Cena do documentário ''A Revolução Cubista'' (Divulgação: Curta!) |
O documentário ''A Revolução Cubista'', a ser exibido no Curta!, transporta o público ao início do século XX, período efervescente no mundo da arte, marcada pelo nascimento de um movimento que desafiava as convenções. Quatro indivíduos foram responsáveis por impulsioná-lo: os pintores Pablo Picasso e Georges Braque; o poeta e crítico de arte Guillaume Apollinaire; e o hábil negociante de obras de arte Daniel-Henry Kahnweiler. A produção da Arte France conta com fotos históricas das obras e dos personagens. A direção é de Frédéric Ramade.
A história dessa revolução começa em novembro de 1908, quando Georges Braque teve uma pequena exposição de suas obras, organizada por Kahnweiler, em uma galeria de arte perto da Place de La Madeleine, em Paris. Naquela época, o Impressionismo dominava a cena artística e a fotografia ameaçava ofuscar a pintura. Picasso e Braque ansiavam por mudanças. Na efervescente Montmartre do início do século, os dois artistas, que logo se tornaram inseparáveis, compartilharam seu desejo pela modernidade com Apollinaire e o alemão Kahnweiler, cujos pais queriam que seguisse uma carreira bancária, enquanto ele sonhava em se tornar marchand de arte.
Após reinventar a perspectiva, eles demoliram a noção de verossimilhança e incorporaram materiais nobres e “vulgares” em suas primeiras colagens, marcando assim o início de uma nova era na história da arte. A audácia deu origem a um movimento que desafiou abertamente a arte tradicional: o Cubismo, termo que nasceu de uma piada de Matisse ao ironizar os “cubinhos” de Braque. A imprensa, que raramente poupava Picasso e Braque, era condescendente com Apollinaire. Enquanto isso, Kahnweiler estava ocupado construindo uma clientela de vanguarda. A disseminação internacional do Cubismo foi impulsionada por negociantes e colecionadores europeus, russos e americanos.
''A Revolução Cubista'' pode ser assistido também no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível na Claro TV+ e em CurtaOn.com.br. Novos assinantes inscritos pelo site têm sete dias de degustação gratuita de todo o conteúdo. A estreia é na Terça das Artes, 24 de outubro, às 22h30.
Episódio inédito de 'Diretores de Arte' homenageia Cláudio Amaral Peixoto
Um dos principais diretores de arte do país, Cláudio Amaral Peixoto está por trás de obras de sucesso como “Meu nome não é Johnny”, “Cazuza”, “Lisbela e o Prisioneiro” e “O Palhaço”. Sua trajetória, marcada pela versatilidade na criação, é o tema do novo episódio da série inédita “Diretores de Arte”, que vem sendo exibida no Curta!. Dirigida por Flávio Tambellini, a produção é da Tambellini Filmes.
Em entrevista, Cláudio relembra o começo de sua jornada e atuação, por três anos, como carnavalesco na escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, antes de ingressar na televisão: estreou na TV Pirata. Na carreira, contam-se mais de 70 longas-metragens, dezenas de trabalhos publicitários e séries. Embora não tenha concluído a graduação em Arquitetura, destaca a importância do conhecimento na área para o seu trabalho.
Ele explica que a paleta de cores tem papel fundamental no que faz e destaca a importância dessa escolha em relação ao roteiro e ao momento dramático. Conta que evita excluir cores, preferindo explorar sua luminosidade, e que valoriza locações “reais” que possuem “história e alma”, pois elas trazem enriquecimento à trama. O diretor acredita que sua equipe, que o acompanha há muito tempo, tem a sintonia necessária para entender seus gostos e preferências, possibilitando melhores resultados.
Cláudio descreve seu trabalho como uma combinação de planejamento e improviso, com parte significativa da criação ocorrendo durante as filmagens. Ele ressalta a importância da colaboração com os diretores de fotografia, já que a iluminação e a câmera desempenham papel vital para o cenário. E diz valorizar a estética que inclui pequenos toques de imperfeição e estranheza, desde que sejam intencionais e sirvam à narrativa.
O profissional enfatiza a necessidade de enriquecer seu repertório com referências variadas, mesmo que não se aprofunde em cada uma delas. E descreve a importância de mergulhar em diferentes universos, a fim de compreender e representar essas realidades no cinema. “Eu cato referência em tudo que é canto. Tenho meus livros. Às vezes a referência vem quando você vai ao cinema e vê uma coisa que te interessa; você vai na peça de teatro, você vê na rua, você vê uma cena. A gente tem que se enriquecer de referência. Para mim, elas são fundamentais para formatar o todo da coisa. (...) No final das contas, o diretor de arte tem que saber de tudo um pouco, nunca profundamente para não ficar louco. Mas a gente tem que saber de caminhoneiro, de bruxo, de cantor de rock”, comenta, ressaltando ainda que, apesar de seu alto nível de crítica em relação ao seu trabalho, com o tempo foi capaz de apreciar o resultado final e encontrar satisfação.
“Diretores de Arte” foi viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A série em 10 episódios debate o lugar do profissional de direção de arte no cinema. Após a homenagem a Cláudio Amaral Peixoto, os próximos profissionais serão: Tulé Peake, Coca Oderigo, Marcos Flaksman, Dina Salem Levy, Vera Hamburger, María Eugenia Sueiro e Tiago Marques (in memoriam).
O episódio “Cláudio Amaral Peixoto” também pode ser assistido no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível na Claro TV+ e em CurtaOn.com.br, a partir da quinta-feira, dia 26. Novos assinantes inscritos pelo site têm sete dias de degustação gratuita de todo o conteúdo. A estreia no Curta! é na Quarta de Cinema, 25 de outubro, às 20h.
Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 23/10
22h15 – “Belchior - Apenas um Coração Selvagem” (Documentário)
Belchior foi um dos artistas mais singulares e misteriosos do cenário brasileiro. Surgido nos anos 1970, duas características emergiam em sua obra: as letras ferinas e um latente sentimento de desajuste aos padrões da sociedade. Com diversas imagens de arquivo e depoimentos dados ao longo de sua carreira, temos o próprio Belchior falando sobre sua trajetória e refletindo sobre arte e aspectos mundanos, como o sucesso, a fama e seus percalços. Direção: Camilo Cavalcanti e Natália Dias. Duração: 90 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 24 de outubro, terça-feira, às 02h15 e às 16h15; 25 de outubro, quarta-feira, às 10h15; 28 de outubro, sábado, às 13h45; 29 de outubro, às 20h20.
Terça das Artes (Visuais, Cênicas, Arquitetura e Design) – 24/10
20h30 – “Designers do Brasil - 2ª Temporada” (Série) - Episódio: “Domingos Tótora” - INÉDITO
Em Maria da Fé, cidadezinha na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, Domingos Tótora transforma caixas de papelão descartadas e a terra da região em móveis e objetos com formas essenciais, que revelam uma profunda conexão com a natureza. Direção: Helder Aragão (DJ Dolores). Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 25 de outubro, quarta-feira, às 00h30 e às 14h30; 26 de outubro, quinta-feira, às 08h30; 28 de outubro, sábado, às 18h; 29 de outubro, domingo, às 08h30.
22h30 – “A Revolução Cubista” (Documentário) - INÉDITO
Eles eram quatro: Picasso, Braque, Apollinaire e Kahnweiler. Dois artistas, um poeta e um negociante de arte. O Cubismo foi impulsionado por esses quatro visionários, com uma identidade que o tornava reconhecível à primeira vista. Entre 1907 e 1914, a velha forma de ver as coisas foi derrubada, moldando a lenda do Cubismo, o primeiro movimento a revolucionar a arte do século XX. Direção: Frédéric Ramade. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 25 de outubro, quarta-feira, às 02h30 e às 16h30; 26 de outubro, quinta-feira, às 10h30; 28 de outubro, sábado, às 16h30; 29 de outubro, domingo, às 23h.
23h30 – “Companhias do Teatro Brasileiro” (Série) - Episódio: “Grupo Macunaíma” - INÉDITO
Na era dos grandes grupos, nasceu Macunaíma, uma companhia teatral com foco na arte, na linguagem e na poesia. Com espetáculos de sucesso nacional e mundial, o grupo apostava em figurinos e cenários que encantavam o público. Formado por 20 atores e atrizes, o grupo Macunaíma tinha um amplo trabalho de pesquisa artística, sob o forte comando do diretor Antunes Filho. Direção: Roberto Bomtempo. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 25 de novembro, quarta-feira, às 03h30 e às 17h30; 26 de novembro, quinta-feira, às 11h30; 28 de novembro, sábado, às 18h30; 29 de novembro, domingo, às 08h30.
Quarta de Cinema (Filmes e Documentários de Metacinema) – 25/10
20h – “Diretores de Arte” (Série) - Episódio: “Cláudio Amaral Peixoto” - INÉDITO
A série debate o lugar do profissional de direção de arte no cinema. Em cada episódio é convidado um diretor de arte com grande importância para a cinematografia nacional e também latinoamericana. Eles contam sobre suas maiores influências e sua relação com o diretor, fotógrafo e figurinista para criar a concepção visual do filme. Direção: Flávio Tambellini. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 26 de outubro, quinta-feira, às 00h e às 14h; 27 de outubro, sexta-feira, às 08h; 28 de outubro, sábado, às 19h30; 29 de outubro, domingo, às 10h.
Quinta do Pensamento (Literatura, Filosofia, Psicologia, Antropologia) – 26/10
22h30 – “Os Manuscritos Secretos da História” (Série) - Episódio: “Os Miseráveis, de Victor Hugo”
Antes de chegar na Biblioteca Nacional Francesa, o manuscrito de “Os Miseráveis”, de Victor Hugo, refletiu a vida conturbada de seu autor. Dezessete anos se passaram entre o início e o fim da escrita desta obra-prima que nasceu em circunstâncias escabrosas, entre Paris, Guernsey e Waterloo. Direção: Anne-Sophie Martin. Duração: 26 min. Classificação: Livre. Horário alternativo: 27 de outubro, sexta-feira, às 02h30 16h30; 28 de outubro, sábado, às 20h; 29 de outubro, domingo, às 10h30.
Sexta da Sociedade (História Política, Sociologia e Meio Ambiente) – 27/10
23h – “Israel/Irã/EUA, A Longa Guerra” (Documentário) - Episódio: “Nas Origens do Confronto”
Na época do Xá, Irã e Israel eram nações amigas. A revolução islâmica de 1979 muda os planos, de um lado, de Teerã, e do outro, de Washington e Tel-Aviv. A ruptura acontece em 1982 quando os israelenses invadem o Líbano, e entram em guerra com o Hezbollah: nova força xiita libanesa, apoiada pelo Irã. Direção: Vincent De Cointet. Duração: 52 min. Classificação: 16 anos. Horários alternativos: 28 de outubro, sábado, às 03h e às 15h30; 29 de outubro, domingo, às 22h.
Sábado, 28/10
23h – “Recife/Sevilha - João Cabral de Melo Neto” (Documentário)
João Cabral de Melo Neto guarda em livros e versos a experiência do homem apaixonado por duas cidades. Através de sua poesia, entra-se em Recife e em Sevilha, que seriam lugares inconciliáveis por semelhanças e diferenças se nelas o poeta não tivesse vivido. O Recife do menino de engenho e do rapaz mundano e a Sevilha do homem feito andarilho por força de sua carreira de diplomata. Direção: Bebeto Abranches. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horário alternativo: 29 de outubro, domingo, às 13h35.
Domingo, 29/10
18h20 – “O Mês que Não Terminou” (Documentário)
Junho de 2013: mês de grandes manifestações em todo o país com milhares de pessoas nas ruas pedindo mudanças e melhorias na política, no transporte público, na saúde e na educação. Feito em 2019, o documentário “O Mês Que Não Terminou” aborda a efervescência daqueles dias que, para os diretores Francisco Bosco e Raul Mourão, ainda ecoam na vida política brasileira. O filme comenta os desdobramentos de dois movimentos internacionais de 2011, o “Occupy Wall St”, em Nova York, e “Os Indignados”, em Madrid, fazendo uma ligação entre essas ações e as manifestações que ocorreram no Brasil durante junho de 2013. Segundo a narrativa apresentada pelos diretores, essa agitação desembocou nos protestos a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2014, foi motor de propulsão da Operação Lava Jato e da ascensão da extrema direita no Brasil. Para ajudar na reflexão sobre o período, ativistas, cientistas políticos, filósofos, psicanalistas e economistas dão depoimentos que se costuram ao roteiro do ensaísta Francisco Bosco. A narração é de Fernanda Torres. Direção: Francisco Bosco, Raul Mourão. Duração: 107 min. Classificação: 14 anos.
Tags
Programação