Christiane Torloni fala sobre Helena de 'Mulheres Apaixonadas'

Divulgação GLOBO / Gianne Carvalho

Embora assuma diferentes facetas a cada novela, Helena é uma clássica personagem das obras de Manoel Carlos. Em 'Mulheres Apaixonadas', de volta ao 'Vale a Pena Ver de Novo' no próximo dia 29, a atriz que dá vida ao papel é Christiane Torloni. ''Interpretar a Helena é como ganhar o Oscar, porque é o grande papel da teledramaturgia brasileira'', destaca.
 
Irmã de Hilda (Maria Padilha) e Heloísa (Giulia Gam), Helena é professora de História e diretora de uma escola de Ensino Médio, a ERA, que pertence à cunhada Lorena (Susana Vieira). Casada há mais de 15 anos com Téo (Tony Ramos), adotou Lucas (Victor Cugula). Mesmo sendo uma mulher confiante e segura, Helena passa por uma fase de incertezas e dúvidas quanto à sua felicidade, já que vive um amor sem grandes emoções. Seus questionamentos sobre a vida conjugal ganham força quando ela reencontra César (José Mayer), ex-namorado que ela abandonou para se casar com Téo.
 
“O que é muito interessante nessa Helena, em particular, é que ela é uma anti-heroína. Desde o primeiro capítulo, se revela para o público de uma maneira absolutamente franca e, através dessa honestidade, já captura a cumplicidade desse público, que sabe dos desejos mais íntimos dela, porque ela os confessa para as irmãs. Essa jogada dramatúrgica é genial”, observa Torloni sobre a personagem.
 
A seguir, a atriz conta mais detalhes do trabalho que completa 20 anos de sua exibição original e que, em poucos dias, poderá visto novamente na TV aberta.
 
ENTREVISTA COM CHRISTIANE TORLONI
 
Como foi interpretar a famosa Helena na obra de Manoel Carlos?  
Interpretar a Helena é como ganhar o Oscar, porque é o grande papel da teledramaturgia brasileira. Ela virou um ícone de qualidade e de grande humanidade. Através da Helena, o Manoel Carlos talvez atinja um nível de dramaticidade mais profundo que em outros personagens. 
 
O que a personagem tinha de diferente das demais Helenas já criadas pelo autor?
O que é muito interessante nessa Helena, em particular, é que ela é uma anti-heroína. Desde o primeiro capítulo, se revela para o público de uma maneira absolutamente franca e, através dessa honestidade, já captura a cumplicidade desse público que sabe dos desejos mais íntimos dela, porque ela os confessa para as irmãs. Essa jogada dramatúrgica é genial. O Maneco mostra que ela vai ser uma Helena que vai representar a realidade da vida e das pessoas. É uma mulher completamente antenada com a sua possibilidade de ser feliz, com a independência, com a liberdade e com o quanto isso pode custar para ela. Eu acredito que essa, em especial, seja uma Helena que tenha tantas contradições e que, com isso, consiga atingir todo esse leque de emoções que nós, mulheres, temos. Somos todas, graças a Deus, muito Helenas e muito contraditórias.
 
Quais eram as paixões de Helena?
A grande paixão da Helena é pelo César. Ela viveu um grande amor com o Téo, mas a grande paixão dela, pela qual ela vai lutar e resgatar durante a trama, é o César.
 
Como foi contracenar com o elenco da trama?
O elenco da novela é um elenco de ouro, são grandes atores! Alguns infelizmente já faleceram e outros, por conta da passagem do tempo, já se recolheram também. É uma novela que brindou o público brasileiro e também fez um grande sucesso fora do Brasil, principalmente em Portugal e nos países de língua portuguesa. O elenco é brilhante.
 
Alguma cena ou sequência foi mais marcante ao longo das gravações?  
Eu estaria sendo injusta se elegesse só uma cena. É uma novela com cenas inesquecíveis. Eu tive momentos muito bonitos com as irmãs da Helena, com o José Mayer e, com o Tony Ramos, tive cenas antológicas. Inclusive porque o Maneco não economiza; se ele tiver de escrever cenas de cinco ou seis páginas, ele vai escrever. No final da novela, tem uma cena com o Tony que é espetacular, em que a gente faz quase uma retrospectiva do que foi aquela trama.   
 
Na sua visão, a novela permanece atual, mesmo após 20 anos de sua exibição original?
Com certeza a novela continua atual. Eu recebi muitas mensagens sobre a obra, que também está disponível no Globoplay, e as pessoas estavam revendo e falando exatamente da atualidade. Eu acho que, de alguma maneira, o Brasil até piorou nesses últimos 20 anos; no que diz respeito à questão ecológica não há a menor dúvida; e em relação ao Rio de Janeiro, também. O Manoel Carlos já antevia isso. Tem uma cena muito impressionante na novela em que a Helena conta para a personagem da Susana Veira que teve um pesadelo de um homem dando aula na escola dela, falando que as armas eram mais importantes do que os livros – não há nada mais atual do que isso.
 
De volta a partir do dia 29 de maio, no 'Vale a Pena Ver de Novo', 'Mulheres Apaixonadas' tem autoria de Manoel Carlos, com colaboração de Fausto Galvão, Vinícius Vianna e Maria Carolina. A novela tem direção de núcleo e geral de Ricardo Waddington e direção geral de José Luiz Vilamarim e Rogério Gomes, com direção de Ary Coslov e Marcelo Travesso.

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