TV Brasil exibe show do Festival de Música 100 anos de Rádio no Brasil

Divulgação

Para encerrar as comemorações do centenário das transmissões radiofônicas no país, a TV Brasil apresenta a cerimônia de premiação do Festival de Música 100 anos de Rádio no Brasil neste sábado (10), às 21h. O conteúdo especial mescla a solenidade com performances que embalam o público na emoção de obras de diversos gêneros e estilos. O musical pode ser conferido no app TV Brasil Play.

O espetáculo reuniu os 15 finalistas da primeira edição do festival organizado em formato integrado pelas tradicionais emissoras públicas Rádio MEC e Rádio Nacional. Participaram do evento os três selecionados para a etapa final em cada uma das cinco categorias: música clássica, instrumental, infantil, popular e regional.

As composições foram escolhidas por meio de voto popular na internet e por indicação da Comissão Julgadora. Anunciada em agosto, a iniciativa deste ano teve o objetivo de descobrir novos talentos musicais e estimular o lançamento de produções inéditas.

Durante cerca de duas horas, a atração realizada pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na Sala Cecília Meireles, no centro do Rio de Janeiro, reuniu artistas e uma plateia bastante entusiasmada na expectativa para acompanhar a definição dos ganhadores na noite da última terça (6/12).

O repertório teve a interpretação de canções que disputaram o troféu em três categorias. Além dos concorrentes, a Nova Orquestra subiu ao palco para executar, em arranjo sinfônico, obras representativas da história do rádio e da música brasileira que o veículo ajudou a impulsionar.

Os apresentadores Dylan Araújo e Raquel Júnia foram os mestres de cerimônia do programa que teve transmissão ao vivo na programação da Rádio MEC e da Rádio Nacional. Os vencedores foram convidados para receber o troféu pelos jurados de cada categoria. O evento ainda homenageou o maestro Edino Krieger que faleceu na noite do Festival, aos 94 anos.

Repertório diversificado em animada premiação

Na abertura e no final do espetáculo, a versátil banda Nova Orquestra cativou os espectadores com temas marcantes das dez décadas de rádio no país. No início da sessão, o grupo celebrou o centenário do veículo com um pout-pourri representando a música brasileira dos anos 1920 a 1960.

A seleção inicial abrangeu clássicos como "Ô Abre Alas", de Chiquinha Gonzaga; "Carinhoso", de Pixinguinha; "Cantores do Rádio", de Alberto Ribeiro, Braguinha e Lamartine Babo; "Trenzinho do Caipira", de Heitor Villa-Lobos e Ferreira Gullar; "Chega de Saudade", de Tom Jobim e Vinícius de Moraes; e "Festa de Arromba" de Erasmo Carlos e Roberto Carlos.

Presente na história da emissora da EBC, a música clássica tem lugar privilegiado na Rádio MEC FM que dedica quase toda sua programação às peças eruditas de todos os tempos, e especialmente, à música clássica brasileira, em programas como Sala de Concerto, Plateia e Música e Músicos do Brasil.

O Prêmio Rádio MEC de melhor Música Clássica de 2022 foi entregue pelo jurado convidado, o maestro e pianista Edvan Moraes, ao compositor Álvaro Carriello pela autoria da obra "Introdução e Dança para Violino e Piano".

A categoria música instrumental também tem sua trajetória e desenvolvimento ligados às rádios públicas. Imortais da cultura brasileira passaram e até hoje circulam pelos estúdios e auditórios da Rádio MEC e da Rádio Nacional.

Algumas das personalidades que se apresentam nas emissoras são astros do porte de Garoto, Altamiro Carrilho, Moacir Santos, Hermeto Pascoal, Mauro Senise e Cristóvão Bastos entre outros talentos. A MEC segue privilegiando a música instrumental em atrações como Circular Brasil, Jazz Livre e Roda de Choro.

O compositor Liduino Pitombeira foi o jurado convidado para essa categoria do festival. O professor de música reconheceu a obra "Sem Perder Tempo", escrita por Marcelo Louback, com o Prêmio Rádio MEC de melhor Música Instrumental.

Emoção no anúncio dos vencedores

As canções das categorias música infantil, regional e popular tiveram a performance dos finalistas no palco da Sala Cecília Meireles. No especial em cartaz na telinha da TV Brasil, o público pode acompanhar, na íntegra, a interpretação das nove obras que concorrem ao troféu nas três áreas seguintes.

O conteúdo musical para crianças esteve presente em quase todas as emissoras pioneiras de rádio do país. A Rádio MEC e da Rádio Nacional mantêm o seu compromisso de formação, educação e diversidade. Para isso, dedicam atrações a essa audiência tão especial cujos trabalhos têm aumentado.

A emoção tocou a plateia durante a apresentação das três concorrentes da categoria música infantil. O palco vibrou com a composição "Dia de Cão", de Juliani e Joãozinho, da banda Casa Cantante, do Paraná. O título "Bola, Bolinha, Bolão" foi o tema de Juliano Leite e Rodrigo Vulcano, da Companhia Dois Palitos.

Já a célebre cantora Bia Bedran foi a terceira finalista com a obra "Tudo é Invenção". Referência no setor da sonoridade para a turminha miúda, a compositora, contadora de histórias e escritora inspirou muitas gerações com uma carreira voltada à arte e a autoria de clássicos do cancioneiro para a criançada.

A atriz, cantora e dubladora Analu Pimenta entregou o Prêmio Rádio MEC de melhor Música Infantil de 2022 para os intérpretes da bonita letra e melodia "Dia de Cão". As crianças deram um show à parte enquanto os ganhadores se surpreenderam e comemoraram muito o reconhecimento.

Celebração da regionalidade

O Prêmio Rádio Nacional do Alto Solimões de melhor Música Regional de 2022 retrata a rica natureza dos ritmos dançantes amazônicos. A canção vencedora foi "Turimã", escrita por Genário Manuel na sua língua original, o ticuna. A radialista e comunicadora Miss Lene entregou o reconhecimento ao laureado.

O indígena fez uma performance marcante no palco assim como os concorrentes na categoria: os colombianos Romero Amia Wilches que cantou "Sabor Nativo" e Juan Alejandro com sua composição "Salvate".

Considerada uma das mais recentes emissoras da EBC, a Rádio Nacional do Alto Solimões foi criada em 2006 e interliga nove municípios da região. O conteúdo privilegia a produção local e confere protagonismo aos moradores com voz e espaço.

Sediada em Tabatinga, no Amazonas, faz ponte para informação e comunicação dos povos, comunidades e residentes na área. Com sinal que abrange a Tríplice Fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, a emissora tem diversificada programação que mescla jornalismo, música, cultura local e prestação de serviço.

Valorização da cultura popular

A dimensão da música popular brasileira cresceu junto à audiência radiofônica de rádio no país. O desenvolvimento de públicos nos auditórios das emissoras, os arranjos orquestrais e os temas do cancioneiro eternizados nas vozes dos imortais cantores do rádio são elementos que ratificam a tese.

O gênero que já traz no nome sua popularidade é a categoria mais disputada do Festival. A celebrada MPB oferece aos ouvintes e aos telespectadores a pluralidade de ritmos, entonações e conteúdos brasileiros com os três finalistas do concurso que participam do evento especial e representam essa história.

A música "Arco-íris", de Geraldo Carvalho e Roberto Homem, do Distrito Federal, foi uma das candidatas. Radicado em Brasília, o cantor e compositor potiguar foi idealizador de projetos culturais e conquistou o festival da Rádio Nacional, em 2016, nesta mesma categoria com a canção "Estilhaço de Alegria".

Em seguida, a cantora e compositora Wrany deu voz à obra "Medo", da paulista Taís Reganelli. Com presença no teatro e no cinema, a autora tem dois singles, quatro discos e inúmeras apresentações em turnês pelo país como grandes nomes da música nacional.

A última apresentação da categoria teve a performance do título "No passo que a vida me leva", dos paraibanos: Yuri Gonzaga, Carlos Henrique Peregrino e Antônio José de Abrantes. O primeiro deles, integrante da banda Os Gonzagas, interpretou a obra. O músico foi semifinalista do programa Superstar em 2015 e já gravou com astros como Elba Ramalho e Chico César.

Para divulgar o prêmio da categoria MPB, o consagrado músico George Israel foi convidado ao palco. Compositor, saxofonista e violonista do Kid Abelha desde sua formação em 1981, ele tem importante carreira solo paralela. Autor de sucessos nacionais, o artista elogiou as concorrentes do Festival e entregou o troféu para Wrany, que representou a compositora Taís Reganelli, responsável por "Medo".

Após as premiações, o conjunto Nova Orquestra tocou grandes obras da década de 1970 em diante. O repertório incluiu "Panis et Circencis", de Caetano Veloso e Gilberto Gil; o vigoroso rock dos anos 1980, com o hit "Exagerado", de Cazuza, Ezequiel Neves e Leoni.

A badalada canção "Evidências", de José Augusto e Paulo Sérgio Valle, fez o público cantar em coro durante o instrumental. As últimas músicas do show foram "Já sei namorar", do trio Tribalistas, formado por Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, e Marisa Monte; a obra "Oração", do compositor Léo Fressato.

Evento dedicado a Edino Krieger

O Festival ainda prestou tributo ao maestro Edino Krieger que faleceu na noite do evento, aos 94 anos. Considerado um dos maiores nomes da vanguarda da música de concerto no Brasil no século XX, o artista era respeitado pela proatividade e versatilidade. Ele foi lembrado com homenagem no final do espetáculo.

O visionário compositor, produtor e crítico foi diretor musical da Rádio MEC e esteve na gestão de entidades culturais relevantes como o Museu da Imagem e do Som, a Funarte e a própria Sala Cecília Meireles.

Ainda foi o primeiro regente assistente da Orquestra Sinfônica Nacional (OSN) formada no início da década de 1960 com diversos músicos da Rádio Nacional que estavam à disposição da Rádio MEC. Desde 1984, a OSN está vinculada à Universidade Federal Fluminense (UFF).

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