'extremistas.br': nova série original Globoplay mostra o que está por trás dos movimentos radicais no Brasil

Divulgação

Do armamentismo ao uso da religião, do negacionismo à manipulação da moral e dos costumes, da engenharia dos algoritmos ao chamado marketing da indignação. Para mostrar como o extremismo tomou conta da direita radical no Brasil e entender os motivos que levam milhares de brasileiros a disseminar discursos golpistas, a nova série original Globoplay, ‘extremistas.br’, escuta especialistas e pesquisadores que monitoram esse comportamento e acompanha personagens conhecidos da política nacional, atores políticos improváveis, influenciadores digitais em ascensão, militantes arrependidos e eleitores desconhecidos. Os três primeiros dos oito episódios da série, produzida pelo Jornalismo da Globo, estarão disponíveis a partir desta quarta-feira, dia 11, na plataforma. Os três seguintes estreiam no dia 18 e, os dois últimos, no dia 25 de janeiro.   
  
A produção, que começou em março de 2021 e durou quase dois anos, está sendo atualizada após os ataques antidemocráticos provocados por extremistas que invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (SFT) no último domingo, dia 8. O lançamento só acontece depois das eleições para que os diferentes elementos da série não fossem tirados de contexto e explorados na campanha eleitoral. “Foi um mergulho intenso e desafiador. Nosso trabalho em extremistas.br foi principalmente de ouvir e observar. É interessante que muitos se abriram para a nossa equipe, quando abordados fora do ambiente de grupo, em conversas individuais. A minha sensação é de que a série é uma contribuição duradoura para o debate sobre os motivos que levam as pessoas a atacarem a democracia”, explica Caio Cavechini, diretor da série.  
  
‘extremistas.br’ traz histórias de quem se mantém oculto na guerra virtual, como um jovem que trabalha engajando internautas usando fake news e ataques à reputação de adversários dos seus clientes. Ao acirrar os ânimos e estimular a indignação – sentimento que, segundo especialistas, explica a sedução exercida por discursos raivosos no mundo todo – ele ajuda a pavimentar o caminho dos radicais. Uma militante infiltrada em grupos radicais testemunha a estratégia do chamado gabinete do ódio e como eles incentivam os protestos antidemocráticos. Outro personagem é um influenciador, de 19 anos, que tenta ganhar espaço entre dezenas de youtubers para monetizar seu canal divulgando ideias extremistas.      
  
Casos como as mortes do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, em julho deste ano, e de um soldado da PM da Bahia, por conta de um surto possivelmente motivado por fake news durante a pandemia de Covid-19, simbolizam a troca do debate político pelo uso da arma de fogo. A série faz também um mergulho em acontecimentos recentes como os protestos antidemocráticos depois do fim da eleição presidencial de 2022. A produção acompanha de perto a rotina de manifestantes inconformados com o resultado do pleito, que ficaram acampados na frente de quartéis do Exército pedindo intervenção militar e promovendo ataques permanentes às urnas e ao Supremo Tribunal Federal.  
   
A série também conta a história do casal de universitários que criou o perfil brasileiro do Sleeping Giants, movimento dedicado a alertar empresas e consumidores sobre páginas em redes sociais acusadas de disseminar mensagens falsas e discursos de ódio. A dupla já teve em sua mira o blogueiro Allan dos Santos, do canal Terça Livre, o apresentador de TV, Sikera Junior, e a militante Sara Winter, que também é entrevistada pela produção.    
  
A série original ‘extremistas.br’, produção do Jornalismo da Globo, estará disponível no Globoplay a partir do dia 11 de janeiro.

Anderson Ramos

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