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A edição inédita do jornalístico Caminhos da Reportagem percorre as montanhas capixabas para apresentar o socol, um embutido que é tema do programa jornalístico da TV Brasil neste domingo (27), às 22h. A matéria especial integra a série temática "Riquezas da Nossa Terra", realizada pela emissora pública em parceria com o Sebrae, conteúdo especial que aborda o selo de Indicação Geográfica (IG).
Nas viagens pelo país para conhecer os produtos e as regiões brasileiras que têm o reconhecimento, a equipe da emissora pública desta vez subiu as montanhas do Espírito Santo para apresentar curiosidades e acompanhar os bastidores do processo de produção deste alimento.
O socol é um embutido que veio com os italianos, foi modificado no Brasil e conquistou os paladares mais sofisticados. O programa foi até a região de Venda Nova do Imigrante para um papo com produtores que resgatam o legado e as histórias dos seus antepassados e promovem novos negócios.
A família Falqueto tem uma fábrica de socol artesanal há uma década, mas a tradição já vem há mais de 130 anos, de geração a geração. Thais Falqueto hoje está à frente do negócio e diz que o processo de produção de um socol dura de três a quatro meses.
Ingredientes conferem sabor apetitoso
A especialista conta que o primeiro passo é salgar a carne do porco durante dias. Depois, ela é lavada e preparada para a maturação. A carne fica pendurada em salas em temperatura ambiente para que um fungo natural da região participe do processo.
Desde que o selo da IG foi conquistado pela região, Thais Falqueto sentiu a valorização e a procura pelo produto certificado. "A gente estava vendendo a 65 reais e hoje vende a 125 reais o quilo do nosso socol", revela. Atualmente, seis produtores obedecem aos padrões do selo, que autoriza o uso de apenas estes ingredientes no socol: lombo de carne suína resfriada, peritônio suíno, sal, pimenta-do-reino e alho.
Para sentir melhor o gosto, os entrevistados recomendam cortar o embutido em nacos finos. Essas fatias quase transparentes podem ser degustadas como petisco, mas o socol também serve de referência para se preparar pratos mais elaborados.
A produção do embutido fomenta refeições que o utilizam como ingrediente. No café e adega Tio Vé, a família Falqueto criou o brioche de socol, feito com itens da própria propriedade. Já no Restaurante Nossa Vida, o destaque é a bruscheta dell'immigrato, prato com polenta e socol, criado pelo chef Renato Santos.
Curiosidades sobre a origem do embutido
Quem passa pela região capixaba de Venda Nova do Imigrante fica com um gosto de Itália no paladar. O socol veio do ossocollo, um embutido italiano feito a partir da carne do pescoço do porco. O alimento foi modificado para o gosto brasileiro, feito do lombo do porco, uma carne menos gordurosa.
"O socol é feito de uma carne mais leve, adaptado dos nossos antepassados que chegaram ao Brasil", explica Lorenzo Carnielli, que é de uma das famílias mais tradicionais na produção do socol. Ouvir as histórias de famílias tradicionais, como os Angelim e os Briochi, além de provar tudo o que é feito na região e participar de animadas festas locais constituem experiências marcantes para os turistas.
O ambiente hospitaleiro é característico em Venda Nova do Imigrante. A região proporciona bem-estar, além de atividades voltadas ao turismo de aventura. As opções incluem o passeio de quadriciclo no Ecoparque Pedra Azul e a chance de contemplar paisagens deslumbrantes como a Pedra do Lagarto.
A equipe do Caminhos da Reportagem aproveitou esse roteiro gastronômico e de cenários exuberantes para conhecer locais de destaque, como o Khas Café. Na propriedade, além de provar o socol dos melhores fabricantes da região, é possível ter experiências sensoriais com o café que é produzido ali, além de fazer um piquenique no meio de um campo de lavanda, com vista para as serras capixabas.
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