'Globo Repórter' viaja para Amazônia e mostra a importância da bioeconomia para a região em dois programas especiais

Divulgação Globo

Os olhos do mundo estão voltados para a Amazônia. Na semana em que é realizada a Cúpula da Amazônia em Belém, no Pará, que reúne líderes dos países amazônicos para discutir questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável da região, o 'Globo Repórter' prepara dois programas especiais, que vão ao ar nos dias 11 e 18 de agosto, para falar sobre bioeconomia e mostrar que muitas pessoas já descobriram que é possível ganhar dinheiro com a floresta em pé. Os repórteres Lilia Teles e Alexandre Hisayasu revelam soluções que estão abrindo caminho para bons negócios, como a cadeia produtiva do açaí e do cupuaçu. 
 
No primeiro programa, a equipe do ‘Globo Repórter’ cruza rodovias, estradas de terra e corta caminho pelas águas dos rios para chegar até pessoas que já estão colhendo os frutos dessa oportunidade, como a comerciante Edineia Rodrigues Freire, que vive na região de Codajás, conhecida como a terra do açaí, no Amazonas. A cadeia produtiva do açaí movimenta a economia da região. Há quem chame de ouro negro da Amazônia. “A gente tinha muito fruto, mas ninguém valorizava, ninguém procurava, não tinha para quem vender, não tinha mercado. Depois começaram a aparecer fábricas, empresas e o negócio foi mudando”, diz Edineia. O ribeirinho que se tornou um empresário de sucesso, Francisco de Jesus Costa Ferreira, afirma que é possível produzir sem devastar. “É possível você crescer, melhorar de vida, sem devastar a floresta e - importante - com sustentabilidade. Nosso maior mercado hoje é o Rio de Janeiro, mas a gente vende também para o Nordeste. Vendemos, na verdade, para o Brasil todo e estamos começando a vender para o exterior: Estados Unidos, Ásia, Europa. Ainda estamos engatinhando, mas já com boas perspectivas de crescimento”, conta Francisco.  
 
A repórter Lilia Teles ficou surpresa com o que viu na Amazônia. “Ela é mais linda, mais surpreendente, mais rica quando se vê de perto. Fiquei encantada com os sabores dos frutos da Amazônia, principalmente o cupuaçu colhido na hora. E, o mais importante, é incrível conhecer o que está sendo feito pela bioeconomia e os desafios enfrentados pelos produtores rurais para garantir a produção, sem destruir o meio ambiente”, afirma. Os sistemas agroflorestais na fronteira com a mata nativa garantem que as plantações sejam ainda melhores. Em Tomé-Açu, no Pará, a equipe conheceu uma das mais antigas cooperativas agrícolas da Amazônia. “Hoje nós temos, pelo menos, três a quatro culturas importantes para que o agricultor tenha receita contínua. A produção de cupuaçu dura seis meses, de dezembro a junho. Assim que termina, começa a produção de cacau. Depois, tem uma safra de pimenta do reino e fecha com açaí. Isso durante o ano todo para que o agricultor tenha receita contínua por mês”, explica Alberto Oppata, presidente da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta).  
 
Outro ponto fundamental para o desenvolvimento da bioeconomia é o combate aos crimes ambientais. Ainda neste primeiro programa, a equipe flagra um comboio do Ibama e da Polícia Federal durante uma ação contra o desmatamento e viajou com agentes de fiscalização para acompanhar com exclusividade os bastidores de uma grande operação de combate ao garimpo, na qual explodiram quatro balsas. A Justiça determina que, embarcações usadas no garimpo ilegal para atividade criminosa sejam destruídas. “Enquanto a polícia combate aqueles que querem enriquecer às custas de crimes ambientais, há aqueles que acreditam no meio ambiente preservado para poder crescer", ressalta o repórter Alexandre Hisayasu. 
 
O engenheiro agrônomo e cofundador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Beto Veríssimo, fala sobre o desafio da Amazônia de não repetir os erros do passado. “O erro do passado é imaginar que a Amazônia, a floresta em pé, não tem valor. E ela tem um valor crescente, importante, estratégico para o Brasil, estratégico para a nossa economia”. Beto diz ainda que é preciso aprender com as experiências dos povos originários. “Como é que você faz agricultura na Amazônia? Tem que fazer agricultura com o manejo de solo muito bem-feito, coisa que os povos originários já faziam há 15 mil anos e, por erro e tentativa, aprenderam a lidar com aquela região. Então, acho que a gente hoje tem que aprender um pouco com a experiência deles e acho que toda experiência agora de agrofloresta tem muito a ver”, conclui. 
 
Os dois programas especiais do ‘Globo Repórter’ sobre a Amazônia vão ao ar nos dias 11 e 18 de agosto, logo após o ‘No Limite’.     

Anderson Ramos

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