Divulgação Globo/Estevam Avellar |
Na nova temporada de 'Cine Holliúdy', com estreia prevista em 27 de abril, uma versão inédita do clássico ‘Anunciação’, de Alceu Valença, vai dar o tom da paixão que surge entre Francisgleydisson (Edmilson Filho) e Rosalinda (Larissa Goes). A música, agora em um formato mais intimista, traz Alceu ao violão, acompanhado do guitarrista Paulo Rafael em seu último trabalho com o amigo, como explica o produtor musical da série, Ricardo Leão. “Anunciação é um grande hit do Alceu, e ele fez uma versão só de violão e voz, uma versão mais dramatúrgica, mais lentinha. Ele teve um parceiro, um músico que o acompanhou a vida toda, o Paulo Rafael, um guitarrista e violonista maravilhoso. Eles gravaram essa versão e, pouco tempo depois, o Paulo Rafael veio a falecer. Esse é o último registro do Paulinho tocando com o Alceu. É uma gravação bem romântica,” destaca Leão. Outra surpresa, logo no primeiro episódio, é a música ‘Eu só quero um xodó’, de Dominguinhos, cantada pela própria Larissa Goes.
Além da novidade na trilha sonora, o destaque da cenografia e produção de arte é a TV Pitombas, que surge na trama após um acordo entre Olegário (Matheus Narchtergaele) e o Governador (Stepan Nercessian). O próprio Cine Holliúdy ganha uma nova roupagem a partir do investimento nada convencional feito por uma figura que surge em Pitombas, em troca da alma de Francis. “A TV surge meio capenga e contrapõe com o cinema, que agora está mais bombado por conta da injeção de investimento que ele recebe. Mudamos a fachada do cinema, que ganhou um neon, uma bomboniere. O cinema saiu do cafofo, do mambembe. Deixou de ser bagunçado. Francis agora é casado e enriquece. O Cine vira uma casa dos sonhos, de revista de época. Continua no espaço anterior, mas com uma decoração mais robusta. Com eletrodomésticos mais bombados, cozinha equipada. Azulejo da cozinha com tom floral bem colorido, cama tradicional da época com cabeceira, entre outros”, explica Fumi Hashimoto, cenógrafa da série.
Segundo o produtor de arte Guga Feijó, o público vai poder ver a diferença também nos equipamentos do Cine Holliúdy, além da decoração do cafofo do cinemista. “O Cine vai ganhar novas câmeras, grua, trilho, refletores, entre outros equipamentos”, adianta Guga. Já para a TV Pitombas, o produtor de arte conta que também realizou uma pesquisa grande em cima dos equipamentos usados na época. “Tivemos que fazer uma coisa bem diferente do que é o cinema. Vamos ter câmera de TV, estúdio de televisão, mesa de edição, criamos a logo da TV, e as artes que irão cobrir as falas do Tião, enquanto ele narra o que está acontecendo. Há um trabalho de programação visual bem legal. Para algumas coisas a gente pegou foto e deu uma textura e depois enviamos para pintura na fábrica de cenários, porque na época não havia impressão. E seguimos produzindo todos os cartazes dos filmes da temporada. Foi bem legal de fazer”, revela.
Quanto a caracterização, a atriz Heloísa Perissé ficou irreconhecível nos corredores dos Estúdios Globo e precisava se identificar para cumprimentar os colegas durante as gravações. Isso porque sua personagem, a prefeita Socorro, decide se passar por outra pessoa para disputar novamente a liderança de Pitombas, após ser destituída do cargo. Dessa vez, com direito a bigode e costeleta, ela cria o personagem Tião Ferrabrás, e adere roupas consideradas masculinas para conseguir o respeito e a aceitação dos conservadores pitombenses. A caracterizadora Emi Sato conta que um grande desafio foi pensar em como executar o trabalho sem recorrer a próteses, pois Tião aparece em muitas cenas. “Precisávamos que fosse simples e imprimisse um efeito bom. Então, colocamos uma peruca masculina, bigode e as costeletas para mudar um pouco a linha do rosto da Heloísa. Com o figurino entraram os óculos, que cobriram bastante o rosto dela. Também engrossamos a sobrancelha e quando ela ficou pronta vimos um trabalho em conjunto mesmo, mais do que tudo”.
Para compor a mocinha Rosalinda, Emi Sato, caracterizadora da série, quis manter a raiz cearense de Larissa Goes na personagem. “Ela não tem maquiagem elaborada. Resolvemos fazer mais natural mesmo, assim como o cabelo e sua beleza, sem muita interferência”. Com relação ao figurino, assinado por Antonio Medeiros, se trata de um hippie étnico, com referências mexicanas. “Usamos bordados mexicanos, florais, tipo as rumbeiras. Ela usa saia mais rodada, vestido, tudo muito colorido, com foco nos anos 70”. Apesar de todas as inovações, a receita de Cine Holliúdy continua a mesma, como conta a diretora Patricia Pedrosa. “A linguagem do Cine Holliúdy é a grande responsável pelo ritmo da série. Mexer nisso descaracterizaria a obra. Como estávamos muito felizes com o resultado alcançado na segunda temporada, optamos por manter a estética já implantada.”
‘Cine Holliúdy’ é uma série criada e escrita por Claudio Paiva e Marcio Wilson, baseada no longa-metragem homônimo escrito e dirigido por Halder Gomes e coproduzido pela Globo Filmes. A terceira temporada, que estreia dia 27 de abril, é escrita por Marcio Wilson com Péricles de Barros, Gabriela Amaral e Angélica Lopes, e colaboração de Marcelo Magano. A direção artística é de Patricia Pedrosa com direção de Halder Gomes e Renata Porto. A produção é de Erika da Matta e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim. A série, de 12 episódios, conta ainda com Haroldo Guimarães, Lorena Comparato, Frank Menezes, Caca Carvalho, Falcão Maia, Gustavo Falcão e Flávio Bauraqui no elenco, e participações especiais de Vladimir Brichta, Samantha Schmütz, Linn da Quebrada, Heloisa Jorge, entre outros.
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