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Através de imagens de arquivo, João Moreira Salles elabora não apenas um filme, mas as memórias de Elisa Moreira Salles, sua própria mãe, além de reconstituir acontecimentos que marcaram o século XX, registrados em vídeos amadores por ela. Esse é o mote de “No Intenso Agora”, filme do cineasta que chega à programação do Curta! e ao streaming, através do Curta!On - Clube de Documentários.
Partindo do vermelho vivo da revolução cultural implementada por Mao Tsé-Tung, na China, o filme — narrado pelo próprio João Moreira Salles — apresenta imagens feitas de maneira informal por Elisa, em meio a uma realidade totalmente diferente da que ela vivia. Surpreendendo o que o próprio filho esperava da mãe, suas impressões configuram profunda admiração pelo que estava diante de seus olhos e de sua câmera.
Passando para os registros feitos em maio de 1968 em Paris, onde a família Moreira Salles residia, o diretor também se utiliza de gravações feitas por fontes distintas — além das filmagens da sua mãe — para tentar reconstituir a força do movimento estudantil da época, que culminou em uma greve geral que parou o país. A narrativa busca refletir sobre o que teria levado a esse estopim. Outro momento histórico analisado através de imagens gravadas por Elisa — também complementadas por vídeos de outros autores — foi a Primavera de Praga, na então Tchecoslováquia. O filme traz ainda imagens breves do Brasil da época.
“No Intenso Agora” constrói, a partir dessas memórias registradas em vídeo, um olhar diante dos detalhes e traça considerações relevantes sobre questões como raça, cultura, liberdade, repressão e sistemas de vida. Também mira em inconsistências, que muitas vezes passariam despercebidas. Assim, João Moreira Salles desloca-se entre o afeto pela própria mãe, o desapontamento com os contrassensos históricos e a admiração pelo utópico desejo de mudança que esses movimentos compartilhavam. A exibição é na Quarta do Cinema, 30 de novembro, às 21h50.
Em penúltimo episódio da temporada, ‘Estados da Arte’ fala de educação e cultura
A segunda temporada da série “Estados da Arte”, que traz artistas do Norte e do Nordeste do Brasil, chega em seu penúltimo episódio abordando um tema fundamental: a educação. Em “Pedagogias”, a ideia é discutir formas de transmissão de arte e cultura para novas gerações, além de mostrar a importância de instituições e de acervos na formação de artistas e estudiosos. Para isso, o diretor da série, Eduardo Goldenstein, convidou artistas — como Ana Mae Barbosa e Jaider Esbell (uma de suas últimas aparições, já que morreu em novembro do ano passado) —, além de membros das seguintes instituições: Campo Arte Contemporânea, Fundação Casa Grande e Acervo da Laje.
“Estados da Arte” é dividida em 13 episódios temáticos: Insurgências, Ancestralidade, Floresta, Alegorias, Fé e Religiosidade, Fabulações, Migrações, Corpos, Outras Geometrias, Grafismos, Materialidades, Pedagogias e Oralidades/Sonoridades. Estarão disponíveis no Curta!On – Clube de Documentários no dia seguinte à estreia no canal Curta!. Novos assinantes têm sete dias para desfrutar da plataforma gratuitamente. A série foi produzida pela Aion Cinematográfica e pela Caboré Produtores Associados, e viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A estreia do episódio é na Terça das Artes, 29 de novembro, às 20h.
Segunda da Música (MPB, Jazz, Soul, R&B) – 28/11
21h – “Viva São João” (Documentário)
O cantor e compositor Gilberto Gil acompanha o cineasta Andrucha Waddington até o Nordeste do Brasil. Entre as comunidades rurais da região, Gil e Waddington participam da comemoração católica do dia de São João, com música e dança. Waddington também analisa o sofrimento da população que tenta sobreviver por meio da agricultura em um terreno difícil. Direção: Andrucha Waddington. Duração: 81 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 29 de novembro, terça-feira, às 1h e às 15h; 30 de novembro, quarta-feira, às 9h.
Terça das Artes (Visuais, Cênicas, Arquitetura e Design) – 29/11
20h – “Estados da Arte” (Série) – Ep. “Pedagogias”
Para além do modernismo da Semana de 22 e do concretismo da década de 1950, os artistas em atividade no Norte e Nordeste do Brasil nunca deixaram de produzir uma arte potente que dialoga com o seu entorno e com o mundo. Esta série propõe uma releitura da arte brasileira a partir das singularidades produzidas nessas regiões. Neste episódio, os temas são educação, transmissão da arte e da cultura e a importância de instituições na formação de artistas e não artistas. Classificação: Livre. Horários alternativos: 30 de novembro, quarta-feira, às 0h e às 14h; 1 de dezembro, quinta-feira, às 08h; 3 de dezembro, sábado, às 20h; 4 de dezembro, domingo, às 10h.
Quarta de Cinema (Filmes e Documentários de Metacinema) –30/11
21h50 – “No Intenso Agora” (Documentário)
Documentário político que justapõe, através de imagens de arquivo, uma série de acontecimentos diferentes da década de 1960, como: a revolta estudantil em Paris, a Primavera de Praga, em meio à dominação da União Soviética, e a China de 1966 sob o regime de Mao. Esses episódios históricos foram presenciados e filmados pela mãe do diretor João Moreira Salles, que os reuniu neste filme. Direção: João Moreira Salles. Duração: 127 min. Classificação: 12 anos. Horários alternativos: 1 de dezembro, quinta-feira, às 1h50 e 15h50; 2 de dezembro, sexta-feira, às 09h50; 3 de dezembro, sábado, às 15h20; 4 de dezembro, domingo, às 22h.
Quinta do Pensamento (Literatura, Filosofia, Psicologia, Antropologia) – 01/12
20h30 – “Lobo do Lobo e a Literatura Latino-Americana” (Série) – Episódio: “Conceição Evaristo”
Conceição Evaristo admirava como sua mãe criava e contava naturalmente suas próprias histórias enquanto costurava bonecas de pano para as filhas. Um dia, porém, sua mãe era a personagem. E a vida de toda a família estava retratada no livro “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus, uma mulher pobre, negra e favelada, que cria uma tradição na literatura brasileira ao romper com o imaginário de que as Letras eram de domínio apenas dos homens brancos. Conceição Evaristo segue este caminho, dando continuidade à ousadia de Maria de Jesus. Na busca por compreender melhor este movimento e consolidar a sua escrita, Conceição Evaristo cunha o termo escrevivência: uma literatura de autoria negra, fundamentada na vida de mulheres negras. Direção: Daniel Augusto. Duração: 52 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 2 de dezembro, sexta-feira, às 00h30 e às 14h30; 3 de dezembro, sábado, às 21h; 4 de dezembro, domingo, às 11h.
Sexta da Sociedade (História Política, Sociologia e Meio Ambiente) – 2/12
22h30 – “Favela é Moda” (Documentário)
"Favela É Moda" revela a força estética e política de jovens negros das periferias do Rio de Janeiro em busca de realização pessoal no mundo da moda. O documentário aborda a recente tendência do surgimento de agências de modelos nestas periferias e revela os dilemas, sonhos e desafios dos jovens em busca de visibilidade, distinção e ascensão social. Apresenta, ainda, uma geração que acredita na afirmação de identidades e sexualidades. O filme acompanha o desenvolvimento de modelos de uma agência que tenta reverter o cenário de sub-representação dos corpos negros e fora do padrão estabelecidos na moda. Diretor: Emilio Domingos. Duração: 75 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 3 de dezembro, sábado, às 02h30; 04 de dezembro, domingo, às 14h40; 05 de dezembro, segunda-feira, às 02h25 e às 16h30.
Sábado, 3/12 – EM COMEMORAÇÃO AO DIA DO SAMBA
22h - “O Mistério do Samba” (Documentário)
Com direção de Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor, "O Mistério do Samba" retrata o cotidiano e as histórias da Velha Guarda da Portela e a pesquisa que a cantora Marisa Monte realizou, recuperando composições inéditas dos anos 40 e 50. A poesia, a musicalidade e a intimidade desses senhores e senhoras são desvendadas por meio do cotidiano simples de um pequeno bairro da Zona Norte do Rio, Oswaldo Cruz. O documentário conta com as participações especiais de Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho. Direção: Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor. Duração: 88 min. Classificação: Livre.
Domingo, 4/12
19h20 - "Lygia" (Documentário)
A performer e atriz Carolyna Aguiar realiza o monólogo “Lygia.”, escrito a partir dos diários de Lygia Clark, pela dramaturga Maria Clara Mattos, que também assina a direção, em conjunto com a diretora e atriz Bel Kutner. Na pesquisa para a criação de “Lygia.”, que envolveu seus diários, entrevistas e estudos de sua obra, fica claro que a artista se realizou, respondeu às suas perguntas e entregou a autoria da obra ao seu espectador participante. Diretor: Oskar Metsavaht. Duração: 74 min. Classificação: 14 anos.
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