Série inédita investiga a influência do cinema francês na história da sétima arte

Divulgação Curta!

Muitos cineastas franceses têm sido pioneiros em termos de narrativa, técnica e inovação. O cinema francês é amplamente reconhecido por sua influência na história da sétima arte. A série inédita "Viagem Através do Cinema Francês", exibida com exclusividade no Curta!, explora o tema. O renomado cineasta Bertrand Tavernier (1941-2021) é o responsável pela direção e também o condutor da narrativa.

Dividida em oito episódios temáticos, cada um com cerca de 52 minutos, a produção mergulha nos grandes nomes do cinema francês, de diretores, atores e escritores a compositores e diretores de fotografia. No primeiro episódio, intitulado "Meus Diretores de Referência - parte 1", são apresentados três cineastas que deixaram sua marca: Jean Grémillon, Max Ophüls e Henri Decoin. Bertrand Tavernier compartilha sua visão pessoal sobre eles e sua influência no cinema francês.

O primeiro deles é Jean Grémillon, cujos filmes se tornaram parte de sua vida desde "Le Ciel est à Vous" (1944) e "Águas Tempestuosas" (1941). Tavernier destaca a habilidade de Grémillon em retratar com densidade emocional as relações de classe, além de mencionar o filme "Daïnah, La Métisse" (1932) como uma obra intrigante, e lamentar que apenas quatro rolos tenham sobrevivido. Apesar das lacunas na narrativa, o diretor diz que o público é envolvido pelas cenas, que incluem “o surpreendente uso de jazz e uma extraordinária sequência de dança com personagens mascarados". Ele elogia a originalidade de personagens como o médico negro interpretado por Habib Benglia, ressaltando a singularidade do cinema francês comparado ao cinema americano da época. “Há certos cineastas que você adota assim que vê um filme, que logo se tornam parte de sua vida, e que nunca mais saem dela. Jean Grémillon é um deles'', garante o diretor.

Tavernier também revela sua admiração por Max Ophüls, considerando-o um de seus cineastas favoritos. Ele destaca a narrativa envolvente de "O Prazer" (1952) e a forma como a câmera dança e corre em sintonia com o protagonista, transmitindo uma sensação de urgência vital. O cineasta relembra ainda a exibição dos filmes de Ophüls feitos nos Estados Unidos, onde o diretor se refugiou durante o período da ocupação nazista. Ele destaca obras como "O Exilado" (1947) e "Na Teia do Destino" (1949) por sua relevância especial em sua programação no cineclube Nickel Odéon.

Henri Decoin também recebe reconhecimento. Tavernier relembra que, inicialmente, levou um tempo para compreender sua personalidade como cineasta, mas que obras como "Amor Traído" (1952) e "Razzia" (1955) o impressionaram profundamente. O diretor observa a semelhança entre a direção de Decoin e a de Otto Preminger, ressaltando a abordagem visual única do cineasta, inclusive na forma como ele filmava à noite. E destaca a empatia de Decoin pelas vítimas e sua abordagem documental em "Razzia", bastante rara no cinema francês. ''Ao contrário de 95% dos diretores, Henri Decoin não preparava a cena, não dava orientações ou enquadramentos até que visse os atores dando vida aos personagens. Acho comovente o fato de alguém que não frequentou escola ter toda a graça e delicadeza dele. Um grande cineasta, um verdadeiro autor'', conclui Tavernier.

"Viagem Através do Cinema Francês" pode ser assistida também no Curta!On – Clube de Documentários, disponível na Claro TV+ e em CurtaOn.com.br. Novos assinantes inscritos pelo site têm sete dias de degustação gratuita de todo o conteúdo. A produção é da Gaumont, Little Bear Productions e Pathé Production. A estreia do primeiro episódio é na Quarta de Cinema, 19 de julho, às 23h.

Último episódio da série inédita ‘Novo Mundo’ explora a arte urbana mexicana

A arte urbana no México destaca-se por sua conexão com a história e a cultura, abordando temas sociais e políticos. Com uma estética vibrante, combina elementos pré-colombianos, coloniais e contemporâneos, representando a diversidade cultural do país. Essa forma poderosa de comunicação pública no México é abordada no último episódio da série inédita "Novo Mundo, Pintura de Rua na América Latina", que vem sendo exibida com exclusividade no Curta!. A direção é de Belisario Franca e Juan Tamayo.

Durante o episódio, o artista urbano Said Dokins afirma que a cidade é um campo de luta, onde todos batalham simbólica e até fisicamente por um espaço. Já o grafiteiro Bice descreve a cidade como “um território contrastante, repleto de culturas, cores, sabores e diversidade de pessoas''.

Outro entrevistado, o escritor e antropólogo Néstor Garcia Canclini, ressalta a coexistência de diferentes fases culturais nas cidades mexicanas, onde referências pré-colombianas, coloniais e modernas se entrelaçam: “estamos nos apropriando de referências culturais diversas, então, nesse jogo de misturas, sempre há conflito''.

Mazatl, outro artista urbano, reflete sobre o uso da violência pelo sistema para controlar o discurso social e político, e defende a busca por alternativas criativas. Ele explora em sua arte a selvageria do contexto urbano e questiona a comercialização das vidas das pessoas. ''O fato de fazer coisas na rua, ou no espaço público, muda a dinâmica da galeria, do autor, essa visão muito individualista de fazer sozinho. Porque muitas vezes quando você faz coisas na rua, de natureza ilegal, você tem de cuidar um do outro. Fazer as coisas coletivamente e dentro de nossas éticas e ideais é possível. Dá muito trabalho, mas existe'', analisa.

"Novo Mundo, Pintura de Rua na América Latina" narra como, através da arte urbana, grupos e indivíduos encontram uma voz poderosa nas ruas. A série é composta por oito episódios, cada um explorando um país diferente. Além do México, os outros são: Bolívia, Argentina, Chile, Peru, Equador, Colômbia e Brasil. A produção completa pode ser assistida também no Curta!On – Clube de Documentários, disponível na Claro TV+ e em CurtaOn.com.br. Novos assinantes inscritos pelo site têm sete dias de degustação gratuita de todo o conteúdo.

A produção é da Giros Filmes e Tercermundo Producciones e foi viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A estreia do episódio é na Terça das Artes, 18 de julho, às 23h.

Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 17/07

22h – “Garoto - Vivo Sonhando” (Documentário)

A trajetória de um fenômeno do chorinho, o violonista Garoto – que, na verdade, dominava diversos instrumentos de corda – é contada através de depoimentos de grandes músicos e de um rico material de arquivo com entrevistas, fotos, vídeos e a leitura de um diário deixado pelo artista, falecido em 1955. Entre os depoentes, contam-se músicos virtuosos que são profundos admiradores da obra de Garoto, como Paulinho da Viola, Paulo Tapajós, Carlos Lyra, João Donato, Yamandu Costa e Zé Menezes – em entrevista concedida pouco antes de sua morte, em 2014. O filme também resgata falas antigas de artistas que não estão mais entre nós, como Luiz Gonzaga, Vinícius de Moraes e Baden Powell, além dos depoimentos afetivos da primeira e da segunda companheira de Garoto: Dugenir de Castro e Ioacy Rosa, respectivamente. Um dos destaques é a voz de João Gilberto, em entrevista pouco antes de sua morte: “Você conhece o Messi? Aquele jogador da Argentina? O Garoto é assim como o Messi”. O documentário mostra, ainda, o sucesso internacional de Garoto, que tocou com artistas como Carmen Miranda e fez viagens aos Estados Unidos, onde chegou a tocar na Broadway e na Casa Branca, para o presidente Franklin Roosevelt. Sua meteórica trajetória foi interrompida por um ataque cardíaco, aos 39 anos. Direção: Rafael Verí­ssimo. Duração: 100 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 18 de julho, terça-feira, às 02h e às 16h; 19 de julho, quarta-feira, às 10h; 22 de julho, sábado, às 15h30; 23 de julho, domingo, às 22h.

Terça das Artes (Visuais, Cênicas, Arquitetura e Design) – 18/07 - INÉDITO

23h – “Novo Mundo, Pintura de Rua na América Latina” (Série) – Episódio: “México”

As imagens que ilustram os muros das cidades modernas guardam uma estreita relação com os seus habitantes. Na América Latina, essa relação é ainda mais profunda, uma vez que a sua arte urbana nasceu ligada a processos de resistência, rebelião e transformação que marcaram as últimas décadas. A realidade de indivíduos e grupos silenciados na cultura “formal” ganha voz neste fenômeno social e estético, que traz à tona traumas, reivindicações e sonhos que jamais circulariam de outra forma dentro da indústria cultural. A série explora um país diferente a cada episódio. Direção: Belisario Franca e Juan Tamayo. Duração: 60 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 19 de julho, quarta-feira, às 03h e às 17h; 20 de julho, quinta-feira, às 11h; 22 de julho, sábado, às 21h; 23 de julho, domingo, às 11h.

Quarta de Cinema (Filmes e Documentários de Metacinema) – 19/07 - INÉDITO

23h – “Viagem Através do Cinema Francês” (Série) – Episódio: “Meus Diretores de Referência - parte 1”

A jornada começa com a descoberta de três diretores que encantaram o cinema francês: Max Ophüls, Jean Grémillon e Henri Decoin. Direção: Bertrand Tavernier. Duração: 52 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 20 de julho, quinta-feira, às 03h e às 17h; 21 de julho, sexta-feira, às 11h; 22 de julho, sábado, às 13h; 23 de julho, domingo, às 18h.

Quinta do Pensamento (Literatura, Filosofia, Psicologia, Antropologia) – 20/07

23h – “Foucault Contra Ele Mesmo” (Documentário)

“Escrever é se transformar, é se desprender de si mesmo, renunciar a si mesmo. Se eu já soubesse aonde estava indo, eu não escreveria”: tais palavras, ditas por Michel Foucault, resumem o desenvolvimento de sua própria obra. Essas transformações parecem fazer parte de sua escrita filosófica, que lançou um olhar investigativo sobre mecanismos de coerção e de punição da sociedade, sobre a loucura, a sexualidade e outros assuntos. Para esclarecer os meandros de um pensamento plural, o documentário “Foucault Contra Ele Mesmo” se debruça nos livros desse grande filósofo do século XX. O filme mostra como as reflexões de Foucault sobre temas como poder, controle social e as funções dos intelectuais na sociedade vão mudando de acordo com o momento e a perspectiva adotada por ele. Seus pensamentos, em muitos momentos, são conflitantes entre si, mas também funcionam como uma espécie de diálogo entre ideias, como se Foucault estivesse sempre buscando um caminho alternativo ao que ele já havia traçado, nunca consolidando uma visão definitiva sobre seus objetos de estudo — e sobre si mesmo. Através de um rico acervo de fotos e vídeos, o documentário mostra Foucault ora como ativista político, ora como filósofo; em paralelo, Geoffroy de Lagasnerie, Arlette Farge, Didier Eribon, Georges Didi-Huberman e Leo Bersani — todos estudiosos da obra foucaultiana — analisam os livros de Foucault e comentam passagens de sua trajetória, desde a juventude até a sua morte, em 1984. Duração: 53 min. Classificação: 12 anos. Horários alternativos: 21 de julho, sexta-feira, às 03h e às 17h; 22 de julho, sábado, às 08h; 23 de julho, domingo, às 15h45

Sexta da Sociedade (História Política, Sociologia e Meio Ambiente) – 21/07

23h – “Israel/Irã/EUA, A Longa Guerra” (Minissérie) – Episódio: “Nas Origens do Confronto”

Era fevereiro de 1979. Ruhollah Musavi Khomeini — que ficaria conhecido como Aiatolá Khomeini — voltava de seu exílio na França para sua terra natal, o Irã. Lá, lideraria milhões de manifestantes na destituição da monarquia do Xá Reza Pahlavi, no poder há 37 anos. Assim se consolidava a Revolução Islâmica, que mudaria para sempre a história do Oriente Médio e os rumos das relações entre o Irã e dois antigos aliados: Israel e Estados Unidos. Esse processo e seus desdobramentos são tema deste documentário, dividido em duas partes. O primeiro episódio, intitulado “Nas Origens do Confronto”, mostra um mundo dividido pela Guerra Fria, em 1978. Nele, o Irã era um território estratégico para os Estados Unidos na disputa pela hegemonia mundial. Enquanto era governado pelo Xá, o país se abria à influência norte-americana e se “ocidentalizava”. Embora as elites se beneficiassem dessa relação, a oposição vinha se massificando e reunindo pessoas de origens e vertentes filosóficas diversas em protestos contra o imperialismo do Ocidente. A repressão era violenta, mas não pôde interromper a revolução em curso. Ao tomar o poder com amplo apoio popular, Khomeini instala uma teocracia islâmica. Ainda nos primórdios desse novo governo, sinaliza seu posicionamento geopolítico ao convidar o líder palestino Yasser Arafat ao país. A partir de então, o Irã seria um aliado da Palestina contra Israel e os Estados Unidos, embaralhando completamente as peças antes dispostas no tabuleiro do Oriente Médio e gerando inúmeros conflitos nos anos seguintes. Direção: Vincent De Cointet. Duração: 52 min. Classificação: 16 anos. Horário alternativo: 22 de julho, sábado, às 03h.

Sábado, 22/07

23h – ''Edward Hopper e a Tela em Branco'' (Documentário)

“A tela em branco é como a página em branco: começa-se do zero”. É com essa provocação que o diretor Jean-Pierre Devillers dá a partida neste documentário sobre a vida e a obra do famoso pintor norte-americano Edward Hopper. O filme examina a singularidade da arte de Hopper, apresentando muitos dos seus trabalhos, como os famosos "Nighthawks", “Gas”, “Morning Sun”, "Cape Cod Morning" e "Office at Night". O documentário também aborda a vida pessoal do artista, incluindo seu relacionamento com sua esposa e musa, Josephine Nivison Hopper. O público é levado em uma viagem de imagens impressionantes a lugares que inspiraram as pinturas do artista, que se celebrizou por cenários ermos e personagens arredios. Essa temática fez com que os quadros do pintor, morto em 1967, fossem muito relembrados durante o isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19. O documentário oferece uma visão única sobre a arte de Hopper, com entrevistas com especialistas e análises de suas pinturas. Direção: Jean-Pierre Devillers. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horário alternativo: 23 de julho, domingo, às 14h35.

Domingo, 23/07

19h – ''Operação Pedro Pan'' (Documentário)

No início dos anos 1960, mais de 14 mil crianças e adolescentes cubanos embarcaram em um voo sem volta para os EUA. Eles foram confiados à Igreja católica de Miami por suas famílias, preocupadas com a aproximação entre Cuba e a União Soviética. Essa operação foi orquestrada por forças anticastristas com o apoio do governo norte-americano. A decisão dos pais de mandar os filhos para um lugar considerado seguro durante os tumultuados anos que se seguiram à revolução cubana foi estimulada por boatos de que o novo regime iria suspender o pátrio poder e doutrinar as crianças de acordo com a ideologia comunista. A separação das famílias foi, porém, muito mais longa e dolorosa do que o previsto. Neste filme, vários cubanos enviados aos EUA quando eram crianças descrevem o impacto da Operação Pedro Pan em suas vidas. Além disso, entrevistas com especialistas norte-americanos e cubanos e imagens de arquivo da época traçam o contexto histórico em que ocorreu esse episódio pouco conhecido da Guerra Fria na América Latina. Direção: Mauricio Dias e Kenya Zanatta. Duração: 82 min. Classificação: 14 anos.

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