Divulgação Antonio Chahestian/Record TV |
A grande final do Canta Comigo aconteceu na tarde deste domingo, 25/06. Helleno, paulistano, de 31 anos, se consagrou o campeão da 5ª edição do reality musical, após conseguir 51,39% dos votos pelo R7.com. Quinze participantes subiram no palco para tentar conquistar o painel de jurados. Mas apenas Helleno, Samuca e Saulo Soul chegaram ao Top 3 da competição.
Com o estilo musical influenciado pelo rock and roll e heavy metal, Helleno apostou em grandes referências dos anos 1980 em sua trajetória no programa. Ele ficou de fora do pódio do programa em sua primeira apresentação, mas na repescagem, ele teve a chance de retornar ao palco do Canta Comigo de forma triunfal, com feitos jamais vistos antes, como levar às lágrimas o jurado Robson Moura e conquistar todos os outros por mais de uma apresentação
Depois de uma disputa extremamente acirrada com os outros dois finalistas, Helleno, que apostou no hit "Dream On", da banda norte-americana Aerosmith, emocionou os 100 jurados do programa e levou para casa o troféu da edição junto com a premiação de R$ 300 mil.
Na entrevista abaixo, Helleno contou como foi participar da disputa, ser eliminado, voltar na repescagem e se consagrar o grande campeão da 5ª edição do Canta Comigo.
Divulgação Antonio Chahestian/Record TV |
Helleno, a ficha já caiu? Como é ser o campeão da 5ª temporada do Canta Comigo?
Não caiu, mas eu posso dizer que o sentimento mais forte que tive foi alívio e gratidão pelo processo. Quando entrei no programa, não tinha noção de onde eu poderia chegar e não tive pretensão alguma, porém, aos poucos fui passando pelas etapas com êxito e comecei a sonhar com o prêmio e a ansiedade foi aumentando também, eu me senti aliviado, pois foram 2 longos meses sem ter nenhum tipo de informação privilegiada sobre o programa. Eu estava às cegas e, assim como o público, vibrei de verdade quando veio o resultado. Olhando para minha trajetória, eu participei de todas as etapas, fui conquistando meu espaço. Foi preciso muita paciência e crença para seguir essa jornada. Ser campeão do programa Canta Comigo é muita coisa, mas é também um sentimento de olhar para mim e saber o quanto eu batalhei por algo e dizer é possível, eu estou vivendo e, sim, é real.
Como foi passar por altos e baixos, desde uma eliminação até se tornar campeão?
Eu digo que não é nada fácil, mas de alguma forma ter passado por tudo que passei na arte e na vida criou em mim um certo senso de agradecimento dentro de expectativas reais que gerei, “pé no chão” por tudo que posso conquistar. Eu tive apoio da minha família e dos meus amigos, que não me deixaram esquecer a batalha diária na música e o quão integro eu sempre fui em minhas escolhas. Não me deixaram um minuto sequer esquecer que eu tinha chances de levar aquele prêmio e, se por acaso não levasse, estava tudo bem, zero cobranças, muito agradecimento pela oportunidade. Reconheço, é grande o privilégio de poder contar com esse tipo de apoio, razão de tanta gratidão.
O que você acha que foi essencial para a sua volta na repescagem?
Eu digo que aquele painel com 100 jurados não é qualquer painel, são 100 artistas amantes da música. São grandes produtores e reprodutores de arte, com olhar muito apurado e numa posição de muita responsabilidade. Trabalhar com sonhos é muito delicado. O que pode ter definido a minha volta na repescagem foi o olhar deles para mim de ‘Não vimos tudo, queremos mais, pois sabemos que existe mais’.
Qual foi a sensação de levantar 100 jurados por dois domingos consecutivos?
Eu senti que eu estava fazendo alguma coisa certa, eu ainda não consigo descrever o que era, mas sei que tinha a ver com emoção e com entrega. Essa pontuação máxima diz muito sobre a nossa performance. O Canta Comigo é uma escola, se você souber entender os sinais e estar presente para captar e usar a seu favor, você pode chegar muito longe, no caso, muito perto da conquista final. Receber o 100 dos jurados é uma boa dose de antídoto nas veias das inseguranças mais íntimas, aquelas que luto diariamente.
E depois disso, você acha que te deu mais confiança ou que já estava mais próximo de ganhar? Porque você tinha conquistado os jurados, mas ainda faltava a decisão do público.
Eu sinto que o público tem muito respeito pelo quadro de jurados, eles também funcionam como uma espécie de canal quando descrevem os detalhes técnicos ou mesmo se emocionam e comunicam sua conexão com as apresentações. Isso tem grande influência na decisão do público. As redes sociais têm um papel fundamental também como uma extensão do programa, um termômetro sobre os candidatos de maior identificação. Sem dúvida, receber o carinho do público é a dose de fé, você começa a ouvir pessoas falando que você fez uma boa escolha de repertório, que sua roupa estava linda, que sua voz emocionou, que aquela canção lembra alguém muito especial, que a família que há muitos anos não se emocionava, não se reunia, agora está se reunindo aos domingos para assistir ao programa e vibrar por e com você.
Quem são suas maiores inspirações?
Na vida, minha família, minha mãe, meu pai, minha irmã, meu cunhado, meus amigos sonhadores, todos aqueles que acreditam, que não desistem, que sonham, que realizam, que regam as sementes nos corações de todos que se permitem sonhar. Já na música, vai de Caetano Veloso a Iron Maiden, são muitas fases, amo músicas que me fazem refletir, amo descobrir sentimentos através das canções. Maria Bethânia é a rainha disso, sou fã de Liniker, Letrux, Luedji Luna, Gal Costa, dessa nova música brasileira sem regras! Criativa, poética, pulsando, nadando contra a maré de estruturas padronizadas, repetitivas, mecânicas. Gosto do inesperado, do ar fresco sonoro da música sem amarras.
O que o público pode esperar do seu próximo trabalho?
Eu tive a grandiosa oportunidade de prestar homenagens a grandes clássicos da música internacional que, por muito tempo, cultuei e alimentei em mim. O Canta Comigo foi um show, eu sinto que preparei um repertório pensando nesse show. Eu tenho um projeto que se chama Helleno & Os Universais. Antes mesmo do programa, eu idealizei esse projeto e, por conta da situação precária financeira, não pude registrar meu primeiro álbum dessa fase musical. Mas não quis ficar esperando. Comecei a tocar essas canções nos shows e o pouco público que começou a surgir se encantou com nossas músicas. Esse projeto são canções de minha autoria que tenho orgulho, pois trazem o meu olhar para uma série de vivências e pontos de vista que descrevo nas letras. Essas músicas são cantadas em português e eu mal posso esperar para que todos possam ouvir.
O que podemos esperar do Helleno no futuro? Já sabe o que vai fazer com o prêmio?
Eu conheci muita gente maravilhosa nesses quase quinze anos de batalha na arte no Brasil, muita gente que me olhou nos olhos e disse ‘Se eu tivesse dinheiro eu faria um investimento em você’. Eu senti muita verdade em várias dessas pessoas! Hoje eu farei o que muitas delas gostariam, mas não tiveram essa chance. Eu nasci na periferia da zona sul de São Paulo, meu pai foi porteiro por vinte e cinco anos e se aposentou. Minha mãe trabalhou de empregada doméstica, era semianalfabeta, veio pra São Paulo do Ceará com quinze anos. Meu pai chegou em São Paulo aos quinze, também de Pernambuco. Os dois chegaram aqui para tentar a vida na “terra das oportunidades”, nada foi fácil, mas sempre fomos unidos. Hoje eu vou investir em mim, quero estudar línguas, continuar estudando canto, pois amo. Quero montar um estúdio para ser meu espaço de criação, quero conhecer outros estúdios, outros compositores, produzir muita arte, gravar o meu primeiro álbum, que já tem músicas e nome, fazer shows em todos os lugares que eu puder e que me quiserem. Aliás, para quem é de São Paulo, faço um show domingo, dia 23 de julho, no Vale do Anhangabaú. Quero continuar o meu chamado aqui nessa vida de matéria, que é a música, e continuar eternamente fazendo quem quiser e se sentir tocar, cantar comigo.
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