TV Cultura exibe documentário sobre os riscos do avanço da extrema direita no Brasil

Divulgação TV Cultura

A TV Cultura exibe nesta quinta-feira (23/3) o documentário "O Autoritarismo está no ar - 3 anos depois". Produzido pelo jornalismo da emissora e apresentado pelo jornalista Rodrigo Piscitelli, a produção atualiza o programa exibido em 2020, após os atos antidemocráticos de janeiro deste ano, destacando os riscos que o avanço da extrema direita representa para o Brasil e o mundo. Vai ao ar às 23h.
 
Na produção, professores de ciência política brasileiros e estrangeiros, cientistas sociais, sociólogos e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estão entre os especialistas que discutem esse refluxo da extrema direita no Brasil e no mundo, mostrando como o fracasso das políticas de emprego e renda, em muitos casos, criaram um caldo favorável ao aparecimento de políticos autoritários e populistas. Mesmo países democráticos, como é o caso da França, tiveram que lidar com uma nova onda de violência e insatisfação social, provocadas pela redução dos benefícios trabalhistas, aumentos de impostos, e tarifas do transporte coletivo.
 
Com a participação dos cientistas políticos Carlos Melo, Dominique Reynié, Sérgio Fausto e da professora da Faculdade de Letras da UFRJ, Luciana Villas Bôas, "O Autoritarismo Está no Ar - 3 Anos Depois" discute os riscos e ameaças que persistem nas democracias. E aponta caminhos para a consolidação do processo democrático no Brasil. Mostrando que, apesar de tantas ameaças, a democracia ainda é vista como a melhor forma de governo.

Os avanços da extrema direita  

Em 6 de janeiro de 2021, a ameaça se concretizou nos Estados Unidos com contornos dramáticos: insuflados pelo ex-presidente Donald Trump. Manifestantes descontentes com a eleição do democrata Joe Biden invadiram e danificaram o Capitólio, sede do Congresso americano, provocando cinco mortes. Quase mil pessoas foram presas.
 
No dia 8 de janeiro deste ano, a cena de extremismo ganhou uma versão no Brasil: milhares de manifestantes invadiram a Praça dos Três Poderes em Brasília, destruindo instalações do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal. De forma análoga ao que ocorreu nos Estados Unidos, a invasão foi insuflada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro que, por diversas vezes, levantou dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral e chegou a tentar cooptar autoridades das forças armadas no seu esforço de desacreditar o voto eletrônico.
 
Não faltam indícios de que autoridades ajudaram na preparação dos ataques ou, no mínimo, foram omissas na tarefa de proteção à sede dos Três Poderes. O ápice de um movimento que começou logo depois do segundo turno das eleições, quando apoiadores do então presidente Bolsonaro começaram a bloquear as estradas e a fazer manifestações em frente a quartéis, pedindo intervenção militar e até a volta da ditadura.

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