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O Canal Brasil vai exibir, no dia 10 de novembro, às 22h25, o longa inédito "Casa de Antiguidades", de João Paulo Miranda Maria, coproduzido pelo canal, e, na sequência, o segundo episódio da sétima temporada de "O País do Cinema", como parte da programação do Mês da Consciência Negra. O programa, apresentado por Andréia Horta, recebe os atores Antonio Pitanga e Ana Flávia Cavalcanti, que trazem suas visões e opiniões sobre o cinema contemporâneo, o papel de "Casa de Antiguidades" na história do cinema brasileiro e a representatividade de atores negros no mercado audiovisual.
O filme conta a história de Cristóvão (Pitanga), que vai trabalhar em uma fábrica de laticínios no Sul do Brasil onde sofre diversos tipos de preconceitos e discriminações. O personagem é colocado em uma realidade que em nada condiz com a do Brasil conhecido por ele, inclusive por conta da língua que seus patrões falam, pouco compreendida por Cristóvão. Um dia ele encontra uma casa abandonada repleta de objetos que o reconectam com as suas raízes. O longa é um retrato da solidão e do reconhecimento de Cristóvão por sua ancestralidade.
Na entrevista ao "O País do Cinema", Pitanga e Ana Flávia relatam histórias de representatividade e falam sobre a importância do filme para a cena do audiovisual no Brasil atual: "Sou uma mulher negra, minha mãe é negra, sou filha de uma trabalhadora doméstica, que me criou fazendo faxina a vida inteira. Não tinha livro na minha casa. Tinham outras tantas belezas, mas não nesse sentido. Então fico bastante honrada de estar nesse programa hoje, porque sou uma atriz brasileira e levei muito tempo da minha vida para conseguir dizer isso. Todas as mulheres da minha família já foram empregadas domésticas e todas têm a mesma história", conta Ana Flávia.
Já Pitanga acumula mais de 60 anos de carreira e foi um dos precursores dessa trajetória de representatividade. Abriu espaço para as novas gerações e marcou a dramaturgia com papéis icônicos. Para o ator, o papel em "Casa de Antiguidades" tem uma representação muito forte: "Esse personagem, o Cristóvão, é o Pitanga que não deu certo. Ele é negro, é nordestino, tem toda uma invisibilidade e sofre muito preconceito. E é de uma riqueza enorme. E a relação dele com os bichos é especial. No filme eles são como amigos, afinal, ele também vai para o matadouro", afirma.
Casa de Antiguidades (2022) (91’)
INÉDITO
COPRODUÇÃO
Horário: Quinta, 10/11, às 22h25
Classificação: 16 anos
Direção: João Paulo Miranda Maria
Sinopse: Cristóvão (Antonio Pitanga) começa a trabalhar em uma moderna fábrica de laticínios no sul do Brasil. Ele não se identifica com a cultura local e com as pessoas, além de sofrer preconceito dos moradores da cidade. Um dia, ele descobre uma casa abandonada repleta de objetos que o lembram de suas origens. Aos poucos, Cristóvão vai se instalando pela casa e reconectando-se com sua ancestralidade. Curiosamente, mais objetos começam a aparecer sem explicação, como se o lugar tivesse vida própria.
O País do Cinema
INÉDITO
Episódio: Casa de Antiguidades
Horário: Madrugada de quinta (10/11) para sexta (11/11), à 0h
Rebatidas: Sábado, 12/11, às 13h; e domingo, 13/11, às 6h30
Classificação: Livre
Sinopse: Andréia Horta comanda um mergulho na história do cinema brasileiro, diretores, atores, produtores e técnicos são entrevistados e colocam em pauta uma abordagem crítica e informativa da produção nacional.
Neste episódio: Antonio Pitanga e Ana Flavia Cavalcanti, atores de “Casa de Antiguidades”, comentam a abordagem do filme, que trata de um ódio racial presente a todo o instante na realidade brasileira.
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