Caminhos da Reportagem acompanha produção de vinho nos pampas

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A penúltima edição inédita da temporada especial do jornalístico Caminhos da Reportagem destaca uma tradição que veio com os imigrantes para o sul do país: a produção de vinhos e de espumantes. O programa deste domingo (18), às 22h, na TV Brasil, percorre a Campanha Gaúcha para conhecer os vinhos, os produtores e as histórias por trás das vinícolas que se distinguem no cenário nacional.

A atração da emissora pública integra a série temática "Riquezas da Nossa Terra", produzida em parceria com o Sebrae. O conteúdo aborda os vinhos tintos, brancos e rosé da Campanha Gaúcha, região que recebeu o selo de Indicação Geográfica (IG) em 2020, pela qualidade do produto desenvolvido no local.

Situado na fronteira brasileira com o Uruguai e Argentina, a Campanha Gaúcha chama a atenção por ser uma área quente no verão e com menor volume de chuvas. Essa condição beneficia as uvas viníferas, produzindo vinhos de qualidade. A equipe do Caminhos da Reportagem foi até o sudoeste do Rio Grande do Sul mostra o trabalho desenvolvido na região.

Na vinícola Campos de Cima, em Itaqui, Hortência e José Ayub investiram em uvas numa época em que pouco se falava de vinho por ali. O casal celebra o sucesso da iniciativa. "Eu me lembro muito da primeira garrafa de vinho que produzimos, foi como ter um filho nas suas mãos, porque você começa todo o trabalho do nada", lembra Hortência. José avalia que a presença da vinícola abriu as portas para outros negócios. "Depois que a gente implantou a área de vinho, já tem gente plantando aqui noz pecan e oliveiras", conta.

Em 2006, a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) criou o curso de bacharelado em Enologia. Uma aposta que, para a reitora do campus do município de Dom Pedrito, Nádia Bucco, deu certo. "Temos profissionais renomados como professores e isso faz com que os nossos alunos saiam como profissionais de excelência", afirma. A demanda por enólogos ainda é maior do que a universidade consegue formar.

A Guatambu optou por ser uma vinícola de boutique, com pequenos lotes, limitados e garrafas numeradas. As vendas, durante a pandemia aumentaram 60%. Uma realidade vista também por outros produtores, como Renê Almazar, co-proprietário da Bodega Sossego.

"Na pandemia teve bloqueio de fronteiras, o dólar ficou alto e as pessoas acabaram tendo acesso ao vinho brasileiro, quase que forçado, porque era o que tinha, mas tiveram uma surpresa muito agradável", pondera o entrevistado.

A cooperação entre os produtores é essencial. A vinícola Batalha, por exemplo, além da produção dos próprios vinhos e ser aberta ao turismo, também fabrica vinhos para outras marcas. "O produtor traz a uva e nós fazemos o vinho, isso é uma característica muito forte na Campanha Gaúcha, essa parceria entre quem tem uma marca comercial e as vinícolas", afirma.

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