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Nesta quinta-feira (13/7), estreia na TV Cultura a série documental Mapas Urbanos. A produção busca romper o maniqueísmo das visões sobre o Brasil como um país de beleza natural ou pobreza e traz a visão de compositores e poetas sobre as metrópoles São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Para isso, conversa com Caetano Veloso, João Bosco, Braguinha, Monarco, José Lino Grunewald, Sebastião Uchoa Leite, Carlito Azevedo, Wally Salomão, José Carlos Capinan, Margareth Menezes, Arnaldo Antunes, José Miguel Wisnik, Nelson Ascher, Paulo Vanzolini, Regis Bonvicino e Tom Zé. Em nove episódios, vai ao ar às quintas-feiras, a partir das 19h30.
Mapas Urbanos tem como objetivo caracterizar as três cidades por intermédio dos depoimentos de alguns dos mais respeitados poetas e compositores populares do país. Não há locução em off – a narrativa é conduzida pela complementação ou embate entre depoimentos, imagens, poemas e músicas. O procedimento principal é projetar a representação da cidade sobre a própria cidade e indicar os espelhamentos entre ambas; o eixo condutor é a relação entre poesia, música, cidade e memória.
São Paulo
Em São Paulo, objeto das três primeiras partes, o filme destaca o crescimento rápido e desenfreado da cidade. Em 1870, era somente uma vila; em três décadas tornou-se uma cidade de 500 mil habitantes; hoje tem 16 milhões de habitantes na área metropolitana. Várias cidades foram construídas sobre um mesmo espaço, dando pouco tempo para que a memória pudesse cristalizar-se. “The Waste Land” de T. S. Eliot, “Zone”de Apollinaire e as investigações de Walter Benjamin sobre a Paris de Baudelaire são algumas representações invocadas para tentar dar conta dessa megacidade que não para de crescer nunca.
Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro é decodificado inicialmente pela distribuição desigual de seu espaço físico: seja por motivos econômicos, seja pelas impossibilidades impostas pela natureza. Assim, por exemplo, enquanto uma parte da população pode desfrutar das belezas de “Garota de Ipanema”, a célebre canção bossa-nova de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, sobre uma passante do bairro homônimo, a outra vive com parcos recursos nos morros, de onde desponta uma música agressiva, caracterizada pela violenta crítica social, o funk. Um longo passeio pelo cotidiano do Morro da Mangueira é um destaque das três partes dedicadas ao Rio.
Salvador
Em Salvador é abordado o diálogo entre artistas e intelectuais estrangeiros, que trouxeram as vanguardas européias para a região, e a cultura popular desse antigo centro colonial. Esse jogo entre modernidade e a tradição produziu um movimento na música popular, o tropicalismo, que é uma das mais densas representações da vida metropolitana no Brasil hoje.
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