Beto Lee revela ajuda de Hebe à Rita Lee e traz 'tesouro' da mãe ao The Noite

Divulgação Lourival Ribeiro/SBT

Um papo sobre música e memórias da maior roqueira da história do Brasil vai acontecer no The Noite desta terça-feira (11). Danilo Gentili entrevista Beto Lee, filho da ‘mutante’ e genial Rita Lee. Divulgando o livro “Outra Autobiografia”, segunda autobiografia escrita pela cantora, ele comenta: “é uma obra de coragem. Ela foi uma mulher corajosa a vida inteira e, no final, ela teve a coragem de escrever sobre o que estava acontecendo com ela diariamente. Não foi fácil, mas, ao mesmo tempo, ela tinha a habilidade de falar das coisas, principalmente de um lance como esse, uma doença tão avassaladora quanto o câncer”. Beto responde se o assunto ‘morte’ era um tabu e afirma: “nenhum assunto era tabu em casa, na mesa de jantar. Meus pais são as pessoas mais liberais que eu conheci na vida. Nenhum assunto era proibido”.

Relembrando a infância, diz que ela tinha cobranças como qualquer mãe: “cobrava, claro. Quando mostrava uma nota boa ela falava ‘você não está fazendo mais que a sua obrigação’”. Ao fazer uma análise sobre sua visão a respeito dela, conta: “minha mãe tinha personagens que ela acionava em determinadas situações. Como se fossem alter egos dela. Eu achava a coisa mais bizarra do mundo, ela estava de um jeito e aí, de repente, ela se transformava em um dos personagens. Era engraçado”. O músico comenta o fato de ser o único dos filhos a seguir os passos dos pais e relata: “quem caiu na estrada e ralou fui eu. Fiquei 12 anos com eles, gravando discos”.

Ele diz que a escolha profissional partiu dele e ressalta: “nunca forçaram. Ela (Rita) só me avisou ‘venha para jogar e saiba que aqui é um ninho de cobras’”. Além disso, reforça que não teve facilidades por ser filho de quem é. “As pessoas têm essa noção de que quando você nasce nesse ambiente tudo vem mais fácil e comigo não foi exatamente assim. Eu toco desde os 15 anos e já toquei em muito boteco, muita ‘MPB’: ‘música por breja’. Já tive equipamento roubado, já toquei de graça, já fiz de tudo. Meus três discos gravei de forma independente com dinheiro que guardei de show mesmo. Sempre trilhei de maneira independente tudo que eu fiz. Sem ‘mãetrocínio’, sem ‘paitrocínio’”, pontua.

Com o show “Rita Lee por Beto Lee In Concert”, comenta: “a parte mais difícil desse show é bolar o repertório, qual música sai, porque são 60 anos de profissão. Muito hit”. Após rever uma cena de Rita no Domingo Legal em que a cantora faz um apelo para que o público a ajudasse a achar um cachorrinho seu que havia desaparecido, conta: “um belo dia o Leandro Lehart, que morava ali perto do estúdio, estava se despedindo de uma turma que estava na casa dele. E, nisso, o Mike cruza a porta da casa dele. E o Leandro foi sagaz, olhou o cachorro e falou ‘acho que é o cachorro da Rita Lee’. Obrigado, Leandro, você salvou a pele”. Segundo Beto, o cãozinho teve ainda outro momento de fama: “ele gravou uma participação no ‘Erva Venenosa’. O latido dele. Se você escutar a música o latido dele está ali no fundo, dá para ouvir. Está ali a participação dele, eternizada”.

A respeito da amizade que sua mãe tinha com Hebe, afirma: “Hebe foi uma referência para a minha mãe.... A gente teve um caminhão de equipamento roubado em 2008. Guitarras, bateria, baixo, limparam o caminhão. E aí a gente ficou sem instrumentos para fazer show. Foi quando a Hebe entrou em ação e comprou uma guitarra para a minha mãe, que foi apelidada de ‘Gracinha’. Até os últimos shows, essa guitarra estava na estrada. Agora aposentou. Tem certas guitarras que não dá para tirar de casa. Uso para gravar, fazer coisas em casa. Essa é tesouro”. Ele traz ainda a guitarra ao programa e mostra o objeto que se tornou um símbolo da amizade entre as duas.

O The Noite é apresentado por Danilo Gentili e vai ao ar de segunda a sexta-feira, no SBT. Hoje, a partir de 00h15.

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