Hortência recorda rivalidade com Paula e afirma: ''treinei minha vida inteira para ganhar dela''

Divulgação Lourival Ribeiro/SBT

Eleita a maior jogadora de basquete de todos os tempos, Hortência abre a semana de entrevistas do The Noite nesta segunda-feira (03). Campeã mundial, vice-campeã olímpica e a maior cestinha da história da Seleção Brasileira, ela conversa com Danilo Gentili sobre suas motivações no início: “não gostava de perder e foi isso que me fez crescer. Qualquer joguinho eu queria ganhar e, quando eu perdia, ficava muito mal”. Medalha de Ouro contra Cuba no Pan de 91, em Havana, conta que Fidel Castro tentou falar com elas antes da partida. “Aí a Maria Helena falou ‘no, no, Fidelzito, não vai atrapalhar a concentração do meu time, não’. Não deixou. Ele foi jogador de basquete e, um dia antes, ele deu uma entrevista dizendo ‘eu sei como faz para marcar a Hortência’. Aí quando nós ganhamos ele desceu para entregar a medalha. Aí ele tirou a gente do pódio, óbvio que estava brincando, mas falou que não ia entregar nem para mim e nem para a Paula. Se ele não entrega eu vou com os dois pés no peito dele”, diz em tom de brincadeira. 

A respeito da conquista mais difícil, relata a Olimpíada de 96: “meu filho tinha cinco meses e eu estava jogando a final de uma Olimpíada. Não foi fácil, não…. Foi uma vitória difícil para mim. Eu tive que tirar meu filho do peito. Ele estava com 15 dias e tive que colocar uma esteira dentro do meu quarto, comecei a treinar”. Falando de ‘Magic’ Paula, declara: “não era minha amiga, era muito mais que minha amiga. Foi a pessoa mais importante da minha vida profissional. Porque eu treinei minha vida inteira para ganhar dela....  A gente se digladiava dentro da quadra, mas ela era minha grande motivação. Ela me motivava a treinar todo dia para ganhar dela. Ela não era minha inimiga, foi minha adversária. Respeito ela por isso. Não somos amigas íntimas de sair, porque somos muito diferentes uma da outra, mas tenho um respeito por ela, uma admiração, que é muito mais que ser uma amiga”.

Sobre o filho, João Victor, que hoje é atleta Olímpico de Hipismo, conta: “só não o incentivei a entrar no basquete, pois ia ser muito comparado comigo.... Nunca joguei basquete com meus filhos. Nunca quis, para não incentivar”. Hortência é categórica ao afirmar que nunca mais entrou em uma quadra após sua aposentadoria e justifica: “quero que fique aquela imagem”. E completa: “nunca mais peguei em uma bola para jogar um ‘21’. Só uma vez que a Paula inventou de dar em um leilão um jogo de ‘21’ eu e ela contra quem comprasse. Demorei um ano para pagar. No outro dia não conseguia andar de tanta dor no corpo, a Paula também. Falei ‘e aí, véia?!’. Ela falou ‘nossa, não consigo levantar da cama’”.

Danilo recorda ainda a capa da ex-atleta para a Playboy, ao que a convidada responde: “fui a primeira que teve coragem de aceitar. Foi um desafio muito importante porque, naquela época, não tinha questão de empoderamento da mulher. A mulher que jogava basquete era considerada ‘mulher-macho’. E eu queria, em primeiro lugar, por causa do dinheiro. E eu queria mostrar que a gente tinha corpo bacana, não tinha photoshop, e era um desafio. Não tirei foto ‘de quatro’ e não tinha pôster para colocar em borracharia. Vendeu em uma semana porque o povo é curioso”. O dinheiro das vendas, segundo ela, foi para um imóvel: “comprei um apartamento, no Morumbi, um por andar. Na época, era o auge. Todo mobiliado”.

O The Noite é apresentado por Danilo Gentili e vai ao ar de segunda a sexta-feira, no SBT. Hoje, a partir de 00h45.

Postar um comentário

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do O Universo da TV.

Postagem Anterior Próxima Postagem

Formulário de contato