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Cruzar o continente, do oceano Atlântico até o Pacífico: uma rota que começa no estado do Rio de Janeiro e passa por São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre até chegar à fronteira com o Peru. A viagem segue pela Amazônia peruana, cruza a cordilheira dos Andes e pega a estrada transoceânica até Lima. No 'Profissão Repórter' desta terça-feira, dia 8, os repórteres André Neves Sampaio, Nathalia Tavolieri e a repórter cinematográfica Gabi Vilaça embarcam na mais longa viagem de ônibus do mundo. São seis dias dentro de um ônibus, mais de 120 horas e seis mil quilômetros percorridos. A amplitude térmica varia dos 40 graus até zero grau.
Em março deste ano, uma companhia de ônibus do Acre assumiu o trajeto que até o início da pandemia era operado por uma companhia peruana que fechou as portas. A passagem de ida custa R$ 1.200. “É uma viagem que vou guardar para o resto da vida. Quando chegamos no Acre, por exemplo, estava 40 graus. Atravessamos a fronteira na Amazônia peruana com muito calor, e, depois de quatro horas, estávamos no topo da Cordilheira dos Andes, a temperatura batia zero grau. Além disso, toda a convivência com as pessoas no ônibus, dias na estrada, tomando banho em posto, comendo em loja de conveniência. Passei por lugares que nunca tinha passado, conheci pessoas novas que, até certo ponto, têm uma disposição muito grande de encarar essa viagem. E o mais legal de tudo é que por terra você conhece muitas coisas que no avião você nem imagina que existam”, destaca o jornalista André Neves.
Entre os 40 passageiros que embarcam nessa viagem para cruzar o continente, há peruanos que querem voltar para casa, alguns aventureiros com vontade de cruzar o país, e também turistas que sonham em conhecer o Machu Picchu – ponto turístico mais famoso do Peru e uma das 7 Maravilhas do Mundo. O policial civil Alberto Luduvice saiu de Aquidabã, em Sergipe, ao lado do filho, Arthur, de 11 anos, para a aventura de cruzar o continente de ônibus. Foi a primeira viagem dos dois juntos depois que Alberto se separou da mãe de Arthur. Durante as longas horas de estrada, Arthur se distraía quando tinha internet e teve que experimentar comidas completamente desconhecidas, como lhama assada. “Essa viagem, para mim, está sendo muito especial. Mas muito especial, mesmo. Porque é um momento que eu estou aproveitando para ter um contato mais próximo com o meu filho”, diz Alberto.
Já Bruno Eduardo, de 23 anos, não via a mãe há sete anos, desde que ela se casou com um peruano e foi morar em Lima. Bruno optou por fazer a viagem por terra para conseguir carregar vários presentes para mãe e o padrasto, incluindo uma bicicleta e uma televisão. “Faz uns sete anos que eu não vejo a minha mãe, estou levando uns presentinhos para ela. É a primeira vez que passo dias dentro de um ônibus e a primeira vez que eu estou saindo do país”, conta Bruno.
Apesar do desconforto de percorrer de ônibus mais de seis mil quilômetros, as mais diferentes paisagens do continente, como a Amazônia brasileira e a Cordilheira dos Andes distraem e encantam quem se propõe a embarcar na maior linha de ônibus do mundo. “Ficou um programa leve, divertido, que tem uma pegada cultural, e é uma forma de as pessoas viajarem com a gente. Cruzamos seis estados brasileiros, conhecemos paisagens diferentes, um Brasil fora das rotas turísticas”, conclui a repórter Nathalia Tavolieri.
O 'Profissão Repórter' desta terça-feira, dia 8, vai ao ar logo após ‘No Limite’.
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