Divulgação Lourival Ribeiro/SBT |
No ''The Noite'' desta segunda-feira, 14 de novembro, um convidado muito especial que vem empilhando títulos atrás de títulos com o Palmeiras e agora, representando o Brasil na Copa do Mundo em busca do hexa. Weverton Pereira fala sobre o caminho árduo para o sucesso profissional, as críticas que recebeu durante sua jornada, a emoção da convocação para o campeonato no Catar e até sua opinião sobre Daniel Alves na Seleção.
Weverton é goleiro do Palmeiras e agora da Seleção Brasileira. Ele coleciona títulos, sendo bicampeão da Libertadores, bicampeão Brasileiro, campeão da Copa do Brasil, bicampeão Paulista e campeão da Recopa pelo Palmeiras. Ele tem tatuagens com desenhos das taças para recordar bons momentos, mas também leva consigo marcas da luta, principalmente da batalha com o psicológico.
“O principal segredo do goleiro é ser mentalmente forte, porque goleiro vai errar, vai falhar como qualquer outro falha, mas às vezes, pode custar muito caro, a cabeça tem que ser muito boa, acho que, melhor que ser um bom goleiro, ser rápido, ser ágil, tem que ser mentalmente forte. Raramente eu perco a cabeça, quando eu tomo um gol, eu fico muito bravo, mas eu penso que tem o resto do jogo para jogar e me concentro novamente”, declara o campeão.
“Hoje, com a mentalidade que eu tenho, com o trabalho, eu penso que os caras precisam de mim. Hoje, eu sou o líder da equipe, eu sou um dos mais velho do grupo, as pessoas sempre estão esperando algo de mim, e eu não posso demonstrar fraqueza, não posso mostrar dificuldade, eu tenho que levar o suporte e é isso que eu procuro fazer em campo [...]. Para ser goleiro você precisa ser doido. Meus dedos são todos tortos. É de bola que bate e vai entortando”, complementa o jogador mostrando suas mãos.
Weverton atuou na base do Corinthians. Em 2017 chegou no Verdão, vindo do Athletico Paranaense, mas muitos palmeirenses criticaram sua contratação.
“A torcida estava duvidosa, mas eu entendo, na época estava o Prass e Jailson, que eram dois grandes goleiros e ídolos do clube, acho que no entendimento deles não precisavam de outro goleiro no momento, mas quando tem a promessa de Deus acontece algo bom. Eu cheguei, eu fui terceira opção, se eu falar que eu gostei, eu vou mentir, porque todo mundo quer jogar, quer participar, mas eu respeitei e fui trabalhar como sempre faço, fui buscar meu espaço, esperar meu tempo e meu tempo chegou, seis meses depois. Eu aproveitei meu tempo. Eu acho que é normal do torcedor, mas já superamos tudo isso, foi importante todo o processo”, revela o entrevistado.
Muitos conflitos e suor marcaram o ídolo do Palmeiras, porém, o esforço de Weverton fez ele chegar onde está hoje. Ele foi protagonista da conquista inédita do Ouro Olímpico em 2016, na época, ele jogava no Athletico Paranaense e não era tão conhecido, mas pegou pênalti na disputa da final contra a Alemanha, ganhando destaque com a qualidade profissional. Agora, o campeão foi convocado para a Copa do Mundo. Ele compartilha seus sentimentos com o público:
“Na copa de 2002, eu me lembro pequeno torcendo muito. Agora, eu estou representando um país, as pessoas estão depositando as fichas em mim. Eu pintava a rua, jogava bola com trave de tijolo, e hoje estar na Copa do Mundo é surreal, é coisa de Deus, eu agradeço muito a Deus, que mudou minha trajetória. Eu mudei minha vida! Sair do Acre para jogar a Copa do Mundo é um privilégio muito grande”, diz.
Os jogadores da Seleção se apresentaram nesta segunda (14), em Turim, na Itália, para o início da preparação para a Copa do Mundo Catar 2022. Serão cinco treinos no CT da Juventus e depois eles embarcam para o Catar para se ambientarem com o cenário. A sensação de estar presente em um campeonato desse não passava pela cabeça de Weverton, mas ele alega que a fé e a determinação ajudaram ele a realizar seu sonho de ser convocado.
“Na minha cabeça passa muita alegria, muita emoção, às vezes você fica até um pouco fora de si, vem um filme, toda sua história e todo sofrimento. Eu sou um cara que paga um preço muito caro por estar fazendo o que eu faço, eu tenho que fazer muitas renúncias, eu deixo de fazer muita coisa, eu não saio, eu não bebo, eu procuro dormir cedo, me alimentar bem, em busca de atingir o meu objetivo”, afirma Pereira.
O convidado também fala sobre a convocação de Daniel Alves, o veterano lateral-direito de 39 anos, que promoveu debates sobre a idade dos jogadores da Seleção: “Se pedirem para eu convocar 26 e você [Danilo] convocar 26, eu tenho certeza que não vai ser igual os mesmos 26, então, há sempre uma opinião diferente, é natural. Mas ele foi super bem, o Daniel Alves é um cara que merece, super vitorioso e que vai ajudar muito. Se a gente lembrar aqui, 2002 quando o Felipão não chamou o Romário, foi uma confusão, falaram para caramba e foi lá e foi campeão”, expõe o goleiro.
O The Noite é apresentado por Danilo Gentili e vai ao ar de segunda a sexta-feira, no SBT. Hoje, 00h45.
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