarante” - INÉDITO
Neste episódio, conversamos com o diretor de arte Cassio Amarante. Acompanhamos o diretor pelas ruas de São Paulo conhecendo detalhes da sua trajetória no audiovisual e seu olhar sobre o ofício da direção de arte, tudo isso ilustrado por trechos de filmes que levam sua assinatura, como “Bingo”, “Xingu” e “O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias”. Direção: Flávio Ramos Tambellini. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 12 de outubro, quinta-feira, às 00h e às 14h; 13 de outubro, sexta-feira, às 08h; 14 de outubro, sábado, às 19h30; 15 de outubro, domingo, às 10h.
Quinta do Pensamento (Literatura, Filosofia, Psicologia, Antropologia) – 12/10
21h – “Incertezas Críticas” - 2ª Temporada (Série) - Episódio: “Umberto Galimberti”
Umberto Galimberti é professor universitário de filosofia em Veneza. Ele integrou a Associação Internacional de Psicologia Analítica e foi discípulo do filósofo e psiquiatra alemão Karl Jaspers, cuja obra traduziu para a língua italiana. Autor de diversos livros premiados, Galimberti fala neste programa de um dos temas mais importantes de sua obra, a técnica e sua relação com a democracia. Direção: Daniel Augusto. Duração: 26 min. Classificação: Livre. Horário alternativo: 13 de outubro, sexta-feira, à 01h e às 15h; 15 de outubro, domingo, às 13h.
Sexta da Sociedade (História Política, Sociologia e Meio Ambiente) – 13/10
22h – “500 - Os Bebês Roubados Pela Ditadura Argentina” (Documentário)
Entre 1976 e 1983, a Argentina viveu sombrios anos de ditadura militar. Neste período, famílias inteiras foram despedaçadas pela repressão empreendida por um estado terrorista que ceifou a vida de cerca de 30 mil argentinos. Dentre as práticas mais aterradoras deste regime estava o sequestro sistemático de mais de 500 bebês, filhos de presos e desaparecidos políticos. Direção: Alexandre Valenti. Duração: 105 min. Classificação: 12 anos. Horários alternativos: 14 de outubro, sábado, às 02h e às 09h; 15 de outubro, domingo, às 15h20.
Sábado, 14/10
23h – “Éramos Todos Loucos” (Documentário)
O filme “Vai Trabalhar, Vagabundo”, de 1973, é considerado um marco do renascimento da comédia no cinema nacional. Produzido no Rio de Janeiro, o longa também marcou a carreira de Hugo Carvana: além de ter sido o ator protagonista, ele estreou como diretor de cinema. O filme é um manifesto, debochado e de alma carioca, contra a falsa moral e os bons costumes pregados nos anos de chumbo da ditadura militar brasileira. Quatro décadas depois, “Vai Trabalhar, Vagabundo” é revisto e comentado por Carvana e outros realizadores do filme no documentário “Éramos Todos Loucos”. Os entrevistados integraram a geração do “desbunde”, um movimento de contracultura — formado por artistas, jornalistas e demais intelectuais — que se utilizava da ironia e do escracho para, de alguma forma, enfrentar o autoritarismo vigente. Direção: Pedro Carvana e Rita Carvana. Duração: 49 min. Classificação: 14 anos.
Domingo, 15/10
18h – ''1968 - O Despertar'' (Série) – Episódio: ''A explosão''
Durante os 12 meses de 1968, foram definidos alguns dos principais rumos do cenário político-cultural do mundo. Desde episódios políticos marcantes, como os assassinatos do estudante Edson Luís, no Brasil, e do ativista Martin Luther King nos Estados Unidos, até marcos culturais, como a Tropicália e a estreia do espetáculo “Hair”, os acontecimentos desse período norteiam esta série, dividida em quatro episódios. Em “A explosão”, a esperança e os sonhos dos manifestantes, no fim dos anos 1960, se transformam em hostilidade e eles partem para a estratégia de luta armada. Na Alemanha, o grupo Baader-Meinhof, organização guerrilheira de extrema-esquerda, simboliza a virada violenta da contestação. Na Itália, o massacre da Piazza Fontana inaugura os Anos de Chumbo. A violência de Estado e a violência de organizações clandestinas marcam o período. Direção: Don Kent. Duração: 52 min. Classificação: Livre.
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