'Profissão Repórter' mostra porque o Brasil tem o número mais alto de divórcios dos últimos dez anos

Divulgação Globo

O número de divórcios no Brasil é o mais alto desde 2011, segundo o IBGE. Em 2021, mais de 386 mil casamentos foram desfeitos. Isso se reflete também no tempo das uniões. Hoje, um casamento no Brasil dura, em média, 13 anos, o menor patamar da série histórica registrada pelo IBGE. O 'Profissão Repórter' desta terça-feira, dia 3, vai mostrar que motivos levam os brasileiros a colocar fim em seus casamentos. O programa ouve casais dos estados de Goiás, São Paulo e Maranhão. E, em Brasília, acompanha os bastidores da votação do projeto de lei da Câmara dos Deputados que altera o Código Civil e pode proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo no Brasil.
 
O repórter Chico Bahia e a repórter cinematográfica Gabi Vilaça vão até a cidade de Águas Lindas, no estado de Goiás, acompanhar um mutirão do divórcio, organizado pela Defensoria Pública da região. Na fila do mutirão, cada casal tem um motivo para colocar fim ao casamento. Falta de diálogo, tédio na rotina e traição são alguns deles. Separada há uma semana, a doceira Maria do Rozário, de 35 anos, diz que depois de seis anos juntos, se deu conta de que o ex-marido não gosta de conversar. 
 
Entre os relatos, sobressaem histórias de mulheres à frente do pedido de divórcio. Alguns são consensuais, contando com a presença do casal, mas a maioria é litigioso. "Eu tentei contato com ele por mais de três anos, mas ele nunca compareceu. Hoje eu nem sei mais onde ele está. Quando eu soube do mutirão, decidi vir para resolver minha situação", afirma Josi Neves, de 34 anos. Mais de 100 casais aproveitam o mutirão para dar entrada em ações de divórcio e demandas correlatas e, destes, 45 casamentos foram desfeitos.
 
“A reportagem busca entender melhor o que está fazendo os brasileiros se divorciarem, e conhecer as histórias por trás dos números. Com a maioria dos divórcios solicitados por mulheres, identificamos que os homens que estavam querendo divórcios litigiosos estavam lá por terem sido encorajados por suas novas parceiras a resolverem suas situações jurídicas. É uma reportagem, também muito divertida. Muitas pessoas lidam com bom humor com a situação. Muitas pessoas se reconhecem nessas histórias, que podem fazer os casais, de forma geral, refletirem sobre suas relações e os seus limites”, diz o repórter Chico Bahia. 
 
Em um cartório civil de São Paulo, o repórter Guilherme Belarmino e o repórter cinematográfico Eduardo de Paula registram o casamento da gestora de projetos Irina Musa com a professora de português Ana Carolina de Souza Ferreira. Elas se beijaram pela primeira vez há seis anos em um bloco de carnaval, se apaixonaram, foram morar juntas, adotaram três gatos e agora decidiram oficializar a união. Românticas, as duas abrem a casa para mostrar fotos, poemas e cadernos repletos de declarações de amor ao programa. Mas, apesar da felicidade por reunir amigos e familiares em um momento de celebração, demonstram preocupação com o projeto de lei da Câmara dos Deputados que altera o Código Civil e pode proibir o casamento homoafetivo no Brasil. A equipe de reportagem vai até Brasília para acompanhar a tramitação do projeto. 
 
“Para mim, enquanto repórter, é uma grande oportunidade trazer, em uma mesma reportagem, uma votação política em Brasília, muitas vezes limitada a termos jurídicos e a questões religiosas, e poder, em São Paulo, ver a realidade, a prática e o amor de um casal que seria duramente impactado por esse projeto. É muito importante que as pessoas vejam esse casal, que teve a oportunidade de se unir em um cartório em São Paulo, convidar seus familiares para realizar esse casamento, porque no fundo, é essa a decisão, que pode ser meramente jurídica, mas que vai interferir e mudar a vida de muitas pessoas. Essa reportagem é uma grande oportunidade para que as pessoas entendam, na prática, qual seria o impacto dessa proibição do casamento civil homoafetivo no Brasil, que já é garantido por lei há mais de dez anos”, afirma o repórter Guilherme Belarmino.
 
Hoje, o casamento homoafetivo é um direito garantido por uma decisão unânime de 2011 do Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, 12 anos depois, o relatório do projeto defende que o Código Civil incorpore a frase "nenhuma relação entre pessoas do mesmo sexo pode equiparar-se ao casamento ou a entidade familiar".  A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara estava pronta para aprovar o texto, mas um grupo de deputados, liderado pelo Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), se mobilizou para adiar a votação. Em dois dias de gravação, os repórteres registram os bastidores dessa negociação, acompanhados pelo movimento LGBTQIAP+, que pedia o arquivamento do projeto com gritos de ordem, faixas e protesto.
 
Na última terça-feira, dia 26, às oito horas da manhã, onze mulheres vestidas de noiva formavam uma fila na entrada do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão. Elas aceitaram o pedido de casamento de seus respectivos parceiros, todos privados de liberdade. O repórter André Neves Sampaio e o repórter cinematográfico Alex Gomes acompanharam o evento chamado de "Casamento Comunitário”, uma iniciativa do Tribunal de Justiça do Maranhão. Lá, eles conheceram a história da noiva Joelma Quinto, que resolveu dar uma chance para seu noivo e topou se casar, mesmo na cadeia, esperando uma nova fase na vida do casal. A cerimônia foi realizada em um espaço inter-religioso do Complexo. Os convidados, três por família, levavam bolos, salgadinhos e litros de refrigerante. Os futuros maridos aguardaram suas noivas ao som de uma banda gospel amadora formada por internos.
 
O 'Profissão Repórter' vai ao ar nesta terça-feira, dia 3, logo após 'Todas as Flores'.

Anderson Ramos

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